salute! (Eu Voltei!!!)

bonecas

Beatrice olhava o vestido verde em chamas numa tigela de metal, havia cumprido a ordem de Alastair, mas com um pingo de satisfação por dentro, odiava usar vestido, preferia usar calças quando fosse sair, mas Emma nunca permitiria, de acordo com ela, essa não era uma vestimenta apropriada para uma mulher, principalmente, uma escrava. Certa vez, Emma reclamou disso.

- Francamente, Alastair precisa parar de fazer essas roupas ridículas para você - Emma reclama.

- Mas eu gosto muito de usar, mestra.

Emma olha nos olhos de Beatrice e responde num tom frio:

- Mas a sua opinião não vale nada, minha querida, não importa o quanto meu filho cuide de você, você ainda é apenas uma escrava.

O baque dessas palavras colocou Beatrice no seu lugar.

- Me perdoe, mestra - ela se curva para Emma - Eu não queria parecer ingrata.

- Ah, está tudo bem - o tom de Emma fica mais simpático - Não consigo ficar com raiva de você, boneca.

Beatrice odeia ser chamada de boneca, mas sorri para Emma quando ela diz isso.

- Obrigada, mestra.

Beatrice foi dada de presente a Alastair no seu aniversário de 13 anos, ela havia apenas 11 anos na época, era uma boneca, uma escrava sexual do Conselho. As bonecas são garotas abandonadas, órfãs ou vendidas pelos pais, compradas por representantes dos Monarcas, elas são levadas a uma instalação, chamada Casa de Bonecas, onde seriam castradas, domesticadas e vendidas para quem pagar mais.

O mercado de bonecas é um dos negócios mais lucrativos do Conselho dos Monarcas, os mais ricos clientes ao redor do mundo, tiram dos seus fartos bolsos, fortunas para comprar a sua própria escrava, domesticada e obediente.

Após a compra, não é do interesse do Conselho o bem estar das garotas vendidas, o cliente pode fazer o que bem entender com elas. Outro fator que faz o mercado de bonecas ser tão lucrativo para o Conselho é o seu comprometimento em entregar a boneca que o cliente exige, alguns pedem uma garota normal, sem defeitos, outros fazem pedidos mais extravagantes, como retirar alguma parte do corpo da menina, como uma perna ou um braço, outras vezes, raspar o cabelo ou pintar de outra cor, e até mesmo retirar os dentes. Não importa quão grotesco for o pedido do cliente, os vendedores atendem esse pedido sem questionar.

Por todas essas coisas, Beatrice ainda é grata por ter sido vendida para Alastair, outras pobres garotas não tiveram a mesma sorte, por causa dos procedimentos médicos e estéticos que as meninas são submetidas, muitas delas desenvolviam doenças e infecções com o tempo e seus compradores não tinham o menor interesse em ajudá-las, já que era muito mais fácil substituir a boneca doente por outra saudável, então a taxa de mortalidade das escravas é muito alta, geralmente morrem na faixa de 14/15 anos. Já outros clientes mais sádicos, simplesmente as matavam a bel prazer, para comprar outras e continuar um ciclo sangrento.

Sentada na cama de Alastair, Beatrice estava refletindo sobre tudo isso, pensava em todas as meninas que viveram com ela na Casa de Bonecas, lembra de cada rosto apático e aflito que estava ao seu lado durante o longo período naquele inferno.

Elas estão todas mortas, só eu continuo viva, pensava a jovem moça de 19 anos, a boneca que viveu mais tempo até então.

A porta do quarto se abre, Alastair entra feliz e animado, dançando e cantarolando uma melodia aleatória.

- Pelo jeito, tudo deu certo - Beatrice diz, levantando da cama e se curvando para Alastair.

- Deu mais do que certo, Bea - Alastair começa a tirar o terno enquanto fala - Meu projeto foi aprovado e vai ser executado o quanto antes.

- Que bom, mestre, sabia que você conseguiria.

- Obrigado, doçura - ele fica completamente nu - Aliás, preciso de você no meu projeto, então você vai me acompanhar no desenvolvimento a partir de agora.

- Seria uma honra, mestre, farei de tudo para ajudar - ela se curva novamente.

- Que bom, agora tira essa camisola e deita na cama, conversamos sobre isso depois, agora eu quero outra coisa de você.