phantom of the opera - kakucho

Surpresa

Apenas alguns dias ali dentro foram mais do que suficientes para se dar conta do enorme erro que cometera. De forma alguma, ficaria confortável dormindo no mesmo quarto que aquele homem. Não tinha privacidade alguma, estava sem suas coisas, seus gatos, não tinha roupas, absolutamente nada. Estava absolutamente vulnerável e exposta para ele, que há poucos dias, estava a ameaçando.

E o que mais a incomodava...

— ...D-dá para por a d-droga de uma camisa?! — Gritou quando o viu saindo do banheiro seminu. Ele não tinha vergonha alguma daquela situação! Parecia até gostar de se exibir. É claro que ele era muito bonito, musculoso, alto... E justamente isso a intimidava! Não estava nada acostumada em ficar com um homem bonito seminu em um quarto! Era desconfortável e ela não sabia o que fazer.

E é claro que pelo seu pavio curto, ele não gostou das ordens:

— Quem é você para dar ordens para mim, senhorita professora?! — O fato de ele ironizar a sua profissão a deixou ainda mais irritada. — Eu não gosto de usar e estou na minha casa. Logo, minha casa, minhas regras. Algum problema com isso?

— Todo o problema do mundo. — Respondeu, sem gaguejar. Ele acabava prestando mais atenção e levava a sério. — Já n-não tenho privacidade a-alguma. Não sou obrigada a te ver... N-nessa situação. — Tentou desviar o olhar para não corar, mas foi inevitável. Ele poderia ser muito irritante, grosseiro e debochado, mas era bonito. Muito bonito.

E por algum motivo, ele parecia saber exatamente o motivo de seu desconforto.

— Eu te deixo intimidada, [Nome]? — Ele se aproximou com muita ousadia e sussurrou em seu ouvido, quase encostando seu corpo ao dela. — Ficar comigo nesse ambiente te deixa... Desconfortável?

Novamente, não sabia onde esconder o rosto corado. Ele era um tremendo imbecil que fazia aquilo por diversão, queria deixá-la desconfortável custasse o que custasse. Naquele momento, se arrependeu da infeliz escolha de ficar com aquele homem.

— Sim. Deixa. N-não estou acostumada a esses a-ambientes... — Disse, se arrepiando enquanto olhava para aquele quarto. A iluminação, os móveis... Parecia mais com um lugar para se passar uma lua de mel do que fazer negócios.

— Tá reclamando demais, não acha, professorinha? Alguns dias atrás, estava numa espelunca, agora tá até dormindo na minha cama!

Mais um tapa. Dessa vez, foi forte.

— Q-que t-tipo de mulher você acha que e-eu sou?!

Ele deu uma risadinha e se afastou.

— Calma, é só brincadeira! Você é muito esquentadinha... Sou tão desagradável assim para você ou você só não curte o esporte mesmo?

— A-ahn?

— Você, uma mulher de meia idade. É até bem bonita... Não se sente "à vontade" comigo não? Sabe, muitas mulheres gostariam de estar em seu lugar agora... Anda muito estressada, [Nome]... Não quer relaxar um pouco não? — Ele perguntou quase encostando seus lábios em seu ouvido. Ele era mesmo de um feitio ruim, sabia exatamente como seduzir uma mulher e entendia a posição de vulnerabilidade em que ela se encontrava. Ainda assim, não funcionaria.

E mais um tapa.

— Escuta aqui, moleque. Quem pensa que eu sou? T-tenho TRINTA ANOS, você nem saiu das fraldas ainda! Acha que sou uma idiota?! N-não sou! Não estou interessada! Que diabos tem na cabeça de pensar que eu dormiria com você?! É p-para isso que me trouxe aqui, seu nojento?!

Isso o deixou particularmente ofendido, na verdade, mais desconcertado do que nunca. Ela realmente o desprezava tanto assim?

— C-claro que não, sua idiota! Mas que diabos... Eu nem sequer estou interessado em você! Nunca me senti atraído por tias soltei-