043. Conversa com Moody

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     Sirius nunca imaginou que um dia Anne iria o ignorar. Anne e Sirius sempre foram grudados um do outro, sempre estiveram juntos, mesmo depois de uma briga. Mas, agora, Sirius estava sozinho.
 
     Sirius procurou Anne naquela mesma noite para se desculpar e falar que estava com medo, mas Anne não abriu a porta do dormitório. Na manhã seguinte, Sirius esperou por ela na sala Comunal, mas Anne passou direto por ele, não dando ouvidos as suas palavras.

      Ok. Eu posso ter errado gritando com ela, mas me ignorar completamente é muito infantil da parte dela. Foi quando esse pensamento surgiu em sua mente que Sirius desistiu de correr atrás de Anne.

      O pior de estar sozinho é estar sozinho. 9 ruim de estar sozinho e ter que encarar aquelas pessoas sem ninguém ao seu lado. O horrível de estar sozinho é se ver caminhando em direção ao inimigo, como Sirius estava fazendo agora, caminhando em direção aquela sala, onde encontraria um grande rival. Sirius gostaria de ter Anne ao seu lado, sussurrando conselhos e o apoiando apenas com um simples olhar.

      Sirius queria Anne ali, com ele, mas seu orgulho o mantia longe. Sirius se lembrou da primeira vez que encontrou Anne, naquele dia dentro da cabine do Expressk de Hogwarts. Anne estava com os cabelos bagunçados em todas as direções possíveis, ela se encontrava ofegante como se tivesse corrido uma maratona. Ela não conseguia formar uma frase e só apontada para  o banco a frente de Sirius. Sirius balançou a cabeça, então, Anne se jogou no banco com um suspiro de alívio.

      Sirius bateu na porta e a abriu sem esperar uma resposta. Sobre a escrivaninha havia algo que parecia um grande pião de vidro rachado; Harry reconheceu imediatamente o bisbilhoscópio, porque ele próprio era dono de um, embora muito menor do que o de Moody. A um canto, sobre uma mesinha, havia um objeto que lembrava uma antena dourada de televisão e não parava de girar. Zumbia levemente. Havia algo que lembrava um espelho pendurado na parede oposta a Siriua, mas não refletia a sala. Vultos escuros se moviam por ele, nenhum realmente em foco.

— O que faz aqui? — Uma voz rosnou atrás de Sirius.

     Sirius apertou os olhos. Ahhh, como ele odiava aquela voz.

— Queria ver você, vovô — Disse Sirius, amargamente.

— O que você quer, Sirius? — Moody o encarou com o olho mágico e com o verdadeiro.

— Sério? — O garoto bufou — Queria conversar — Sirius puxou uma cadeira e se sentou — Não tenho nada pior para fazer.

      Moody se sentou em frente a Sirius e pós a perna de madeira em cima da escrivaninha.

— O que diabos passou pela sua cabeça para nos mostrar as Maldições Imperdoáveis?

— Eu precisava ensinar para todos o mais importante de tudo: VIGILÂNCIA CONSTANTE! — Moody gritou. Provavelmente achava que Sirius se assustaria, mas o garoto já esperava isso e não moveu um músculo com o grito — Vejo que você aprendeu...— Rosnou

— É como Anne...como Anne fala: herança Moody.

— Não coloque meu nome em um ser das trevas como você.

      Sirius fechou os olhos, seus lábios se tornaram uma linha fina. Ele já esperava isso, mas não podia deixar de se irritar com aquilo. Moody conseguia ser irritante, nojento e insuportável tudo ao mesmo tempo...será que era só com ele? 

— Nunca feche seus olhos diante o inimigo — Moody disse.

       Sirius abriu os olhos.

— Você é meu avô, não um inimigo.

— Sou um ex-auror, meu dever é prender gente como você.

     Sirius bateu os punhos na mesa e levantou em um salto.

— CALE A BOCA! CALE A BOCA! — Ele saiu da sala, batendo com força a porta. Para sua sorte...ou azar...Anne passava pelo corredor.

— Six? — Anne o olho com os olhos arregalados. Sirius correu até ela e a abraçou; a garota retribuiu o abraço um pouco em choque.  — Oh, Sirius! — Ela o abraçou com força — Eu sinto muito mesmo. Desculpa por estar agindo como idiota...se eu soubesse que você iria atrás dele...

— Só me abrace, menina Snape. — Soluçou Sirius. A menina soltou uma risadinha sem diversão e o abraçou com mais força. Eles ficaram minutos assim, parados abraçados. Quando se soltaram, eles se encararam. — O que vamos fazer?

— Sobre...?

— Isso.

— Vamos fingir que não vimos nada naquela noite, ok? Afinal...errr...pode ter sido uma sombra?

—  Fingir? Ignorar? 

— Calma, Sirius. Vai tudo ficar bem.

— Não faz sentido fingir que não vimos dois crimino... — Sirius coçou a nuca. — Ah. Tá. Te entendi. Tudo bem. Vamos ignorar.

— Por você?

        Sirius riu, sem alegria.

— Por mim.


O Filho de Regulus Black: Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora