004. Tudo vai ficar bem

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004. Tudo vai ficar bem

            Como assim você comprou um gato, Sirius!?
            Isso é alguma tentativa de deixar Dark com ciúmes?
            Saiba que não vai conseguir! Ele anda bem calmo ultimamente.
            Obs: Vou cedo para a sua casa, não quero perder uma cabine!

Anne V. Snape

      Sirius terminou de ler a carta com um sorriso. Dark era o gato preto de Anne. Ela o comprará no ano passado após o comparar o próprio pai, querendo até dar seu sobrenome para ele.

Miau! — Max saltou para cima da cama.

— Isso é um aviso? — O gato miou novamente — Tenho que arrumar minhas coisas mesmo? — Miau! — Você me dá medo, Max...

       Ele se levantou e se dirigiu para o malão; abriu e tirou de lá pergaminhos velhos e usados, tinteiro vazios, penas horríveis e um monte de pacotes de bala.

       Tia Eliza trabalhava hoje; ela Trabalhava no Uso Indevido da Magia, no ministério da Magia. Então, Sirius aproveitou para deixar suas coisas arrumadas para o dia de ir a Hogwarts.

      Pegou um pano na cozinha e molhou para limpar o malão. Ele precisava arrumar os pergaminhos, separar as penas, colocar os tinteiros; também não podia esquecer dos  uniformes e dos cachecóis, do uniforme de Quadribol, da vassoura; todos os livros, o cadeirão, os ingredientes de Poções...

       Em outras palavras, todo o necessário para estudar em Hogwarts.

💛~

      Sirius estava quentinho, seu corpo relaxado e sua mente vazia; mas a felicidade dura pouco. Sua coberta foi puxada para cima em menos de um segundo.

— Acordei tarde. Levanta se não quiser perder o trem! — A voz de Eliza era tensa.

       O garoto se sentou tão depressa que sua cabeça girou por conta da tontura. Ele encarou a madrinha de olhos arregalados.

— QUE?

— Você ouviu! É melhor levantar. — Ela saiu correndo do quarto, na direção da cozinha.

      《Sirius On》

     Por que diabos ela não colocou um despertador?
     
      Saltei da cama em direção ao armário, peguei uma camiseta preta e uma calça jeans, tentei as vestir o mais rápido que conseguia.

      Corri em direção a cozinha; cheguei me atirando em uma das cadeiras. Puxei um pão e dei uma grande mordida. Perder o trem de Hogwarts não era uma escolha.

— Clanto Tiemplos temus? — Perguntei com a  boca cheia de pão.

       Um sorriso brincalhão se espalhou pelo rosto de Tia Eliza.

— Vinte minutos — Informou.

      Filha da puta.

Ha ha ha muitlo inglasado

— Não fale de boca cheia! — Ela fez uma careta de nojo — Anne deve chegar aqui em 2 minutos.

       Finalmente consegui engolir a grande quantidade de pão que tinha na minha boca. Em dois minutos, Anne Snape apareceria na lareira da sala e se jogaria em cima de mim. Eu sorri. Conhecia Anne desde o primeiro ano em Hogwarts, ela me acompanhou durante todo este tempo. Ela se torno a segunda pessoa que eu mais confiei — A primeira é a minha madrinha.

— E pensar que em daqui alguns anos vocês vão se casar! — Tia Eliza enchia a própria xícara de café.

         Cuspi o pedaço do pão.

Nojento! — Gritou Eliza, puxando a varinha e fazendo o pedaço de pão cuspido voar para a lixeira.

— Ficou louca, Tia!?

— Claro que não. Sou uma fada madrinha, reconheço um amor juvenil — Ela atirou o cabelo pra trás com um sorriso — Eu falei o mesmo pra Alic...— Seu sorriso caiu e consegui ver a tristeza dominar seu olhar; Eliza abaixou a cabeça.

      Senti minha garganta queimar. Sempre era desconfortável quando Eliza lembrava da minha mãe. Eu sento vontade de chorar, ela sempre parece uma boa
pessoa na mente da madrinha, mas não, Alice não é boa.

       A fogueira se acendeu de repente, assim que o fogo se apagou, uma garota de cabelos escuros como seus olhos, puxando um malão apareceu.

— SIRIUS! — Ela largou o malão e correu até mim.

       Me levantei, preparado para o ataque. Os braços de Anne abraçaram meu pescoço; coloquei minha cabeça em seu pescoço e a abracei também.

— Menina Snape!

      Abracei ela mais forte; o cheio de flores dos seus cabelos me trouxeram uma paz que eu havia esquecido. Senti ela sorrir, pelas cócegas que senti no pescoço.

— Owww...tão fofos! — A voz da Tia Eliza soou longe; me afastei do aperto de Anne

      Encarei os olhos escuros antes da garota falar:

— A-ha! Ali está! — Ela apontou para uma das cadeiras a mesa, onde Max encontrava-se perfeitamente confortável. Anne andou pesadamente até a cadeira e apontou o dedo para Max — jamais roubará o lugar de Dark!

       Ri. A bruxinha se virou e me encarou; sua expressão ficou séria.

— Eliza, pode me emprestar um casaco pra viagem? Só tenho os de inverno.

— Ah, claro, querida! — Eliza piscou para mim enquanto ia para o quarto.

— Sirius, você está bem? — Anne perguntou.

— Ahan — Sorri.

— Não, Sirius. Você está mesmo bem?

      Engoli seco.

— Eu...não sei...— Abaixei a cabeça.

       As mãos quentes de Anne agarraram as minhas. Nossos dedos se entrelaçaram; senti minhas bochechas queimarem.

— Olhe pra mim — Anne sussurrou; obedeci — Os guardas de Azkaban vão ficar em Hogwarts, você vai estar seguro, Sirius — Ela apertou mais as minhas mãos — Vou estar aqui, sempre, tá bom? — Anne sorriu e não pode evitar de fazer o mesmo — Tudo vai ficar bem, eu juro! — Ela me abraçou.

— Você mentiu sobre o casaco, né?

— Mais ou menos. — Riu — Um homem prevenido morreu de velho. Mas precisava que ela saísse da sala.

— Ansiosa pra voltar pra Hogwarts?

— Sim e não. Ninguém gosta de estudar...— Anne se separou do abraço — Nem de encarar o meu pai.

      Nós dois rimos.


O Filho de Regulus Black: Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora