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— Acho que não vai dar não. Ele disse que ia sair com uma garota hoje... Deve estar em casa aproveitando. – Bruno me olhou com um sorisso e em seguida piscou, molhando os lábios.

— Mas aí que está a graça – A ideia estava começando a ser desenhada na minha mente, eu só teria que conseguir colocar para fora, e com o tanto de bebida que eu havia ingerido, não estava sendo fácil – E se a gente fosse na casa dele e pulasse em cima dele enquanto ele tá lá com ela?

— Meu Deus! Imagine só ele todo peladão e a gente chega nesse estado lá? – Bia foi a primeira a comprar a ideia.

— Parece que o Lucarelli vai ficar solteiro mais um pouco, se depender se vocês duas, né? – Lucas servia mais do boi vivo para gente.

— Ah! Amor, faz tanto tempo que a gente não faz uma loucurinha. – Bia olhou para ele juntando as mãos – Por favor, vai?

— Se ajudar, eu tô com a chave da casa dele no meu carro! – Bruno falou meio do nada, e depois se deu conta que era exatamente a cereja do bolo que precisávamos.

— Ah não! Sério que vocês vai fazer eu pagar esse mico? Eu não tô tão bêbado sabiam?

— Então trate de beber mais! – Bia e eu dissemos antes de rir.

Não demorou muito e estávamos em dois ubers. Desembarcamos na porta da casa do Luca que parecia estar vazia.

Bruno e eu esperamos um pouco tempo até que a Bia e o Luca chegassem.

— Tem certeza que quer mesmo fazer isso?

— Não faz pergunta difícil – Minha cabeça estava rodando – Eu tô muito bêbada para responder essa pergunta realmente. Inclusive, eu acho que preciso beber um pouco mais.

— É pra já! – Eu não seu de onde ele tirou aquela garrafa – Pode matar!

Virei de costas pras crianças e bebi tudo que havia na garrafa. Quando me virei, Bia e Lucas já desciam do carro com a Maya e o Theo.

Entramos com as crianças fazendo "shiu" a todo momento. Com todos na sala, percebi que havia uma bolsa, feminina, na metade jantar.

— Gente, o Tio Lucarelli é viciado em doce. – Bruno chamou as crianças e as arrumou lado a lado, sentadinhas no sofá e elas ouviam atentamente o que ele falava – Então vocês estão em uma caça ao tesouro. Vocês vão procurar tudo que é de gostoso e colocar em cima dessa mesa, tudo bem? – Bruno disse abaixado olhando nos olhos das crianças – E o mais importante: tem que ser rápido e silencioso, como ninjas.

— Tipo as tartarugas ninjas? – Ali se animou.

– Isso mesmo, Ali, rápidos e silenciosos tipo as tartarugas ninjas.

Foi só ele falar "Valendo" que todo mundo saiu correndo, e aquele "shiu" se fez presente toda vez que alguém da turma fazia barulho. Theo era muito competitivo e era o que mais chamava a atenção do grupo.

Maya engatinhava no chão atrás do Theo, as meninas já abriam a geladeira e armários freneticamente.

Com a crianças na cozinha, seguimos para o quarto. O silêncio era total pelo caminho. Nossos passos era silenciosos.
As luzes estavam apagadas na casa toda.

Ligamos a lanterna do celular e seguimos em silêncio. Ao chegar mais perto quarto, reparamos que haviam alguns barulhos suspeitos vindo de um deles. Seguimos até o último quarto do corredor. Paramos na porta. Respiramos.

— Certo. – Lucas começou a coordenar – No 3 a gente entra e corre. 1, 2...

Abrimos a porta com cuidado, os barulhos aumentaram, as coisas estavam quentes no quarto mas nos nem pensamos muito e saímos correndo, rindo, nos jogando em cima do Lucarelli.

Players - Com Bruno RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora