Capítulo 24 | Constrangimento

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Fui obrigado a aprofundar ainda mais minhas mãos frias dentro do bolso do casaco quente, o vento aqui fora está congelante e meu corpo estremece junto das árvores do campus.

—Você devia comprar uma luva -Sasori comentou notado minha situação, observando os próprios pés enquanto íamos em direção aos portões.

—Eu devo ter uma perdida por aí. 

—Quem sabe você encontra alguma naquela bagunça do seu guarda-roupa? 

—Você quer mesmo voltar com esse assunto? -Resmunguei, revirando os olhos. Esse garoto é mesmo insuportável! (Apesar de ser estranhamente suportável) —Afinal, para onde estamos indo?

—Até algum restaurante aqui perto -Sasori deu de ombros, observando a paisagem agora que saimos de dentro do domínio da escola. É estranho me imaginar saindo para almoçar com ele… —Nos atrasamos, o refeitório fechou a alguns minutos atrás.

—Tudo por sua culpa, você quem decidiu bagunçar o meu guarda-roupa, hum! 

—Eu já disse que tudo estava uma bagunça! -Ele protestou irritado, já com fogo nos olhos ao me encarar.

—Poderia ter simplesmente pedido para que eu arrumasse! 

—Você nunca me ouve!

—Claro, você sempre é tão mandão, hum!

—Oque disse? -Sasori me encarou de forma intimidadora, mas pelo incrível que pareça, ele não tem mais o poder de me provocar desse jeito. Apesar de assassinos, seus olhos são muito belos.

—Você é muito mandão, hum! -Repeti, grosseiro.

Sasori parou de andar e passou a me encarar como uma estátua, poderia deduzir que estava estava prestes a me atacar a qualquer momento, mas parei em sua frente, esperando que fosse dar uma resposta arrogante ou algo do seu fetio, mas ele me pegou desprevenido.

—Urgh, seu merda! -Exclamei de dor assim que ele pisou no meu pé com força, em seguida deu as costas para mim e continuou andando. Isso doeu muito, eu poderia ter me prevenido.

Assim que a dor passou um pouco, apressei o passo para o alcançar e o empurrei de leve, apenas para não deixar barato. Me afastei um pouco para que ele não me atacasse novamente, infelizmente não funcionou.

Baixei a guarda e não demorou para que ele viesse pelas minhas costas e puxasse meu cabelo. Depois dessa, sou obrigado a retribuir de alguma forma!

Voltei a me aproximar, dessa vez minhas intenções eram óbvias, estava prestes a o empurrar para o lado, mas Sasori foi mais rápido e segurou os meus pulsos.

—Você é muito infantil! -Ele protestou irritado, sem largar os meus pulsos apesar de que eu estou tentando me soltar.

—Você quem começou, hum! -O encarei irritado, já ciente que uma briga estava prestes a acontecer.

Minha expressão irritada foi aos poucos se aliviado, me surpreendi assim que um leve sorriso se formou nos seus lábios, como se achasse graça de tudo aquilo, mas não de uma forma debochada ou sarcástica, mas sim como se conseguisse encontrar um estranho prazer em tudo aquilo.

—Você é mesmo muito infantil -Ele repetiu, mas seu tom de voz era leve, como se toda a raiva tivesse desaparecido, ele me largou e continuou andando, me deixando para trás. Meu coração errou uma batida, acabei ficando um pouco desnorteado após usa atitude repentina. Por que ele agiu assim? 

Se eu ficasse mais um instante parado, iria perdê-lo de vista, então apressei o passo e consegui acompanhá-lo sem dificuldade, andando ao seu lado em total silêncio. Queria tirar satisfação do que houve, mas não tenho palavras certas para perguntar qualquer coisa…

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