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O sol estava quente, pausei a leitura do meu livro para passar mais um pouco de protetor solar. Limpei a mão em um lenço umedecido, sequei com uma toalha que estava por perto e voltei para a leitura.

Eu não sabia ainda ao certo do que se tratava o livro, mas queria saber. Laís veio até mim mais uma vez:

— Amiga, sério que você não vai vim? – A morena era tão pequeninha que quase pareceu uma criança quando fez bico.

— Amiga, eu preciso de vitaminada D, e alguma coisa com álcool. Juro que quando eu terminar esse capítulo eu vou. – Fiz cara de coitada implorando por mais um drink e 15 minutos com meu livro.

Laís me deu as costas e posso jurar que ela me traria um drink e depois usaria a frase “Mas você prometeu” quando eu terminasse de beber e não fosse ao seu encontro, jogar conversa fora com todos os outros do barco.

Era óbvio que estar ali nunca foi meu plano. Eu fui até o Rio para descansar, acabei na casa da Laís para ajudar com algumas gravações de vídeos e pegar autógrafo na noite de lançamento do seu segundo livro. Bruna convidou ela e como eu estava na sua casa. Aqui estou eu.

- Era exatamente assim que eu queria estar – Uma voz masculina falou perto de mim – Mas eu esqueci meu livro – Ele pigarreou porque eu continuei a ler sem nem espiar quem estava falando comigo – Você pode acaso não tem nenhum para me emprestar, não é?

Eu abaixei o livro o suficiente para encará-lo. O cabelo dele era um loiro escuro, jogado de lado como se tivesse sido penteado pela mãe, e ele era tão branco que parecia transparente, as maçãs do rosto vermelhas. Estava usando um óculos de sol, mas assim que percebeu que eu parei para olhar, ele tirou os óculos e os apoiou na cabeça, olhando diretamente para mim com seu olho castanho.

— Depende. – Sim eu tinha livros na bolsa e eu acho que não precisava ser um gênio para vê-los saindo da ecobag – Qual é seu estilo?

— Você não adivinha? – Ele deu um sorriso.

— Aposto que romance, você passa. – Ele riu abaixando a cabeça, os óculos caíram sobre os seus e ele os tirou, segurando nas mãos, os cotovelos apoiados no joelho, enquanto revezava olhar de mim para o chão da lancha – Bom, na verdade, eu tenho um livro sim.

Retirei um livro que ainda não havia terminado da ecobag.

— Então, esse livro é bom. – Entreguei o livro nas mãos dele.

— Tem um bom final? – Ele folheou o livro e o fechou em seguida.

— Na verdade, eu ainda não terminei... Eu tenho essa leitura coletiva e estou três dias atrasada, então...

— Mas você vai me dar o livro mesmo sem terminar? – Ele olhou o livro, o corte estava cheio de flags marcando as páginas – Você não vai querer terminar?

— Eu vou terminar assim que terminar a meta desse aqui... – Voltei a ler por um instante e depois voltei a encarar o homem - Como assim eu vou te dar o livro? Mas é claro que não vou dar.

— Eu não acredito que você quer que eu leia esse livro todo antes de ir embora.

— É completamente possível.

— Pra quem? – Ele riu.

— Eu não acredito que você pensou que eu ia te dar meu livro? Nem que você fosse o Shawn Mendes. – Digo me sentindo levemente insultada.

— E você sabe quem eu sou? – Ele olhava para mim sorrindo – Por acaso não sou parecido com ele?

Ele não era estranho mas eu não saberia exatamente explicar quem era.

Players - Com Bruno RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora