050. O verdadeiro Moody

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      Sirius alcançou os professores na porta da sala de Moody. Dumbledore mandou todos se afastarem.

— Estupefaça! — Houve um lampejo ofuscante de luz vermelha, e, com grande fragor de madeira estilhaçada, a porta da sala de Moody rachou ao meio...

      Moody foi atirado de costas ao chão.

      O diretor entrou na sala, enfiou um pé sob o corpo inconsciente de Moody e virou-o de barriga para cima, de modo que seu rosto ficasse visível. Snape entrou em  eeguida, olhando o Espelho-de-Inimigos, no qual seu próprio rosto ainda era visível, examinando a sala.

      A Profª. McGonagall dirigiu-se imediatamente a Harry.

— Vamos, Potter — sussurrou ela. A linha fina de seus lábios tremia como se ela estivesse à beira das lágrimas. — Vamos... ala hospitalar...

— Não — disse Dumbledore energicamente.

— Dumbledore, ele precisa, olhe só para ele, já sofreu bastante esta noite...

— Ele fica, Minerva, porque precisa compreender — respondeu o diretor secamente. — Compreender é o primeiro passo para aceitar, e somente aceitando ele pode se recuperar. Precisa saber o que o fez passar pela provação desta noite e o porquê.

— Moody — disse Harry. Ele continuava num estado da mais completa descrença. — Como pode ter sido Moody?

— Este não é Alastor Moody — disse Dumbledore em voz baixa. — Você jamais conheceu Alastor Moody. O verdadeiro Moody não teria retirado você das minhas vistas depois do que aconteceu hoje à noite. No instante em que ele o levou, eu compreendi, e o segui.

      Dumbledore se curvou para a forma inerte de Moody e meteu a mão nas vestes do bruxo. Tirou o frasco de bolso de Moody e uma penca de chaves numa argola. Depois se voltou para a Profª. McGonagall e Snape.

— Severo, por favor, vá buscar a Poção da Verdade mais forte que você tiver, depois vá à cozinha e me traga aqui o elfo doméstico chamado Winky. Minerva, por favor, desça à casa de Hagrid, onde você encontrará um enorme cão preto sentado no canteiro de abóboras. Leve o cão ao meu escritório, diga-lhe que irei vê-lo daqui a pouco, depois volte aqui.

      Se Snape ou Minerva acharam essas instruções estranhas, eles ocultaram sua confusão. Os dois se viraram na mesma hora e saíram da sala. Dumbledore aproximou-se do malão com as sete fechaduras, enfiou a primeira chave na fechadura e abriu-o. O malão continha uma profusão de livros de feitiços. Em seguida o diretor fechou-o, enfiou a segunda chave na segunda fechadura e tornou a abrir o malão. Os livros de feitiços haviam desaparecido; desta vez o malão continha uma variedade de bisbilhoscópios, algumas folhas de pergaminho e penas, e algo que lembrava uma Capa da Invisibilidade. A boca de de Sirius caiu enquanto ele observava Dumbledore enfiar a terceira, quarta, quinta e sexta chaves nas fechaduras e reabrir o malão que, a cada vez, revelava conteúdos diferentes. Por fim, enfiou a sétima chave na fechadura, escancarou a tampa e Sirius prendeu a respiração.

      O garoto deparou com uma espécie de poço, uma sala subterrânea e, deitado no chão, bem um metro abaixo, aparentemente em sono profundo, magro e de aparência faminta, encontrava-se o verdadeiro Olho-Tonto Moody. Faltava-lhe a perna de pau, e a órbita em que deveria estar o olho mágico parecia vazia sob a pálpebra e lhe faltavam chumaços de cabelos grisalhos

— Vovô! — Gritou Sirius, se agarrando ao baú.

— Estuporado, controlado pela Maldição Imperius, muito fraco — disse. — Naturalmente, precisariam mantê-lo vivo. Harry me atire a capa do impostor, Alastor está congelando. Madame Pomfrey precisará examiná-lo, mas ele não parece correr perigo imediato. Sirius, você quer levá-lo?

O Filho de Regulus Black: Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora