Capítulo 10 | Encrencas

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Mesmo sem mais necessidade, entrei dentro de uma das cabines e me sentei sobre o vaso sanitário, fiquei observando meus pés enquanto tentava ocupar minha mente tumultuada. Matar aula no banheiro é entediante!

Levei um enorme susto com o ato repentino de alguém batendo sobre a porta com força, como se estivesse disposto a arrombar.

-Matando aula, seu merda? -Eu reconheceria essa voz arrogante em qualquer lugar, era Hidan.

-Oque você quer, hum? -Perguntei tentando ao máximo controlar a intensidade do meu tom de voz, mas meu coração se encontrava tão acelerado que era impossível manter o controle.

-Por que não sai daí e discutimos isso cara a cara? -Isso me pareceu mais uma ordem, quem sabe uma ameaça.

-Não estou afim -Respondi cruzando os braços e pressionando a sola do sapato contra a porta para que mesmo se Hidan quebrasse a fechadura, dificultaria sua entrada.

-Tá com medinho, seu viado?

Ah, ele não disse isso. Disse?

Abri a porta em um suspiro e me posicionei em frente a Hidan o confrontando com o olhar, mesmo que a diferença de altura fosse bem evidente, não me permito abalar por ameaças corporais.

-Eu não tenho nada pra resolver com você, hum! -Cuspi as palavras na sua cara com desdém, fazendo questão de o olhar nos olhos, que conectava uma aura tensa entre nós. As coisas estão prestes a ficarem feias.

-Mas eu tenho -Foi ao falar isso que me empurrou com força contra uma das cabines do banheiro, onde para minha sorte consegui me segurar nas laterais da porta, caso contrário, teria caído contra o vaso e ferido a cabeça. Ele usou isso como o confronto inicial para atiçar minha raiva.

Calma, Deidara.

-Você vai mesmo brigar no banheiro da escola? -Voltei a me aproximar sem qualquer sinal de medo. Se ele vai me ameaçar, vou fazer o mesmo. Vou dar uma última chance.

-Quer escolher outro lugar? -Hidan me olhava de cima para baixo com nojo, como se fosse capaz de pisar em mim como uma formiga pelo seu senso de superioridade que estava me queimando de raiva por dentro. Não posso perder o controle de novo, eu prometi pra mim mesmo...

-Olha, vamos deixar isso de lado... -Respirei fundo, tentando desviar toda essa tensão, confesso que não sou bom com as palavras. Por que é tão difícil manter a sanidade? Não quero que as brigas do fundamental se repitam, eu não sou mais assim, não quero mais probl-

Hidan cuspiu em mim.

-Seu filho da puta! -Com um grito subi em cima dele, fazendo-o perder o equilíbrio pelo susto do meu ato repentino, me permitindo ficar em cima dele no momento em que caiu de costas contra o chão. Me mantia firme puxando seus cabelos enquanto ele tentava me empurrar.

-Sai de cima de mim! -Ele exclamou com tanta raiva que até me surpreendi de palavras terem conseguido escapar por entre seus dentes cerrados. Ignorei qualquer manifestação de contra-ataque e lhe dei um forte tapa na cara.

Ficamos completamente paralisados com faces perplexas enquanto olhávamos um para o outro. Sinto minha mão pegar fogo pelo impacto, não consigo nem imaginar a dor que ele está sentindo. Um tapa foi suficiente para que a briga começasse de verdade.

Ele agarrou meus cabelos com tanta força que quase bati minha testa contra a dele, claro que não fiquei para trás, coloquei minhas palmas contra seu rosto vermelho de raiva, tentando fazê-lo me soltar, mas não adianta.

-Me larga! -Resmunguei em um grito de dor. Ao notar que nada iria mudar, comecei uma sequência de tapas, mesmo sem prestar atenção nos golpes fiz com que ele me soltasse. Sinto meu couro cabeludo latejar.

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