fracasso

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- MERDA! - o grito de Alastair ecoava todo o laboratório, já era a terceira criança que morria após a aplicação do soro.

Os últimos meses foram extremamente estressantes para Alastair, as primeiras semanas de desenvolvimento do soro foram muito bem sucedidos, com Ford e Beatrice trabalhando dia e noite sem parar e fazendo vários avanços aprimorando o soro Vôo da Borboleta, fazendo com que as crianças sofressem a dissociação com menos de 10 aplicações e poucos estímulos visuais, não necessitando mais do tabuleiro.

- Um brinde ao nosso crescente sucesso - dizia um alegre Alastair, com uma taça de vinho nas mãos e abraçando Ford.

- Um brinde a nós - Ford erguia sua taça.

Beatrice, parada em frente a ambos, já estava bebendo, levantando a mão como se estivesse comemorando.

Mas após a sexta semana, o avanço foi diminuindo, as novas versões do soro sofreram uma piora considerável, as crianças morrem de overdose antes mesmo da dissociação ficar completa.

Alastair, ao ver aquela menina morta, engasgado com o próprio vômito, joga uma cadeira de ferro na parede, amassando uma das pernas.

- INFERNO!!!!

- Mestre - Beatrice se aproxima e coloca a mão no seu ombro - Tente se acalmar, fizemos avanços consideráveis com o...

- Saia, porra! - Alastair a empurra com força, se não fosse Ford a segurando, ela teria caído no chão.

- Você tá bem? - pergunta o rapaz, ela apenas acena com a cabeça - Você precisa se acalmar, Alastair.

- Não me diz o que fazer, garoto, você é o menor da hierarquia desse laboratório! Coloque-se em seu devido lugar!

Ford abaixou a cabeça, as últimas semanas produtivas o fizeram se esquecer, mas Alastair não era seu parceiro, era seu chefe, então Ford começou a temer pelo seu emprego.

Beatrice se afastou e foi até sua mesa, de uma das gavetas, tirou uma pequena garrafa e voltou para perto de Alastair.

- Mestre, você quer? - ela estende a garrafa para ele.

Alastair a encara por alguns segundos e acena com a cabeça, aceitando.

- Encerramos por hoje, arrumem tudo e podem ir pra casa.

Com a garrafa em suas mãos, Alastair se vira em direção a sua sala, chegando a porta, se volta para Beatrice, que ainda estava em pé o olhando.

- Desculpa, boneca.

E entra na sala.

salute! (Eu Voltei!!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora