Capítulo 13

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Pov Maraisa

corri pro quarto e peguei a lâmina que estava sobre o criado-mudo. me tranco no banheiro e começo a fazer cortes em meus braços. Começo a chorar e faço cortes profundos. Eu não aguento mais essa dor dentro de mim, eu preciso me cortar pra tirar ela daqui. Jogo a lâmina no chão e vejo que minhas roupas estão sujas de sangue. Tento ir até a pia pra me levar, mas minha visão fica turva e tudo fica preto. 

Pov Maiara 

entro no quarto e começo a procurar minha irmã.

Mai: metade? Onde você tá? 

silêncio. Suspeitando do que ela tenha feito, corro pro banheiro e arrombo a porta, vendo ela sangrando, desmaiada. 

Mai: METADE! METADE! 

(12:45) 

estou na sala de espera do hospital Albert Eistein, esperando notícias da minha metade. A Lila veio comigo pra me dar apoio. Ela também tá preocupada com a Maraisa. 

Lila: por que ela fez isso? 

Mai: a minha metade tem depressão, Lila...Ela tá passando por uma fase muito difícil, eu tô tentando fazer ela melhorar, sabe? Quando estávamos na fazenda, eu arranquei risadas e sorrisos dela, eu fiz ela sorrir de novo... 

Lila: é, pudim, você é a única que tá fazendo ela sorrir...Eu sei bem como é a depressão...

Mai: ela precisa de mim agora mais que nunca, Lila...

Med: acompanhante da paciente Carla Maraisa Henrique Pereira? 

Mai: nós!

Med: bem, suturamos os cortes e aplicamos analgésicos pra dor. Ela está estável e está consciente. Só uma de vocês pode entrar lá, é o quarto 23. 

Mai: eu vou, doutor. 

entro no quarto e a vejo encarando a parede. Me aproximo e acaricio seus cabelos. 

Mai: como tá o meu bebezão? 

Mara: me deixa, Balala...

Mai: metade, nada do que aquele idiota disse é verdade...

Mara: de certa forma, é sim, mesmo que você não tenha dito pra ele, eu percebo. 

Mai: Metade, me deixa ser o seu lar de novo... 

Mara: anjos como você não merecem viver no inferno comigo... 

suspiro e olho pra ela. 

Mai: não fala assim... 

Mara: tá doendo, metade...tá doendo muito...nunca para de doer...

Mai: então divide essa dor comigo, se o mundo tiver pesado demais, divide o peso comigo, se tiver difícil, se apoia em mim... 

ela se vira e me olha com lágrimas nos olhos e eu acaricio sua bochecha. 

Mara: Metade... 

Mai: até o final eu e você, lembra? - ela sorri - 

Mara: obrigada...

ela sorri levemente e eu também. puxo um banquinho e sento ao lado da cama. 

Mara: quando eu sair daqui, nós vamos voltar pra fazenda? 

Mai: vamos sim, ainda temos um mês e meio de férias. E serão os melhores dias da sua vida. 


"Estou Bem"Onde histórias criam vida. Descubra agora