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Se passaram três horas desde a entrada de Alastair na sala de reuniões, Henry estava impaciente, andando de um lado para o outro da sala.

Como ele está? Será se o Conselho vai aprovar o seu projeto?, pensava o aflito pai.

Crowley estava cochilando na poltrona, havia fumado todos os seus cigarros e adormeceu de tédio. Ele estava bem reclinado, com os pés em cima da pequena mesa de vidro.

- Quanto tempo isso vai demorar?!?! - Henry se exalta, acordando Crowley.

- Sabe, Jojo, você ficar impaciente e perturbar o cochilo alheio não vai adiantar de nada.

- Desculpa, é que já faz três horas que a reunião começou, quando treinamos sua apresentação, a duração era de, máximo, uma hora e meia. E não me chame de Jojo, porra.

- Aposto que o Conselho deve estar bombardeando o garoto com perguntas sobre orçamentos e estrutura, coisas assim, não precisa ficar nervoso - Crowley diz, ajeitando a postura na poltrona.

Henry assente com a cabeça e senta na poltrona, se inclina na direção de Crowley.

- E se ele não for aprovado?

- Ele volta pra casa com as mãos abanando, o que seria uma pena, o garoto se entregou de corpo e alma nesse projeto, aposto que ele desistiria de tudo e abriria uma floricultura ou algo assim - Crowley responde, caçoando dos falecidos pais de Henry, que eram floricultores.

- Falando assim, não parece tão ruim, eu sempre falava que ia abrir uma floricultura quando me aposentasse do Conselho.

- Por favor, com a sua idade, a sua única serventia numa floricultura seria para adubar as plantas - responde Crowley.

- Eu já disse que odeio seu senso de humor?

- Desde 1939.

Os amigos riem juntos, Henry tenta se manter calmo, mas a incerteza da aprovação de seu filho ainda o afligia.

A porta da sala de reuniões se abre, Alastair sai de lá sozinho, com os olhos fixos no nada, como se estivesse em choque. Ao ver a cena, Henry e Crowley se levantam rapidamente e vão na direção do garoto.

Henry segura os ombros do filho.

- Alastair, está tudo bem???

- O que aconteceu lá, Ally?

Alastair não respondia, apenas ficava vidrado para o nada. A porta se abre novamente:

- Ah! Você está aí, garoto! - diz Richard, saindo da sala de reuniões - Você saiu antes de que pudéssemos dar os detalhes.

- O que fizeram com ele, Richard?

- Relaxa, Henry, não fizemos nada, nós apenas dizemos que o projeto dele foi aprovado por voto unânime.

- Espera, o quê??? - Crowley abriu um sorriso de orelha a orelha ao ouvir isso.

- Achei que teriam que ser feita mais algumas reuniões antes disso e...

- Nada disso - Richard interrompe Henry - Nós achamos seu filho um rapaz muito criativo, o projeto dele foi uma ótima surpresa, decidimos não tirar e nem pôr.

- E o Bartolomeu? - pergunta Crowley, baixinho.

- O garoto o conquistou quando ele chegou na parte do orçamento, com a aprovação dele, os outros Bispos o apoiaram no voto.

A felicidade e a surpresa de Crowley era evidente, já Henry estava orgulhoso do filho e feliz por ter o apoiado desde o começo, mas no fundo, sabia que tinha alguma coisa errada. Richard continuou:

- Com a sua aprovação, ele será promovido imediatamente a Mestre e você, John, será oficializado Monarca.

- Muito obrigado, Monarca Helms - Crowley o reverenciou - Já tem previsão de quando vamos começar com o projeto dele?

- Imediatamente - diz Alastair, voltando a si.

- O que?! - Henry fica surpreso - Achávamos que íamos ter mais alguns meses para planejamento.

- Não, em alguns meses, queremos é resultados - responde Richard - Dentro de algumas horas, informaremos a vocês sobre a instalação e o orçamento, após isso, o projeto já pode ser iniciado.

Todos ficaram em silêncio por alguns segundos, até que Richard volta a falar:

- Bom, como vocês não tem mais nenhuma pergunta, podem ir embora, vou querer o Projeto Salute em operação o quanto antes e vocês tem muito o que discutir.

Ele se vira e caminha em direção a sala de reuniões, chegando na porta, volta os olhos para Alastair, que já tinha se recuperado mais.

- Garoto - ele diz - Nós estamos investindo muito em você, não nos decepcione.

- Não irei, Monarca Helms - Alastair responde, de peito estufado.

Richard acena com a cabeça, entra na sala de reuniões e fecha a porta.

salute! (Eu Voltei!!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora