acidente

29 4 0
                                    

O plano era simples: um carro numa estrada escura, indo para casa, outro carro, de faróis apagados, se mete bem na frente do primeiro carro, ao passar por um cruzamento, os dois carros colidem, todos morrem.

Crowley já havia silenciado pessoas várias vezes a mando do Conselho, um acidente aqui, um envenenamento ali, ele já tinha experiência no assunto. Mesmo sendo agora um Monarca, preferiu não designar um Mestre para tal tarefa, decidiu fazer ele mesmo, já que se considerava o mais capaz.

Ele já havia estudado o trajeto de Franklin para casa, após sua demissão, estava trabalhando durante o turno da noite como médico com sua esposa num consultório a alguns quilômetros de sua atual residência, o caminho passava por uma rodovia deserta, que seria perfeita para tal acidente.

Escolher o "assassino" sempre foi a parte mais difícil do esquema para Crowley, não queria que fosse um cara qualquer, se pegasse um homem aleatório na rua e o fizesse causar o acidente, a polícia procuraria saber porque esse homem saiu nessa estrada, nessa hora da noite, sendo que ele não morava pelas redondezas. Mesmo sendo quase impossível ligarem Crowley e o Conselho nesse incidente, seria uma situação desconfortável, e poderia levantar perguntas que o Conselho gostaria que não fossem feitas.

Após dar algumas voltas pela cidade, Crowley encontrou o "assassino" perfeito. Já era bem tarde, e o jovem negro saía da loja, o dono não aceitava negros durante o dia, mas a noite, quando os compradores brancos diminuíam, ele permitia que comprassem, um de cada vez, para ter controle dos produtos comprados. Crowley o observava a distância, dentro de seu carro, com os faróis apagados, esperava ele sair da loja para o seguir.

O jovem saiu da loja, entrou no seu carro e foi embora, Crowley o seguiu para completar o seu plano.

"Ninguém vai perguntar porquê um crioulo estava na rua naquele horário, naquela estrada, ninguém liga, só vão jogar a culpa nele e pronto.", pensava Crowley, seguindo a distância o carro do rapaz.

Ele seguiu o carro do rapaz por mais alguns quilômetros, até ele parar no canto da estrada para urinar. Crowley parou alguns metros atrás, silenciosamente, saiu do carro com uma toalha banhada em clorofórmio e andou sorrateiramente na direção do jovem.

Algumas horas depois, a polícia municipal recebeu o chamado de um acidente na rodovia, onde dois carros colidiram, um rapaz negro e um casal de médicos estavam nos carros, nenhum sobrevivente.

Henry estava dormindo tranquilamente na sua cama quando o telefone tocou, com os olhos pesados, ele se levantou e foi atender, Emma também havia acordado com o som do telefone e estava esperando ele voltar para dar a notícia. Henry volta para o quarto e deita na cama.

- E aí? - pergunta Emma.

- Era Crowley.

- E o que ele disse?

- Disse para colocarmos nossa roupa de velório, temos alguns cadáveres para beijar.

Ela rapidamente entendeu sobre o que ele estava falando, assentiu com a cabeça e voltou a dormir.

salute! (Eu Voltei!!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora