Cap. 43 - Morri de saudades

501 68 2
                                    

Pov Juliette Freire

Os lábios de Sarah esmagam os meus, a intensidade e a crueza do beijo me chocando, a princípio, mas rapidamente eu me derreto. Estou sem fôlego quando ela puxa sua cabeça para trás. Mas desabo, tudo desaparecendo à nossa volta, quando ela me beija de novo, desta vez maravilhosamente gentil. Nossos olhos travam, ela olha para mim enquanto cultua minha boca com beijos suaves como penas, de um lado a outro e depois de volta, mais uma vez. E então ela me beija tão profundamente, tão cheia de emoção, que rouba meu coração juntamente com o meu fôlego.

Ficamos assim por um longo tempo. Roubando beijos e sorrisos, à medida que a luz do dia se transforma em escuridão e a lua brilha resplandecente sobre nós.

— Eu quase me esqueci. — Sarah enfia a mão no bolso e tira uma caixa. — Feliz Dia dos Namorados!

É um lindo medalhão antigo em formato de coração. Sarah o abre para mim.

— Pensei que talvez pudesse colocar uma foto sua de um lado e uma da sua mãe do outro, assim sempre estarão perto uma da outra. — Ela sorri.

— Eu adoraria isso. Obrigada.

Há uma gravação na parte de trás, mas está muito escuro e não consigo decifrar as palavras.

— Não consigo ler — digo em voz baixa. — O que está escrito?

Sarah olha fixamente para mim e vejo-a engolir em seco antes de falar.

Diz que o amor não precisa de palavras. Você me conquistou antes mesmo de falar. — Ela faz uma pausa, colocando a corrente em meu pescoço. — Agora você tem meus dois corações.

As lágrimas rolam pelo meu rosto. Ela as limpa.

— Por favor, não chore.

— Mas são lágrimas boas, não ruins.

— Mesmo assim. Acaba comigo ver lágrimas no seu rosto lindo.

Eu sorrio. Ela tira o medalhão do espaço entre os meus seios.

— Gosto de onde ele fica. — Ela sorri maliciosamente enquanto aponta para o coração na corrente onde está pendurado.

— Tenho outro presente.

— Outro?

Ela põe a mão no outro bolso e tira algo. — Feliz Aniversário.

— Esse é...

— É. — Ela sorri.

— Ah, meu Deus. Como você sabia onde encontrá-lo?

— Carla contou que você vendeu um anel que sua tia lhe deu. Então, fiz sua tia ir a todas as lojas de penhores nas redondezas para me ajudar a encontrá-lo.

Minha tia. Sinto-me mal por tê-la abandonado, mesmo com ela guardando tantos segredos de mim.

— Como está a tia Claire?

— Preocupada com você. Ela está realmente abalada por você ter descoberto tudo e não ter sido ela a lhe contar.

— Ela mesma poderia ter me contado.

— Eu sei. — Ela me beija suavemente nos lábios. — Mas isso não significa que ela não ame você e não esteja preocupada. Ela própria precisa lhe explicar tudo, mas estava tentando te proteger.

A luz do sol se foi e o vento nordeste sopra forte em cima da torre. A brisa me faz tremer.

— Vamos. Vamos sair daqui. Vou ligar para o Bill vir nos buscar.

— Bill?

— Sim. Ele resolveu que eu o convidei para essa viagem.

— E convidou?

— E convidou?

— Não.

Rimos juntas. Ao nos viramos para descer os degraus estreitos, Sarah coloca um pedaço de papel dobrado dentro da minha mão ao pegá-la. Hoje, eu não quero esperar até que ela vá embora para ler. Paro e abro o bilhete, sorrindo para ela.

"Eu morri de saudades"

Peças do destino - Versão SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora