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— Mas, Lu... – Eu olhava para a morena – Eu não trouxe nada. Não tenho roupa. Eu não tenho roupa nem pra ir embora, imagina para ficar para uma festa.

— Eu vou ter que buscar um móvel que ficou faltando da decoração, eu podia levar vocês para comprar alguma coisa. – Vera falou distraída enquanto arrumava a mesa.

— Não olha para mim, eu não ouso dizer não para elas. – Bruno se sentou á mesa, mas deixa escapar um sorriso.

Dez minutos depois de sentarmos, a mesa já estava cheia de gente em volta. Todos falando, rindo mas Edinho estava meio calado e com pressa.

— Tudo bem filho? – Vera observou – Está quieto hoje.

— Eu tenho que fazer umas coisas, estou pesquisando aqui.

— Eu posso te ajudar? – Ela colocou a xícara de café na mesa para prestar atenção no filho mais velho.

— Não, mãe, obrigado. São umas coisas aqui da empresa. Não sei se procuro um advogado ou um contador.

— Olha, eu não sou advogada... – Eu falei baixo – Mas eu já fui, entendo um pouco, se puder ajudar.

Depois do café, acompanhei Edinho até a mesa que ficava lá fora.

— Deixa eu ver se eu entendi. São cinco funcionários para fazer essa contabilidade?

— Isso mesmo. Cada um tem que fazer uma coisa. Eu estou ficando maluco.

A coisa toda não era difícil, o problema era mesmo a quantidade. Luísa e Bia esperavam enquanto eu terminava.

— Eu tô ansiosa para gente sair. Edinho, por favor libera ela.

— Eu estou me sentindo disputada e estou amando.  — Eu disse rindo.

— Gente, eu estou indo, querem carona ou vão de uber?

— Carona! – Luísa e Bia falaram juntas.

— Mas para isso o Edinho precisa liberar ela, nem o Bruno ocupa ela assim.

Eu tentei não rir, mas segurar a risada era pior. Depois de alguns minutos, terminamos e fomos eu fui com Vera, Luísa e Bia até um centro comercial ali perto.

— Eu vou resolver esse assunto e já volto.

Vera foi até um balcão enquanto nós ficamos olhando as decorações. Aparentemente Luísa já tinha escolhido tudo e estava muito empolgada com sua escolha.

— Olha lá a tia nervosa.

Assim que olhei em direção a Vera, ela estava completamente calma e normal.

— Ela segura a bolsa de lado quando está nervosa. – Luísa observou sua mãe e completou – E olha o pézinho dela batendo. Vamos lá.

Chegamos mais perto de Vera, que falava calma, mas firme.

— Mas quem errou foi sua funcionária.

— Mas nós não temos mais essa peça, senhora. Todas estão alugadas.

— E eu vou ficar no prejuízo? Eu tenho mais de quinhentos doces para colocar nessa mesa. Como eu vou fazer isso? Eu quero um desconto no valor que eu paguei então.

— Desculpa, mas nós não devolvemos o valor.

— Mas é o meu direito. Está na lei. – Vera insistiu para o senhor que não cedia.

— Senhora, veja bem...

— Minha nora aqui é advogada, — Vera me puxou e me colocou do seu lado, no balcão, olhando para o homem aparentava estar na faixa dos quarenta anos – e ela vai te explicar como funciona a lei. Ou você arruma a peça que paguei ou você me dá um desconto.

Players - Com Bruno RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora