Cap. 32 - Vamos continuar procurando

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Pov Juliette Freire

Paro na rua em frente à casa de Sarah, abaixada, as mãos nos joelhos para recuperar o fôlego. Aquela sensação me toma novamente. É sinistra, como se alguém estivesse me observando. Limpo o suor da testa, puxo o fone do meu ouvido e dou uma olhada ao redor, sem encontrar ninguém. Então, noto as cortinas se mexendo dentro da casa do outro lado da rua. A casa de Emily. Olho fixamente por um momento, mas, minutos depois, a cortina fica imóvel. Meus próprios medos e suspeitas estão definitivamente me vencendo.

Sarah atende a porta antes mesmo de eu apertar a campainha. Ela sorri para mim e pega minha mão, me puxando para perto dela. O beijo que me dá nos lábios me faz esquecer de todo o resto.

— Conseguiu voltar ao sótão depois que ela saiu hoje de manhã? — Sarah pergunta assim que a porta se fecha atrás de mim.

Assinto, mas não digo nada, olhando ao redor.

— Não tem ninguém em casa. Meus pais foram a San Diego visitar minha tia. Só voltam à noite.

— Ah.

— Foi no Hospital de Long Beach?

— Não, foi no Hospital Universitário de North Shore. Pesquisei no Google. Fica a mais ou menos quarenta quilômetros.

— Sei onde é.

— No site deles diz que é preciso ir pessoalmente e mostrar um documento de identidade para solicitar arquivos médicos ou preencher alguns formulários e reconhecê-los em cartório — eu explico.

— Está com sua carteira de estudante?

— Sim.

— Então vamos.

— Mas... — Olho para minha roupa de ginástica. — Estou toda suada.

— Você parece quente.

— Estou com calor. Corri muito e hoje está quente.

Sarah mexe as sobrancelhas.

— Não foi isso que eu quis dizer.

— Ah. — Enrubesço.

Ela me puxa para ela de novo. — Gosto de você assim.

— Com o cabelo escapando do rabo de cavalo, o rosto vermelho e o suor escorrendo pelo corpo?

Ela assente, um sorriso malicioso no rosto.

— Você suada e enrubescida é o jeito que mais gosto. Me faz lembrar de duas noites atrás no seu quarto.

A temperatura em meu rosto já suado aumenta ainda mais.

— Você só sabe pensar em uma coisa.

— Verdade. Somente Juliette o tempo todo.

Sarah me beija de novo e geme.

— Vamos lá, vamos pegar a estrada ou acabaremos não indo a lugar algum hoje.

**************

Passamos por uma placa na estrada para o Hospital Universitário de North Shore e meus nervos ficam à flor da pele. Sarah aperta minha mão esquerda, que esteve segurando desde quando começamos a viagem.

— Você está bem? — Ela me olha de relance e volta os olhos para a estrada.

Foi ideia da Sarah voltar ao sótão e procurar o nome do hospital para tentar conseguir meus dados. Ela tem sido incrível desde quando lhe contei sobre a minha irmã. Pesquisando online e descobrindo tudo sobre a lei da Califórnia. Não me sinto mais sozinha nisso.

Peças do destino - Versão SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora