Capítulo VII

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Thomas Shelby

- Thomas?

O menino se virou quase dando um pulo pelo susto. Mal havia percebido que sua tia havia chegado em casa. Sua mente mal vagava na Terra, e sim nas nuvens. Aprumou-se, rapidamente.

- Tommy, está surdo, irmão? - Arthur chegou dando um tapinha em suas costas. O outro riu.

- Não, só estava distraído.

- Com o quê, querido? - Perguntou docemente tia Polly.

- Nada, - Thomas balançou a cabeça na tentativa falha de esconder seu sorriso - bobagem minha.

Arthur riu.

- Certo, mas bobagens não fazem um homem sorrir assim - falava o garoto com um sorriso diabólico.

- Vá procurar o que fazer, Arthur - lhe deu um soco no ombro. - Vou ajudar tia Polly com as compras do mercado.

Arthur apenas gargalhava enquanto murmurava: "Thomas, Thomas..." enquanto ele se distanciava, em direção à Polly.

- Arthur está certo, você não para de sorrir - disse ela, assim que viu o sobrinho se aproximar, fazendo cara de riso.

- Agora eu não posso sorrir, é isso?

- Há coisas suspeitas afinal. Belo curativo. Pelo que te conheço, não foi você quem fez... - O sorriso de Polly aumentou. - E só é engraçado porque eu conheço essa carinha... - apertou os olhos.

Não precisava fazer nem sequer duas perguntas. Apenas uma:

- Qual o nome dela?

***

Emily Jones

- Emily?

- Sim, mãe - a menina respondeu alto, assim que ouviu seu nome ser chamado, acompanhado do som de fechar da porta de entrada. Ela ainda estava em seu quarto quando Marta entrou.

- Oi, minha filha. Vi as compras na mesa, ficou aqui sozinha?

O coração da jovem acelerou em um milésimo segundo, como uma faísca iniciando um fogaréu.

- Sim, fiquei - ela tentou sorrir. Detestava fazer aquilo, mas não tinha escolha; Por sorte, sua mãe também sorriu.

- Desculpe a demora, seu irmão quis me mostrar cada brinquedo da loja - riu ela e Emily a acompanhou, podendo suspirar mais uma vez.

A tarde caiu, e a noite se aproximou aconchegante a todos de Birmingham. O céu estava coberto por seu manto azul e a lua brilhante no topo. Todos deitados em suas camas, cobertos em proteção ao frio, sonhando alto.

Emily também sonhava, porém acordada. Sua cabeça estava distante, em outro universo e tempo. Se imaginava no futuro, como estaria, se tudo e todos continuariam os mesmos...

Por maior besteira que fosse, imaginou até menos Thomas neste longínquo destino. Como estaria ele quando maior? Continuaria o mesmo? Com os mesmos pensamentos de antes? Sua aparência mudari? Ou sua maturidade? E tudo aquilo que se pode mudar em alguém ao longo dos anos...

Mal sabia ela que iria ter sua resposta.

***

10 anos depois

- Jones! Esta mulher não vai parar de telefonar, até que faça o maldito bordado em seu vestido!

Emily apenas riu ao ver sua amiga, Patrice, enlouquecer com os telefonemas da senhora Green. As duas corriam contra o tempo usando as máquinas de costura, enquanto ouviam sua chefe, senhora Grace Thompson, bater palmas, exasperada pela quantidade de pedidos que recebiam.

Ser de uma loja de roupas tão famosa na cidade de Birmingham, não era algo fácil, mas era o que dava prazer a Emily. Sua mãe, Marta, tão boa costureira, a alertou que sua escolha não haveria de ser simples e realmente não foi. No início, era apenas uma empregada, que observava de longe os lindos vestidos que saíam prontos da loja renomada.

Era ela quem fazia os pedidos de tecidos, onde os buscava para servir à sua chefe. Acabou se acostumando a andar tarde da noite nas ruas, pois os fornecedores atendiam apenas em um determinado horário; isto é, de madrugada.

Emy não era mais a boa e velha garotinha que se assustava com tanto. Havia visto naquelas ruas o bastante para chegar a se acostumar. Foi durante este tempo que aprendeu a ver o mundo, não apenas como flores, mas como também com a crueldade e perigos existentes nele.

Quanto mais o tempo passava, mais a jovem se desencantava de tudo e todos, passando a desconfiar das pessoas, se tornando cada vez menos inocente. De antemão, ainda existia seu lado doce e fantasioso de menina, com os grandes amores que fantasiava em ter.

Seu primeiro, o que poderia se considerar, namorado fora aos dezenove anos. Por mais que sonhasse que esta experiência fosse as mil maravilhas, um verdadeiro conto de fadas, não foi muito boa.

Depois de apenas um beijo, uma semana depois, o rapaz sumiu sem deixar rastros. A tristeza a inundou, e aquilo a fez pensar sobre que... Nem sempre os romances existem para todos.

- Emily, irá furar seu dedo nesta máquina se continuar distraída - avisou Patrice ao seu lado, tirando a jovem de seus pensamentos que estava tão mergulhada. - Queria ver eu o resultado disso.

- Se quiser ver dona Thompson me jogar da janela e me chamar de inútil, continue me distraindo - as duas deram risada.

- Vocês duas, Jones, Edwards, voltem ao trabalho! - Ouviram a loira de cabelos grisalhos e voz azeda gritar.

Emily sentiu uma vontade terrível de dar risada, mas a engoliu assim que Thompson voltou a dizer:

- Na verdade, Emily, quero que venha comigo.

As duas amigas se entreolharam, confusas. Ser chamada pela chefe não costumava ser boa coisa.

- É para hoje, Jones!

A garota saiu desajeitada de seu lugar, alisou o vestido e se pôs atrás de Grace. Seu coração rápido, estava como um tambor. Emy suspirou.

E lá vamos nós...

***

𝙊𝙨 𝙄𝙧𝙢𝙖̃𝙤𝙨 𝙎𝙝𝙚𝙡𝙗𝙮Onde histórias criam vida. Descubra agora