14. Eu sinto que perdi tudo

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Ei, semideusada!

Sei que não costumo colocar notas prévias nos capítulos, mas dessa vez achei necessário, hahahaha

Vocês devem tá ansiosos então não vou enrolar: esse capítulo até ONTEM não existia (e para quem não se lembra, a história toda já tá escrita desde o fim de maio), eu não ia escrever esse POV do Leo (pq sim, hoje o pov é dele!), mas eu fiquei numa vibe muito boa para escrever e saiu BEM rapidinho KKKKKKK

Por isso a atualização está saindo na quarta e não na terça, pq nessa semana não ia ter atualização mesmo. Mas eu me senti generosa, então aproveitem (não se acostumem também).

Pra finalizar, queria pedir a vocês que escutassem "O menino do limbo sem olhos" do kaimaitachi enquanto leem! É a música desse capítulo e já está na playlist lá do Spotify. Mesmo que você não tenha o hábito de ouvir as músicas da nossa playlist enquanto lê, dessa vez acho que vale a pena tentar!

Bom, é isso. Boa leitura!

[ᚠ]

"Se perdeu? Eu te arrasto pro mar
Pra dentro do meu barco
Sou só um menino sem olhos
Procurando você, ó, Anabel"


O limbo do menino sem olhos, kaimaitachi

[L E O]

Eu admito que nunca fui um exemplo de otimismo, mas antes mesmo de entrarmos na caverna onde a filha de Quione estava aprisionada, eu já estava sentindo um pressentimento ruim.

E não estou falando de uma sensação normal que todo semideus sente antes de enfrentar um inimigo mortal cheio de dentes ainda mais mortais prontos para moer um Leo Valdez bom e em perfeito estado. Não. Era como se eu pudesse sentir fisicamente que algo ruim estava para acontecer.

Pior ainda, eu tinha a assustadora certeza de que tinha algo a ver com Lis. Não me pergunte como nem o porquê. Eu apenas sentia.

E aquilo era pra lá de irritante. Odiava quando as coisas não faziam sentido. Queria que eu pudesse explicar por A + B o motivo de meu coração idiota estar ficando mais pesado a cada passo que dávamos até a toca do Leão de Citerão.

Ignorei aquele pressentimento maluco e só continuei calado.

[Me pergunto se as coisas teriam acontecido diferente se eu tivesse dito algo em voz alta. Se eu tivesse sugerido que aquela não era uma boa ideia, será que….? Ah, bobagem. As Parcas nunca facilitaram minha vida, duvidava que fosse diferente nesse caso.]

Em pouco tempo havíamos alcançado a caverna e, assim como Frank dissera, era impossível passarmos com Festus por ali. Eu até poderia entrar com ele em forma de maleta e depois o transformar novamente em sua forma original, mas isso só seria possível se a caverna fosse maior. O Leão era grande e cabia sem problemas, mas era bem menor que um dragão cuja só a cabeça já era maior do que uma geladeira.

Respirei fundo uma vez antes de avançar até a jaula entalhada na rocha. O monstro mal me deu atenção, pois logo se entreteu com Lis e Frank indo para cima dele.

Me lembrava claramente das inúmeras vezes em que ouvi todo aquele papo de que o cérebro de um semideus era programado para a batalha e por isso nós tínhamos TDAH e toda essa baboseira, mas eu não me cansava de me surpreender com o quanto aquilo era real.

Eu comecei a me concentrar na tranca que prendiam as correntes na grade da cela, ao mesmo tempo que avaliava seu nível de complexidade, por entre as frestas estreitas eu conseguia ver uma figura se agitando lá dentro e ainda tinha consciência da luta acontecendo às minhas costas.

Diário de Uma Semideusa em Crise [ᚠ] Conheça suas origensOnde histórias criam vida. Descubra agora