mãos

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Os olhos de Mia começaram a se acostumar com a escuridão do ambiente, aos poucos ela começou a ter uma noção de onde está.

Um labirinto?, pensou. Realmente, parecia um labirinto, ela estava entre dois muros altíssimos de pedra, um paralelo ao outro, seguindo um caminho sem fim, para ambos os lados.

Os olhos ainda a observam, Mia os vê, mas não se preocupa, ela acha que são apenas brilhos na paredes do labirinto.

-Para que lado ir?- ela diz para si - esquerda ou direita?

Conforme seus olhos se acostumam a pouca claridade, ela começa a ver uma certa figura ao longe. Um obelisco, alto e visível no horizonte. Mia decide ir em direção a ele.

Conforme ela vai se aproximando, escuta um som peculiar, mas reconhecível. Corujas.

Corujas num labirinto? Ok, ela pensa, não seria a coisa mais estranha que veria neste dia.

A cada passo, o obelisco vai ficando mais longe e o desespero começar a entrar na cabeça de Mia. Ela começa a andar mais rápido, o que acaba se tornando em uma corrida desenfreada em direção ao monumento.

Ela não sabia o que tinha lá, mas estava se prendendo ao obelisco como se ele fosse a porta de saída daquele lugar. Mia fica ofegante, os minutos passam e o monumento vai ficando cada vez mais distante. Uma voz sussurra na sua cabeça:

Não pare, chegue a mim. Não pare de jeito nenhum.

Mia continua correndo, mas seus pulmões não estão aguentando mais, suas pernas doem, sua visão começa a embaçar.

Ela decide parar. Uma voz é ouvida do obelisco:

- Você não devia ter parado!!!

O chão se abre e Mia despenca numa descida, conforme vai escorregando em direção ao abismo, mãos brotam das paredes e começam a segurar o seu corpo.

-Me ajudem! - ela implora.

As mãos seguram seus braços e suas pernas, enquanto outras mãos passam pelo seu corpo, Mia entra em pânico quando ela começa a sentir as mãos entrarem nas suas roupas. Ela se debate, grita por ajuda, enquanto se sente cada vez mais violada. Mais mãos aparecem e começar a segurar o seu corpo, enquanto outras rasgam as suas roupas.

Mia chora e grita, uma mão segura o seu pescoço e outra tapa a sua boca, os gritos sufocados ficam mais altos, centenas de mãos pelo seu corpo, agora inteiramente nu, segurando com força cada parte do seu corpo.

Mais e mais mãos vão subindo por cima dela, ela já não respira mais, o desespero se transforma em alívio.

Eu vou morrer. Finalmente vou morrer. Encontrarei Alice.

É o seu último pensamento antes de ser largada no chão, desmaiada, nua e traumatizada.

salute! (Eu Voltei!!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora