Declaração de Guerra

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— O quê?! — Não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Ele, o número 3 da Bonten iria largar tudo para ficar com ela? — Está maluco? Você sabe o que pode acontecer com você?

— Nada. Confia em mim. Não tenho dívida alguma com a Bonten. — Ele só poderia estar maluco!!

— ... — Sabia que o que falaria o deixaria muito irritado, ainda assim, ele merecia saber os seus reais sentimentos. — Kakucho... Me desculpa, mas eu não posso simplesmente largar tudo assim. Ao menos, se eu não falar com o Haru. Eu sei que posso estar errada, m-mas... E-eu preciso saber a verdade. P-preciso saber da boca dele... Não morrerei em paz se não souber porque ele fez isso.

— Não fale assim, [Nome]! — Ela só sabia pensar em tristeza e morte? — Você é a pessoa mais teimosa que já vi em toda minha vida, hunf...

Apesar de não concordar, Kakucho a entendia. Ela tinha uma ligação muito forte com Haru. Não tinha como simplesmente esquecer. Ainda assim, [Nome] sabia que tinha que fazer a coisa certa:

— Não precisa mais me ajudar, Kakucho. Você precisa viver em paz. — Disse, pegando em suas mãos. — O-obrigada por tudo. Por me aturar, por me ajudar tanto... Mas acho que agora, eu preciso seguir atrás do Haru e não quero te envolver mais nisso.

Kakucho não gostou nada de sua fala.

— O quê? O que diabos você vai fazer sozinha? — Ele quase deu risada, mas achou um absurdo. — ...O que posso fazer se você é teimosa? Fizemos um trato, no fim das contas, não? Hunf... Então vamos continuar nisso juntos. Também quero destruir a Yakuza. Ao menos, antes de sair daqui. — Ele falava, um tanto pensativo. — Então, eu tenho mais um trato com você, [Nome].

— Ahn? — Foi repentino. — S-sobre o quê?

— Por uma última vez, vou trazer o Haru até você e por meio dele, destruirei a Yakuza. Ele é um dos grandes agora, não? — Kakucho continuou sério e firme, [Nome] temia o que viria pela frente. — Será a última chance que darei a ele. E você poderá encontrá-lo por uma última vez. Depois disso, você tem que me prometer uma coisa.

— O quê? — Sentia medo do que ele pediria.

— Quando tudo isso acabar, vamos embora daqui e você ficará comigo. Como uma esposa.

Isso a fez engolir em seco. Ele estava mesmo tão disposto a ficar com ela mesmo se conhecendo há tão pouco tempo? Nunca pensou na possibilidade de algum dia se casar, mas agora, parecia um desejo muito real. Por muito tempo, não confiava em ninguém, não tinha de fato, alguém com quem compartilhar suas dores ou um porto seguro. Agora, sentia que Kakucho era a pessoa de sua vida. Sobre o amor? Pouco sabia, mas queria muito descobrir esse elemento misterioso e desconhecido com ele, ainda mais.

— ...Aceito. — Não soube dizer de onde veio aquela voz (e com que coragem), mas só conseguiu dizer sim para ele. Se não fosse para ele, não seria para mais ninguém.

E quando ele ouviu aquele sim, só pôde novamente, sentir o seu corpo e seus lábios. Era tudo tão mágico! A cada vez que ficavam juntos, sentia sensações diferentes. Como poderia imaginar que encontraria alguém que a faria se sentir tão atraente e tão confiante?

Apesar de ser mais jovem, Kakucho era experiente e delicado: a respeitava em tudo, era calmo e romântico. Não havia nada melhor do que não fazer nada com ele. Apenas deitar e sentir os seus sabores, sentí-lo dentro dela, ouvi-lo sussurrar o seu nome e alcançarem o mais louco dos prazeres juntos.

— Você é perfeita... — Ele sussurrou quando por fim, se deitaram e se abraçaram. E naquele momento, se deu conta de que era com ele com quem queria passar o resto da vida. Seu toque, suas palavras, a química e a sedução que exalavam no ar... Tudo era perfeito com ele, um aperitivo do nirvana.

Quando estava prestes a dormir em seu peito, levaram um grande susto com uma batida na porta. Quem poderia ser? [Nome] empalideceu de susto, mas logo, Kakucho a acalmou, dizendo que deveria ser a camareira, já que o prédio era extremamente seguro e vigiado. Ainda assim, ele colocou seu roupão e pegou a arma, só por precaução. [Nome] se protegeu dos cobertores e ficou o mais escondida possível, envergonhada.

Quando Kakucho abriu a porta, ficou vermelho de tanto constrangimento. Eram duas vozes masculinas, não pôde ver os rostos, já que ele tampava a entrada para não ser vista nua.

— O que vocês estão fazendo aqui?! — [Nome] riria em outras circunstâncias, dada a situação extremamente embaraçosa no qual Kakucho se encontrava, mas naquele momento, estava no mesmo barco e tudo que podia fazer era rezar para ele encontrar alguma forma de espantar os invasores.

— Ahhh você anda bem ocupado né? — Pulou de susto quando um homem de cabelos violeta espiou entre o braço de seu parceiro e a encontrou com os olhos. Ele também ficou vermelho de vergonha. — AHN?! QUEM É ELA?!

— Não te interessa, e se olhar mais uma vez para dentro da porta, eu arranco os seus olhos.

Os dois intrusos riram com a ameaça, mas obedeceram. E logo, Kakucho fechou a porta na cara deles, com a justificativa de que se arrumaria e logo, desceria.

— O-o que foi? — [Nome] perguntou, um tanto assustada.

Kakucho ainda parecia estressado com toda a situação.

— Preciso verificar uma coisa. Volto logo.

— Eu vou c-

— Não precisa, é perigoso. Preciso que fique aqui e se proteja, tudo bem? — Ele continuava agitado, mas resolveu aceitar.

— V-volte logo, está bem? — Pediu e como despedida, ele a beijou.

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Uma hora depois...

— Ele era um de nossos subordinados. Parece que foi morto há poucos dias. — Ran falava com lamento enquanto examinavam a casa. — Capangas da Yakuza, com certeza.

O crime aconteceu há poucos metros da última vez que encontraram Haru. As datas se coincidiam... De alguma forma, sentia que ambos os casos tinham uma ligação.

— A Yakuza declarou uma guerra. Tudo por culpa do maldito do seu irmãozinho... — Rindou ironizou o fato de que Kakucho era o antigo chefe de Haru. Obviamente, a Bonten estava à procura do garoto desde que ele os traiu, ainda assim, era muito difícil chegar até ele, já que a Yakuza era muito forte na região. O pai de [Nome] era mesmo muito poderoso. — Ele tinha esposa e filho. Um bebê. Muito gentil o seu garoto, não?

— Cala a boca. — Kakucho respondeu, um tanto desconfortável. Como contaria para ela que Haru estava fazendo aquelas coisas?

De repente, seu celular vibrou: era uma nova mensagem e quando viu quem era o contato, sentiu um grande arrepio percorrer o seu corpo.

Haru? O que ele queria?

Quando abriu, sentiu algo muito estranho. Era simplesmente insano pensar na possibilidade...

"Preciso me encontrar com você. Sem a minha irmã".

O quê? Então ele realmente sabia que Kakucho não a feriu como prometera? Será que desde sempre, sabia que Kakucho não a machucaria?

E como se não bastasse todos aqueles mistérios, ouviu um barulho estarrecedor.

Os três foram para o quarto, em busca daquele barulho e quando olharam para o berço, encontraram um bebê chorando de forma desamparada. 

phantom of the opera - kakuchoOnde histórias criam vida. Descubra agora