tabuleiro

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Alice estava limpa, após ter as roupas rasgadas, o homem voltou com uma mangueira e sabão e deu um banho nela, um banho muito minucioso, mas Alice não tinha forças para impedir ele de tocar seu corpo.

Ele a secou e a vestiu com um vestido de pano branco, parecido com roupa de hospital e a sentou na mesma cadeira, o outro homem, entrou na sala com uma mesa de metal e a colocou na frente de Alice. Já outro, trouxe outra cadeira

Os dois homens saem e fecham a porta, deixando Alice sozinha na sala. Ela coloca os braços sobre a mesa, depois encosta a cabeça. Alice se sentia no céu, afinal, depois de passar dias deitada num piso gelado de concreto em meio a excrementos, ficar com a cabeça deitada na mesa era como um sonho.

Alguns minutos depois, a porta se abre novamente, uma mulher com roupas de enfermeira e máscara entra com uma maleta médica, mas ao invés de ver como Alice está, ela se posiciona atrás dela, ficando parada em pé, próximo a parede. Alice fica encarando a mulher até ouvir outra pessoa entrando na sala, um rapaz alto, de terno cinza-azulado, com uma gravata verde, seus cabelos eram curtos e avermelhados, ele era bonito parecia estar na faixa dos 20 anos, numa das mãos, trazia uma maleta de escritório, na outra, uma bandeja com um prato de comida, talheres de plástico ,e um copo com água. Ele coloca a bandeja na frente de Alice.

"Coma, por favor", ele falou num tom simpático.

Alice olhou para o prato com carne, batatas cozidas e brócolis, parecia estar delicioso, ela não consegue resistir, pega uma batata e come rapidamente. Ela olha para o copo com água e bebe tudo de uma vez, era muito bom estar bebendo água limpa e não água sugada de seus braços molhados e sujos na hora do banho.

Em poucos minutos, ela come tudo no prato. Depois dessa refeição, Alice já estava mais lúcida e com mais energia. O jovem a olhava com um rosto enigmático, parecia estar feliz, mas não dava para saber se ele realmente estava assim.

"Pelo jeito você não deixou nada pra não é?", ele puxa a bandeja e coloca no chão, "Como está se sentindo, Alice?"

Ao ouvir seu nome, os olhos de Alice arregalaram.

"Quem é você? O que eu tô fazendo aqui? Porque você tá faz..."

"Calma!", o jovem interrompeu, "Sei que pode parecer ruim, mas eu estou aqui para te ajudar."

Alice ficou calada.

"A comida tava gostosa?", ele continua, apontando para a boca de Alice, "Pelo visto estava, você comeu tudo."

"Porque estou aqui?", pergunta Alice, olhando nos olhos do rapaz.

"Você pergunta isso antes de perguntar o meu nome? Que falta de educação!"

"E qual o seu nome?", ela pergunta, revirando os olhos.

"Bom, quando terminarmos aqui, eu falo pra você", ele diz, com uma simpatia falsa.

Alice revira os olhos novamente.

"Então tá, o que eu tô fazendo aqui?"

Ele pega a maleta e coloca em cima da mesa.

"Você vai fazer uma coisa comigo, quando a gente acabar, você vai embora."

Alice ficou assustada, pensando no que ela iria ter que fazer com ele, o jovem percebeu e deu uma risada.

"Não se preocupe, não é isso que você tá pensando", ele tira um tabuleiro dobrado da maleta", Você vai jogar comigo, quando acabarmos o jogo, você vai embora."

"O quê? Só isso? Eu jogo com você e vou embora?", ela estava surpresa com o plano dele.

"Sim, basicamente. Termine o jogo e vá embora."

"E se eu recusar?"

"Então eu vou embora sozinho, e você vai ficar aqui, até a fome e a sede remoerem seus ossos", o rapaz disse, sorrindo de forma irônica.

Alice não sabia o que ele tava planejando, mas não tinha escolha, era jogar ou morrer ali mesmo. Ela olha para trás, vê que a enfermeira estava agachada, abrindo a maleta.

"O que ela tá fazendo?"

"Bom, você passou muito tempo aqui, ela vai fazer uns exames pra ver se você não está com nenhum problema de saúde.", ele responde, de forma paciente.

"Hum, tá bom."

"Vai querer jogar?"

"Eu não tenho muita escolha né?"

"Você tem sim, só não é uma escolha prudente."

"É, como é esse jogo?"

"É bem fácil na verdade, só um segundo", ele desdobra o tabuleiro e o estica na mesa, Alice olha com estranheza, aquele tabuleiro era diferente de tudo que ela havia visto.

"Isso é...um labirinto?", ela pergunta.

"Sim, minha querida, o nome desse jogo é 'salute!', você percorre o labirinto, ao final, você chega aqui", ele pega um objeto branco parecido com a torre do jogo de xadrez e coloca no final do labirinto.

"Tenho que chegar no obelisco? Só isso? Tudo bem, podemos começar logo?"

"Só um segundo, antes temos que fazer uma coisa", o rapaz acena para o espelho e as luzes da sala se apagam, a única luz que se mantém acesa é a luz que dá em cima do tabuleiro.

"O que tá acontec....", antes de Alice terminar de falar, a enfermeira tapa a sua boca com força e aplica uma seringa no seu pescoço, Alice sente um dor horrível, se debate, mas a enfermeira a segurou de uma forma que não conseguia se mexer, ela começa a inserir um líquido cinzento na sua corrente sanguínea, descia queimando como ácido, quando ela terminou de aplicar o líquido, Alice cai no chão, se debatendo.

"Calma, meu bem, estamos apenas aplicando um alucinógeno poderoso chamado 'Vôo da Borboleta' na sua corrente sanguínea, você vai sentir enjoos e uma dor horrível por alguns segundos, mas acho que você tá acostumada não é?", diz rapaz, tranquilamente.

Após alguns segundos que pareciam uma eternidade, ela para de se debater, seu corpo fica mais relaxado, o rapaz faz um sinal para que a enfermeira a levante e a coloque de novo na cadeira.

" Muito bem", ele diz, "Vamos começar o experimento."

salute! (Eu Voltei!!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora