024. As figuras prateadas

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       O grupo era, na visão de Sirius, ridiculamente estranho. Bichento e Max lideravam a fila; Lupin, Pettigrew e Rony vinham a seguir, parecendo competidores de uma
corrida de seis pernas. Depois vinha o Prof. Snape, flutuando feito um fantasma, os pés batendo em cada degrau que descia, seguro por sua própria varinha, que Black apontava para ele. Harry e Hermione viam em seguida e por último estava Sirius e Anne.

       Anne passará quase o caminho inteiro resmungando para Black e Lupin.

       Voltar ao túnel foi difícil. Lupin, Pettigrew e Rony tiveram que se virar de lado para consegui-lo; Lupin continuava a cobrir Pettigrew com a varinha. Harry os via
avançar lentamente pelo túnel em fila indiana. Bichento sempre à frente. Harry logo atrás de Black, que continuava a fazer Snape flutuar à frente com a cabeça mole
batendo sem parar no teto baixo. O menino tinha a impressão de que Black não estava fazendo nada para evitar as batidas.

      Sirius percebeu que Anne passaria a odiar Black pela forma em que ele estava tratando seu pai.

— Você sabe o que isso significa? — perguntou Black abruptamente a Harry enquanto faziam seu lento progresso pelo túnel. — Entregar Pettigrew?

— Você fica livre... — respondeu Harry.

— É. Mas eu também sou, não sei se alguém lhe disse, eu sou seu padrinho.

— Eu soube — disse Harry.

— Bem... os seus pais me nomearam seu tutor — disse Black formalmente. — Se alguma coisa acontecesse a eles...

      Sirius olhou para o tio. Ele estava querendo insinuar o que ele pensava? O garoto sentiu as bochechas queimarem, ele sentiu vergonha de estar com ciúme.

— Naturalmente, eu vou compreender se você quiser ficar com seus tios — disse Black. — Mas... bem... pense nisso. Depois que o meu nome estiver limpo... se você quiser uma... uma casa diferente...

— Quê, morar com você? — perguntou, batendo a cabeça, sem querer, numa pedra saliente do teto. — Deixar a casa dos Dursley?

       As orelha de Sirius começaram a queimar. É claro que ele não trocaria a Tia Eliza por ninguém, mas por que Black não fazia aquela pergunta para ele? Ele não era merecedor? Eles tinham o mesmo sangue, Sirius não merecia o mesmo carinho que Harry?

      Anne pareceu notar a batalha de Sirius, ela estendeu a mão e apertou a do garoto. Ela estava ali com ele. Foda-se, Sirius Black, o lufano pensou.

— Você quer? — perguntou ele. — Sério?

— Sério! — respondeu Harry.
 
      Sirius apertou mais forte a mão de Anne. Ele está a com inveja e não gostava de sentir isso.

      Os jardins estavam muito escuros agora; as únicas luzes vinham das janelas distantes do castelo. Sem dizer uma palavra, eles começaram a andar. Pettigrew continuava a arquejar e, ocasionalmente, a choramingar.

— Um movimento errado, Pedro — ameaçou Lupin que ia à frente. Sua varinha continuava apontada de viés para o peito de Pettigrew.

      Em silêncio eles avançaram pelos jardins, as luzes do castelo crescendo com a aproximação. Snape continuava a flutuar de maneira fantasmagórica à frente de Black, o queixo batendo no peito. Então...

      Uma nuvem se mexeu. Inesperadamente surgiram sombras escuras no chão. O grupo foi banhado pelo luar.

       Snape se chocou com Lupin, Pettigrew e Rony, que pararam abruptamente. Black congelou. Ele esticou um braço para fazer os outros quatro pararem.

O Filho de Regulus Black: Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora