07. Tudo começa a ir bem... Por uns cinco minutos só

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"O protagonista do meu próprio drama pessoal
Viva! Viva!
O herói do momento
O psicopatinha do papai e o soldadinho da mamãe"

Bang Bang, Green Day

[ᚠ]

Depois de conversar brevemente com Will, para o mal da minha pessoa, eu não consegui escapar e tive que ir para a aula de esgrima.

Sei que pode ser difícil de acreditar, mas acabei descobrindo que eu era ainda pior com a espada do que eu era com o arco e flecha.

[Se eu esperava que eu tivesse alguma semelhança com o tal Percy Jackson graças à nossa árvore genealógica maluca, essa semelhança não era nosso talento para o esgrima, porque, cacete, que desastre!]

Nico di Angelo era um bom professor, ao contrário do que eu imaginava, ele não enfiou a espada na minha barriga, por mais que eu sentisse essa vontade emanando dele. Ele definitivamente não era tão paciente quanto Joshua.

Ainda assim, eu consegui pelo menos aprender o básico na teoria. De acordo com ele, se eu treinasse mais conseguiria me virar e não morrer numa luta corpo a corpo. 

[Ele também não era muito bom em incentivar os outros, também, aliás.]

Apesar de ter feito ele passar uma boa raiva durante a aula, até que conseguimos nos dar bem, ele era bem mais legal do que parecia. Tipo aqueles gatos mais ariscos onde você pode levar um tempinho para conquistar a confiança, mas com um pouco de paciência, ele te deixava fazer carinho entre suas orelhas.

Depois da humilhante aula de esgrima, eu fui direto tomar outro banho e, assim que a fogueira terminou, meus pés doloridos fizeram o percurso até o chalé de Poseidon.

Imaginei que eu leria um pouco mais do guia do acampamento antes de dormir, mas meu corpo me traiu: após um dia onde apanhei de dois tipos de armas diferentes, assim que encostei no colchão, caí no sono.

Depois de um dia maluco, a melhor coisa que me aconteceu foi uma noite tranquila e sem sonhos.

[ᚠ]

Eu devo admitir que, sim, eu dei um escândalo quando cheguei no Acampamento, mas, conforme meus dias ali foram passando, as coisas pareceram fazer mais sentido para mim.

Evitava pensar em Samuel e minha mãe em perigo ou sei lá… Eu não queria lembrar daquilo enquanto não pudesse fazer nada para ajudar. Se eu não pensasse muito, conseguia imaginar que só estava de férias em pleno meio de janeiro, passando meus dias num acampamento de jovens comuns e nada semidivinos.

Também tenho que dizer, me dei surpreendentemente bem com aquele machado que Apolo me dera. Lançar ele me lembrava de alguns exercícios que eu fazia quando ia para a academia e, a melhor parte era que, além de ter um peso muito bom para ser lançado a distância, eu descobrira que era uma arma mágica: tal como o martelo do Thor nos filmes da Marvel, bastava eu erguer a mão para que ele voltasse voando até mim e eu o agarrasse no ar. 

[Um luxo, eu sei, eu também achei o máximo, uma pena que quase cortei meu próprio pescoço quando descobri isso.]

Eu também descobri que era muito boa na montanha de escalada graças aos meus treinos antes de chegar no Acampamento. Escalei até o topo uma vez com uns outros semideuses de plateia e garanti 10 dracmas de Connor Stoll quando consegui não ser atingida pela lava que escorria.

[Mesmo que eu não fizesse ideia da cotação atual do dracma, achei ótimo ganhar uma aposta do filho do deus da malandragem.]

Durante as refeições, eu ainda escolhi ficar com o pessoal da mesa 7, eles me faziam realmente sentir em casa e sempre me faziam rir, eu chegava a esquecer dos meus problemas quando estava com eles. 

Diário de Uma Semideusa em Crise [ᚠ] Conheça suas origensOnde histórias criam vida. Descubra agora