Capítulo 19

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A primeira coisa que Sakura viu ao abrir os olhos foi um dos clones de Naruto pela janela.
Sabia que era um pois logo que fez menção de levantar, a imagem evaporou. Reconheceu o ambiente, estava no hospital onde trabalhava. Pela experiência, inclinou-se ao lado direito da cama para procurar o botão que reclinava o colchão.
Levantou com cuidado, atenta aos sentidos e caminhou lentamente até a janela. O céu estava limpo. Não viu sinal do clone de Naruto, portanto presumira que era apenas um meio de saber que acordara.
Nunca imaginara estar naquele papel, geralmente era ela que visitava os amigos. Raramente ficava doente, tirando suas quedas de pressão, como a que lhe trouxe ali, mas imaginou que tivesse sido insistência de Sasuke. Embora soubesse que não havia nada demais, sentiu um peso no peito tão grande que deixava sua boca seca. Respirou fundo e sentiu seu chakra por todo o corpo, relaxando seus músculos e  sentindo seu poder. Abriu os olhos para procurar água em algum lugar, quando viu um casal no pátio do hospital, bem abaixo de sua janela. Os dois eram idosos e ele empurrava a cadeira de rodas dela. Apesar de estarem ali, não havia expressão perturbada em seus rostos. Sorriam enquanto conversavam e andavam tranquilamente pelo jardim, na ala onde Sakura havia desenhado o projeto que abria um espaço de convivência para os pacientes. Sentiu seu coração aquecer observando a cena doce. Será que os dois estariam juntos há muito tempo?

 
- Que bom que acordou!

 
Sakura assustou-se e voltou a deitar rapidamente com uma mão sobre o peito.


- Desculpe! - Shizune deu uma risadinha avançando para checar a regulagem do soro, que acompanhava Sakura. - Estava entrando em silêncio para não acordá-la. Como está se sentindo Sakura?

 
Não adiantou muito, mas Sakura se sentiu aliviada. Pelas últimas lembranças que sua mente armazenava não estava com vontade de ter de encarar Sasuke naquele momento.


- Eu estou bem. - eram tantas perguntas que não sabia por onde começar. Sua mente vagava para a clareira fria que estava com Sasuke antes de...


- Bom, Sasuke-kun a trouxe para cá depois de ter desmaiado. - disse confirmando sua teoria - Você dormiu por umas horas, deve ter sido o cansaço.

 
De repente sentiu-se mais relaxada. Sakura sempre teve esses desmaios, mas ultimamente confessava que andava exagerando no trabalho e em casa. Talvez seu corpo tenha agradecido, mesmo que sua mente estivesse começando a voltar a girar. Foi quando se lembrou de algo importante.


- Sarada! - Sakura fez menção de se levantar, mas Shizune a conteve.


- Sasuke está com ela, não se preocupe. - ela a interrompeu, colocando sua mão por cima da dela.

 
Ela sabia que a filha estava segura, mas ainda sim era um pouco desconfortável. É claro que ela se preocuparia. Além disso, não era para ela estar ali. Então os detalhes da conversa com Sasuke no dia anterior começaram a voltar como uma enxurrada. Como iria explicar tudo para Sarada? Precisava voltar para casa.


- Shizune, eu agradeço por todo o cuidado mas eu preciso ir. Já estou me sentindo bem.

 
- Tudo bem, eu lhe daria alta quando acordasse de qualquer jeito. - suspirou resignada - Mas vá com calma. Seu exame de sangue está ótimo, mas caso tenha uma queda de pressão novamente, relate a mim ok? - a enfermeira encarou Sakura, esperando ela concordar como uma criança. - Além disso, a senhora Tsunade voltou a lhe conceder alguns dias de folga obrigatórios. - frisou com a cabeça.

- Tudo bem, Shizune. Obrigada por tudo, mesmo. Agradeça a Tsunade por mim. - estava verdadeiramente grata. Era muito sortuda por ter tantas pessoas que se preocupavam e cuidavam dela por perto.

 
As vezes achava-se boba por sentir-se sozinha. E ao ver Shizune ali, preocupada e preenchendo um lugar de acolhimento, isso a despertou para uma pequena reflexão interna. Sakura tinha uma boa relação com os pais, amigos incríveis, colegas de profissão ainda melhores, e uma filha maravilhosa. Era bem sucedida e tinha uma vida tranquila.
Exceto quando o assunto era Sasuke. Ele sempre fora a parte caótica, mas que fazia tão parte de sua história quanto todos os outros elementos.
E agora, mais do que nunca, mesmo estando cercada de pessoas que sabia que a amavam, teria que tomar algumas decisões.

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