Capítulo 18 | Rápida Visita

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—Pretendo estar de volta antes das 2h -Falei junto de um suspiro ao me levantar da cadeira e fechar o notebook ainda sobre a mesa.

—Já está de saída? -Deidara perguntou com uma estranha tristeza em seu tom de voz ao se virar bruscamente para acompanhar meus movimentos em direção a porta.

—Sim. Por que a preocupação? -Questionei estranhando seu tom. Me pergunto se ele se sente tão sozinho quanto eu quando não há mais ninguém no dormitório.

—Não estou preocupado, pode sumir logo! -Ele resmungou teimoso (como sempre) e tomou um gole da água que estava segurando.

Dei um sorriso fraco enquanto trocávamos olhares rápidos. Mesmo que se sentisse como eu, Deidara não daria o braço a torcer, eu presumo.

—Nos vemos depois, Deidara -Falei sumindo de sua vista e indo até a porta, onde manifestei uma breve despedida antes de finalmente me retirar do quarto e seguir caminho até a escadaria.

Lamento, Deidara. Não posso te convidar para me acompanhar mesmo que esteja te devendo um convite, ainda preciso convencer minha vó em te dar uma segunda chance.

Ao chegar na recepção dos dormitórios observei o lado de fora pelos vidros, aproveitando que ainda me encontrava aquecido no interior da construção. Aprecio a coragem dos estudantes que, apesar do frio, continuam conversando com seus amigos do lado de fora.

Tomei coragem e segui até a porta de saída, já sentindo um arrepio percorrer meu corpo ao abri-la e entrar em contato com o vento frio do lado de fora, me dado um choque térmico. Pelo menos estou bem agasalhado.

Sinto a presença intensa de alguém vindo logo atrás de mim, ignorei e passei pela porta sem mais delongas.

—Não vai segurar a porta para um amigo?

Essa voz…

Me virei e o encarei de cima para baixo, hoje ele está usando apenas roupas pretas e claro, sua máscara ridícula.

—Não. -Respondi seco antes de dar as costas para Tobi e seguir tranquilo em direção aos portões da entrada do campus. Por favor, só me deixe em paz.

—Onde está indo? Vai deixar o Deidarinha sozinho? -Ele fez questão de apressar o passo para me acompanhar.

—Não o chame assim.

—Ops! -Ele deu uma risada abafada, se fazendo de idiota. Como eu odeio esse seu jeito ridículo... —Está indo pra casa?

Eu odeio o quão Tobi é insistente em prosseguir mentindo dessa forma, não sei quem ele é de verdade, mas tenho um pressentimento que está querendo nos enganar de sua verdadeira forma. Não irei me deixar enganar por suas falsidades.

Precisamos tomar cuidado com Tobi, talvez eu devesse lembrar de alertar Deidara mais tarde. Só espero que ele não se meta em mais problemas enquanto eu estiver fora.

O ignorei e continuei andando em total silêncio, desejando que esse maluco largasse do meu pé, deduzindo que não estou afim de conversar, mas não adiantou.

—Vai mesmo me dar um gelo? -Ele lamentou ainda persistente, tão insistente quanto uma criança. Odeio o quão infantil ele é. —Vai almoçar com seus pais?

—Não te interessa.

—Por que você é assim tão ignorante? Não entendo como Deidara te atura!

—Deve ser por que não gosto de você e não faço questão de te agradar. -Resmunguei com intensidade, tanto é que cuspi as palavras com ódio. Ele sabe que o odeio, eu sei bem que ele me odeia, então por que continua insistindo em forçar alguma coisa?

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