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Mia acorda no seu quarto. Uma sensação de alívio a domina por completo.

Era um pesadelo, ela pensa, aliviada. Ela salta da cama e sente o piso gelado. O alívio se transforma em agonia no mesmo instante.

Ela não estava em casa.

Nos seus 13 anos de vida, sempre morou na mesma casa, a mesma casa grande da cor verde de dois andares, com um gramado florido, cheio de papoulas, e no meio do gramado, um pequeno caminho amarelo que vai até a porta da frente.

Ela olhava pela janela, mas apenas via o branco, como se o inverno tivesse chegado mais cedo naquele ano.

O piso do seu quarto também estava diferente, os azulejos azuis marinhos foram substituídos por um chão xadrez.

Ela ficou tonta só de olhar.

Mia sentou-se na cama, não sabia o que fazer. Não tinha coragem de sair do quarto, mas muito menos ficar dentro dele.

Sua mente girava. Perguntava se tudo aquilo era um pesadelo, ou se estava ficando louca.

Ou aquilo era a realidade, e ela não reconhecia mais.

Sua última lembrança era que estava nua, caída no chão frio de um lugar escuro e desconhecido, agora estava lá, no seu estranho quarto, com a sua camisola branca com cheiro de lavanda.

Passando a mão pelo seu corpo, percebeu que estava sentindo dores. Ela levantou a camisola e viu as marcas pelo seu corpo, arranhões e hematomas.

Ao se deparar com essa cena, Mia não consegue respirar, sua cabeça gira, seus joelhos falham, fazendo-a cair. Lágrimas caem do seu rosto, não sabia o que estava acontecendo, mas estava com medo, cansada e assustada.

A camisola parecia mais apertada a cada segundo, num movimento rápido e desesperado, ela arranca a camisola do seu corpo. Assim que ela recupera o fôlego, os soluços começam a ficar mais altos.

-O QUE TÁ ACONTECENDO??? O QUE VOCÊS QUEREM DE MIM??? ME DEIXEM EM PAZ!!! - ela grita, sem saber pra quem.

Ela se joga de bruços no chão preto e branco, chorando. O brilho branco da janela reflete no seu corpo nu e machucado.

Um bater de asas é escutado dentro do quarto, Mia levanta o rosto para procurar o misterioso ser alado. Ela olha para cima e se depara com uma coruja cinza de olhos verdes pousada em cima de um pequeno obelisco branco da prateleira.

A coruja levanta as asas e pula do obelisco, voando na direção de Mia, ela cobre o rosto, com medo da ave, mas ela apenas sente o vento dela passando pelo seu lado.

Quando Mia descobre o rosto, depara-se com a figura alta que a havia machucado antes.

Ele está agachado, seu cabelo está levemente arrumado e suas roupas estão quase formais. Ele estende a mão em direção a Mia.

-Olá, meu nome é Alastair. Quer dançar?

salute! (Eu Voltei!!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora