Capítulo 10

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- Merda. – Sakura grunhiu apertando os punhos. – O que ele pensa que está fazendo?

De repente tudo ao seu redor ficou meio turvo. Seus olhos injetados não conseguiam ver ao redor e sentiu respingos de lama no tornozelo ao pisar forte perto do terreno próximo ao campo que se direcionava.

Boruto foi o primeiro a notar a mulher que parecia ter três metros de altura agora. Sakura caminhava a passos duros em direção ao trio e Boruto quase teve a orelha decepada por uma das kunais de Sasuke ao ficar estático em seu lugar. Ouviu Sarada ofegar ao seu lado e Sasuke finalmente virou-se para ver o que tinha distraído as duas crianças.

Os olhos verdes que tanto apreciava poderiam faze-lo perecer. Sakura estava a poucos metros de distância destilando ódio por todos os seus poros. Fechou os olhos por um segundo, buscando manter-se no controle e conseguir passar por cima de qualquer coisa que fosse imprudente e envolvesse Boruto e Sarada no meio daquela briga.

- M-m-m-mamãe

- Sabe, eu acho que vou...ali...sabe – Boruto sorriu desajeitadamente com as mãos no cabelo – vou procurar Mitsuki...

Da mesma forma que Sakura chegou até os dois, o menino se fora com rapidez até os portões do campo. Sarada estava paralisada de olhos arregalados, sua boca abrindo e fechando e os neurônios trabalhando para evitar qualquer catástrofe. Ao contrário de Sasuke que cruzou os braços e fixou sua postura sem desviar os olhos de Sakura.

- O que você está fazendo aqui. – a rosada perguntou com o mesmo tom que usava quando estava completamente irada. Suas sobrancelhas estavam juntas e os punhos cerrados. Sarada olhou ao redor tentando achar algo ou alguém para intervir, o que não aconteceu.

Sasuke não respondeu. Sarada encarou os dois de um lado ao outro e ficou atenta a quaisquer movimentos bruscos ou respirações alteradas. Levantou a sobrancelha e quando viu que nenhum dos dois iria ceder, bufou.

- Mãe...

- Vá para casa, Sarada.

O silêncio tomou novamente o lugar. Os dois continuavam a se encarar como se de alguma maneira estivessem em um universo alternativo. Sarada sentiu-se impotente e confusa, e estava cansada de se sentir daquela forma, tanto quanto estava cansada de atender expectativas, afinal nunca teve as suas do jeito que esperava.

- Não.

Sakura hesitou por um segundo e recuou um passo, levantando as sobrancelhas.

- O que disse?

- Eu disse que não vou para casa. Estamos treinando. – a pequena manteve a postura firme.

- Sarada, vá. – dessa vez foi Sasuke quem se pronunciou.

- Você não tem o direito de mandar em mim. – a garota virou-se novamente para o pai, que não se abalou.

- Muito bem, estou esperando, Sasuke. O que está fazendo aqui com a minha filha.

- Com a nossa filha.

Sakura paralisou e sentiu um calor subir pela sua espinha, acontecendo naquele momento o que mais temia. Porém antes de ter uma reação, Sarada os interrompeu novamente.

- Eu sei que Sasuke é meu pai, mãe. Eu o pedi para me treinar, junto com Boruto.

Novamente um silêncio sepulcral instaurou-se. Sarada grunhiu e bateu o pé na grama úmida, espirrando terra para os lados.

- Será que dá para vocês falarem alguma coisa? Será que você pode falar comigo sobre isso uma vez na vida? – dirigiu-se a Sakura – E você. – virou-se para Sasuke apontando o dedo para seu peito – Será que pode me explicar por que sumiu e de repente está aqui bancando o pai do ano?

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