Capítulo XX

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Emily Jones

A tarde caía em Birmingham, deixando espaço para o subir da lua sobre o manto escuro do céu estrelado.

Emily, de frente ao espelho, escovava os longos cabelos, calmamente, enquanto lia um dos livros velhos e pesados que trouxera de casa. De repente sua leitura é interrompida, assim que ouve uma batida suave na porta de seu quarto.

Segurando a maçaneta, Emily a abriu com cuidado, na tentativa de não fazer barulho.

- Thomas?

Os olhos azuis do rapaz lhe encontraram. Por que os homens são tão bonitos mesmo desarrumados?

Por mais que usando uma regata surrada, - claramente usada para dormir - os suspensórios caídos sobre a calça e o cabelo desgrenhado, Thomas ainda tinha a beleza de sempre. Talvez seja a postura, pensou Emily. Ele sempre tinha as costas bem alinhadas. Combina com ele. Aquilo deixava sua imagem tão fria, e terrivelmente bonita, quanto seus olhos.

- Do que precisa?

- Nada. Não tenho sono - admitiu ele, casualmente, dando de ombros. - Como está?

Emily sorriu.

- Bem. E, na verdade, também não estou com sono. Quer entrar? - Ela abriu a porta dando passagem.

Thomas hesitou, mas entrou, por mais que parecendo desconcertado.

- Desculpe ter demorado para atender, eu estava lendo - Emily explicou apontando para o livro em cima da penteadeira.

- Poesia, hum? - Thomas arqueou as sobrancelhas e soltou um leve sorriso.

- Não existe nada melhor - Emy pegou o livro pesado nas mãos e sem desviar os olhos, se sentou na cama. Abriu em uma página qualquer e disse: - Olhe esta: "Duvida da luz dos astros, de que o sol tenha calor, duvida até da verdade, mas confia em meu amor.". Esta é de...

- William Shakespeare - falaram os dois em uníssono.

Emily levantou os olhos, surpresa.

- Não sabia que conhecia de poesia, senhor Shelby.

- Digamos que - Thomas se sentou - eu às vezes pegava emprestado alguns livros da biblioteca, no tempo do colégio.

- Emprestado? - Emily levantou uma sobrancelha sorrindo de maneira desconfiada.

- Certo, - Thomas riu fraco - você me pegou. Eu nunca mais os devolvi.

- Ah, sim - Emily deu risada. - Bem, pelo menos está em boas mãos, acredito eu.

- Na verdade tem muitos livros deste, aqui.

- Os que você não devolveu?

- Também, - Thomas riu - mas outros, que minha tia comprou, há muitos anos.

𝙊𝙨 𝙄𝙧𝙢𝙖̃𝙤𝙨 𝙎𝙝𝙚𝙡𝙗𝙮Onde histórias criam vida. Descubra agora