Depois de ficar dois dias em casa - pois no dia seguinte a sua ''expulsão'' voltou para trabalhar normalmente e foi novamente, dispensada – Sakura decidiu ir para o hospital. Estava entediada dentro de casa, e iria entrar de forma que quase ninguém a visse. Se enfurnaria no laboratório e lá passaria um dia agradável. Sorriu com seus planos para aquele dia enquanto terminava de se enfiar na calça branca, aos tropeços.
Sarada havia saído e ela não estava com fome, já que passou a noite em claro assistindo filmes e se empanturrando de chocolate. Sabia que sua alimentação estava um lixo e que precisava comer que nem gente, mas sua empolgação falou mais alto.
Já pronta, abriu a porta sentindo o ar fresco que emanava do dia limpo, sem calor, mas com céu aberto. Caminhou pelas ruas das proximidades até chegar a parte que começava a ser asfaltada, em direção ao centro. Gostava de andar, não sabia se era um hábito ou algo intrínseco mas sabendo que provavelmente passaria horas e horas sentada, foi quase saltitando em direção ao hospital.
Seu humor estava melhor depois da conversa que teve com Sarada, e de uma boa noite dormida. Devia os créditos ao dia extra de folga empurrado por Tsunade, mesmo que tenha ficado chateada, sabia que a sannin apenas se preocupava com ela.
Porém, logo sua empolgação foi diminuindo, dando espaço para o recém descoberto frio na barriga que sentia quando via Sasuke e Sarada juntos, e não era no bom sentido.
Ao passar pela academia, viu pai e filha treinando, novamente. Dessa vez não poderia culpar Sarada, afinal não havia perguntado para onde a pequena ia antes de sair e tampouco a proibido de treinar com ele. Suspirou, resignada, assistindo Sarada desviar de um golpe e decidiu ignorar todos os sentimentos que vinham a tona, continuando a andar.
Foi somente quando as luzes do laboratório se ascenderam automaticamente, ao escurecer do dia, que Sakura percebeu a hora. Cumpriu seu plano de passar o dia todo bem quietinha terminando uma pesquisa para um caso. Conseguira passar pelas enfermeiras, que com certeza informariam a Tsunade que ela estava ali, mas surpreendentemente ninguém a interrompeu.
Colocando seu casaco, seguiu para fora do hospital.
Caminhou a passos largos, queria chegar logo em casa e bater um belo prato de ensopado, e só de pensar sua barriga contorcia-se em expectativa.
Andava tão agilmente que mal percebeu quando bateu em algo sólido com a testa, sobressaltando-se.
- Kiba! Me desculpa!
O moreno não parecia surpreso ao vê-la nem muito menos ter se importado por ter recebido uma cabeçada. Na verdade, Sakura desconfiava que ele havia simplesmente surgido ali.
- Sakura...me desculpe por aquele dia.
- Hm, está tudo bem.
- Sei que não é da minha conta, mas só quero te ver bem. – enfiou as mãos nos bolsos do jaleco, que Sakura reparou estar fechado até o pescoço, devido ao vento gelado.
- Eu sei, está tudo bem, eu estou bem. De verdade. – segurou em seu ombro tentando lhe passar uma confiança que não tinha ao dizer aquelas palavras.
O sorriso de Kiba se esticou como se houvesse acreditado na rosada. A olhou rapidamente de cima a baixo e deu um passo a frente.
- Está com fome?
(...)
- Ei. Pai!
Sasuke, ainda com o sharingan brilhando em seus olhos ferozes, subitamente parou e Sarada pode vê-lo retesar. Não queria reclamar, sua respiração estava ofegante, estavam treinando praticamente o dia todo sem descanso e suas pernas a estavam matando. Mas ao seguir o olhar penetrante do pai que estava estático no mesmo lugar, franziu as sobrancelhas e até ajeitou os óculos para ver melhor.
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Se Você Ficar
FanfictionSasuke finalmente terminou sua jornada de redenção no momento em que sua primogênita, Sarada Uchiha, nasceu. No entanto, sem aparentemente nenhum motivo, em uma manhã, Sakura se encontrou sozinha aos choros da bebê recém-nascida ao lado da cama. Os...