“Às cinco eu acordo
Às seis tomo café
Às 10:30 eu coloco meu sapato e saio a pé”O Psicopata, kaimaitachi
[ᚠ]
Vou começar essa história com uma pergunta simples, responda rápido:
O que você deve fazer quando seu melhor amigo some feito fumaça e sua melhor amiga surta por causa disso?
Simples, meu caro leitor.
Absolutamente nada. Você não surta junto. Simplesmente ignora e finge que nada está acontecendo.
[ᚠ]
Olá, pessoa que resolveu começar a ler a história de como eu morri.
[Calma, é só uma piadinha, só para descontrair antes que tudo fique esquisito. Prometo que eu não morro nessa história. E não é por falta de tentativas ou de vontade, que isso fique bem claro.]
Espero que tenha se preparado para umas maluquices e sanguinolência, pois essa primeira parte do relato que vão ler é a mais normal entre todos os outros capítulos doidos que virão por aí.
Bom, espero que tenha se acomodado num lugar confortável. Vamos começar.
Meu nome é Melissa Duarte.
Eu morava num lugarzinho simpático de São Paulo — São Vicente, a sexta cidade mais violenta do litoral paulista, onde 26 a cada 100 mil habitantes são assassinados todo ano.
Como eu disse, lugarzinho legal.
Eu estava há poucos meses de completar meus 17 anos (sim, eu tinha 16 quando tudo começou a dar errado na minha vida, ora, que surpresa, não é mesmo?) e era, ou supostamente deveria ser, um dia como todos os outros na minha patética existência.
Contudo, eu já havia percebido que as coisas tinham começado a sair dos trilhos quando eu peguei o ônibus para ir à escola naquela manhã nublada de terça-feira.
Como era de meu costume, eu iria encontrar meu amigo Samuel, já dentro do transporte público, para irmos juntos até o colégio. O horário era de pico, então os ônibus ficavam relativamente cheios, porém o que pegávamos não ficava lotado e, portanto, ele sempre me guardava um assento para quando eu embarcasse uma estação após a sua. Aquela era nossa rotina de segunda a sexta-feira.
Isso, até chegarmos à escola: lá encontrávamos nossa melhor amiga, Adriana, e assistimos juntos às aulas do dia, nos reunimos durante o intervalo e depois retornamos à classe.
Após a aula, dependendo do dia, nossos compromissos poderiam variar. Nas terças e quintas eu tinha de comparecer ao cursinho de inglês que eu fazia, nas quartas Samuel fazia terapia para suas pernas adoentadas — consequência de um acidente que ele sofrera quando criança, ele nunca falava muito sobre — e, nos dias em que não tínhamos nada para fazer à tarde, íamos até a casa de Adriana, que ficava num dos melhores bairros da cidade, para ficarmos assistindo séries e lendo os livros dela até nossos olhos não aguentarem mais.
[Sempre achei linda a caridade que ela fazia sendo amiga minha e de Samuel, muito altruísta da parte dela para com seus amigos pobres.]
Nos fins de semana, no entanto, sempre nos reunimos para estudar — coisa que nunca acontecia, só usávamos essa desculpa para irmos de novo para o palacete da nossa amiga endinheirada para usufruir de seu lar e de sua piscina. E, de noite, se fosse possível, arranjávamos alguma festinha para fazer coisas que não dão orgulho à família.
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Diário de Uma Semideusa em Crise [ᚠ] Conheça suas origens
Fanfiction[1] Muitas vezes nós reclamamos da vida que nós temos, não é? Melissa Duarte não era uma exceção. Ela, como qualquer um de vocês que estão lendo isso agora, tinha que estudar as matérias chatas e que não faziam o menor sentido, no colégio, como uma...