Spider.... Girl? | Natasha Romanoff/You

Sempre Foi Real

Quando aprendeu na escola que nossa mente tinha o poder de simplesmente omitir fatos dentro de si. Natasha achou engraçado e impossível, porém a realidade vinha a tona como uma bola de neve. Havia sido enganada durante meses.

Parte de si tentava entender os motivos que fizeram a outra fazer isso, más nenhum era palpável o suficiente para a verdade. Agora entendia porque seu coração acelerava daquela forma, sendo que ele só tinha a função de bombear seu sangue. Ele sabia a verdade.

— Não passou por um segundo em sua cabeça que isso daria errado? – A voz rouca de Natasha ecoou pelo banheiro, fazendo S/n travar com a fantasia da Spider em suas pernas.

"Desde quando você tem essa capinha?"

"Desde sempre"

O perfume inebriante inundava suas narinas, fazendo-a reconhecer imediatamente uma dona do mesmo cheiro, S/n.

Natasha riu desacreditada. A verdade estava embaixo do seu nariz o tempo todo e nunca percebeu.

— Nat, eu posso explicar.. – S/n se virou revelando o choque em sua fisionomia.

— Vai explicar o que, exatamente? Que durante esses meses você foi duas pessoas? – riu novamente — Nunca imaginei que a brincadeira do Thor podia ser real. Como ele dizia mesmo... Não estou dizendo que sou o Batman, mas vocês nunca viram eu e ele no mesmo
lugar – Riu debochada — Touché.

— Você nunca deixou eu te contar a verdade, esqueceu? Você queria manter algo real porque sei lá quem, nunca deu bola pra você – S/n largou a culpa nas costas de Natasha.

Novamente uma onda de déjà vu chega ao corpo de Natasha, aqueles lábios lembravam perfeitamente os de S/n.

— Meu Deus, você é muito idiota! – Romanoff a olhou chocada.

S/n ainda não havia se tocado que a pessoa era ela.

— Você é uma piada – Falou por fim, dando as costas a S/s que gritava pedindo para a mesma voltar.

...

S/n apareceu vestida de spidergirl, sem a máscara, com os olhos cheios de lágrimas chamando a atenção de Lena e Kara que conversavam.

— O que foi? – A morena perguntou, vendo S/n segurar o choro.

— Ela descobriu e entendeu tudo errado – Falou pra Kara que já sabia do que se tratava — Eu vou atrás dela, você se importa?

— Claro que não, vai lá.

E assim S/n foi. Não sabia ao certo onde encontraria a loira, mas sabia que a mesma não permaneceria na festa. E daquele dia em diante, sabia que nem em sua vida.

— Droga Natasha... Onde você está? – Questionou consigo mesmo, enquanto suas pernas lhe guiavam. Sua mente estava longe, tentando achar uma forma de fazer a outra entender suas palavras.

Seus olhos se direcionaram para o enorme campo de futebol. Suspirou ao ver onde a Nat estava. Ali sempre seria o seu lugar.

Em passos lentos foi em direção à árvore, suspirando novamente ao ver Natasha abaixar o olhar, ela estava chorando.

— Nat.. – Tentou, vendo a loira erguer a mão em um pedido mudo de silêncio.

— Não, S/n! Você não pode fazer isso. Você não pode passar meses usando uma fantasia pra me beijar e depois aparecer sendo... você e me conquistar também. Não se faz
isso – Seus olhos chorosos encontraram os de S/n, fazendo-a se quebrar lentamente.

— A primeira vez foi uma prenda – Confessou — Mas depois, sempre foi real. Todas as vezes que estive com você tanto como spider, quanto como S/n... Era eu – Largou as mãos sobre a lateral do corpo — Você não queria saber quem era a spider, você sempre disse.

— Porque eu jamais imaginei que era você.

— Quando você disse que gostava de alguém, depois brigou com alguém que era importante pra você... você afastou a spider e começou a sair comigo – Seus olhos também estava úmidos — Eu não queria te perder e eu sabia que aconteceria caso eu falasse a verdade.

— Você é uma idiota – Natasha se levantou.

— Para de me chamar assim! – O tom de voz de S/n se elevou.

— Do que? De idiota? Mas você é! – riu sem humor — Durante todo esse tempo, a pessoa que você tinha medo de me perder, era pra você mesma.

— Do que você está falando?

— Desde o oitavo ano, eu fui sua. Beijei várias pessoas no decorrer disso tudo? Óbvio, você nunca me notou. Mas meu coração sempre pertenceu a você. Fielmente a você.

— Não – S/n riu desacreditada, sentindo suas lágrimas descer sem permissão por seu rosto — Você não pode estar falando sério.

— Mas estou – Ambas estavam próximas — Sua única inimiga era você mesma esse tempo todo – Limpou as lágrimas — Mas você teve a audácia de me fazer ficar indecisa com meus sentimentos entre você e a spider! Você me enganou! Você brincou comigo porque me teve nos dois momentos.

— Me perdoa, Nat. Por favor... – S/n choraminga, se sentindo no fundo do poço.

— No momento isso é algo que não consigo fazer – Disse ao baixar sua cabeça e se afastar, terminando tudo no mesmo lugar que iniciou.

É... só lágrimas