"Acho que eu não devia ter cortado caminho", Alice fala, arrependida por ter entrado no bosque.
A jovem de cabelos negros se sentia perdida, era uma paisagem familiar, mas ao mesmo tempo, desconhecida. Ela já havia visto esse caminho dezenas de vezes passando de carro, na colina acima, mas vendo tudo de perto, é diferente.
Ela havia voltado de uma estranha consulta com o Dr Crowley e estava desesperada pra ir para casa.
Sua casa não era necessariamente um lar, desde a morte de seus pais, alguns meses atrás, Alice foi levada para uma enorme mansão onde vivia um casal rico, que cuidavam de outras crianças órfãs. As crianças não passavam muito tempo lá, alguns dias e elas iam embora. Alice nunca via quando as crianças iam embora, apenas ouvia quando o casal a chamava e dizia que fulano de tal tinha ido pra uma nova família.
Ela era a única criança que passou mais de um mês naquela casa, algumas chegavam e depois de um par de dias, já haviam ido para um novo lar.
Alice poderia ficar triste com isso, mas ela não ligava, não queria um novo lar, queria seus pais de volta.
Após passar alguns arbustos, ela conseguiu ver por cima das árvores a enorme casa. Estava longe, mas pelo menos ela sabia que tinha acertado o caminho. Já pensava em chegar em casa, tomar um banho bem longo e contar daquele estranho dia com a sua colega de quarto, sua única amiga e naquela época, a única outra criança na casa além dela.
Seria perfeito, se ela não tivesse fugido, pensava a jovem, com tristeza.
Um barulho estranho interrompeu seus pensamentos.
Galhos quebrando. Animais? , ela pensou. Tinha visto alguns veados quando começou a trilha, mas apenas isso.
Os barulhos se aproximam, Alice procura o que está vindo, mas ela não vê nada.
O desespero toma conta do seu corpo, ela sai correndo em direção a casa. A trilha era cheia de galhos e raízes, fazendo-a tropeçar e cair.
Ela se levanta, sente uma pontada no joelho.
O barulho se aproxima, ela escuta uma respiração forte.
"Socorro!!! Alguém me ajude!!!", ela gritava apavorada, enquanto tentava se esgueirar entre os arbustos.
Ela sabia que seus gritos não chegariam a ninguém, gritava apenas na intenção de espantar o seu perseguidor invisível.
Foi sua última ideia antes de sentir uma mão forte segurando o seu braço e a jogando no chão. Alice cai de bruços em cima de algumas raízes, ela sente uma dor intensa nas costelas, também percebe que está com falta de ar por causa da queda. Antes que pudesse se levantar, um lenço vermelho se encontra com seu rosto, alguém o pressiona contra o nariz de Alice, ela sente um cheiro conhecido: clorofórmio.
Assim que percebe o que o estranho quer fazer, Alice tenta lutar para escapar, mas é em vão, ela luta, porém já havia respirado no lençol e já estava sentindo os efeitos do clorofórmio.
"Socorr...", ela diz antes de ficar inconsciente, e ser levada pelo estranho alto, de capuz vermelho.
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salute! (Eu Voltei!!!)
Gizem / GerilimMia acorda num lugar estranho, escuro, com milhares de olhos na parede a observando. Ela não faz ideia de onde está e como foi parar lá. Um rapaz bonito com roupas coloridas aparece, lhe dando a oportunidade de sair daquele lugar: ela deve matar uma...