Não se sabe ao certo onde era aquele lugar, apenas que a noite estava fria e o medo se apoderava de um pobre garotinho, em seus sete ou oito anos, que corria por entre os bosques, aos prantos, como se esperasse a chegada da morte, do fim de seus temores ou seu resgate por alguma alma caridosa.
O céu estrelado era complementado pela Lua cheia, cuja luz passava por entre as folhagens das árvores mais altas da floresta; o silêncio era quase geral, à exceção de algum grilo ou coruja que davam sinais de vida.
Aquela pobre criança, com sua camisa de mangas curtas, calça azul e calçados confortáveis, parou em frente a um grande carvalho, tão antigo quanto aquela floresta, e se sentou, desistindo de sua fuga; correr sem um destino seria inútil.
Em lágrimas, começou a pensar nas coisas terríveis que haviam acontecido naquele dia, de seus medos, raiva, tudo o que as pessoas geralmente pensam em momentos de tristeza e, como já era muito tarde, começou a ficar sonolento.
Talvez tenha sido pela vontade de Deus que aquela luz dourada tão quente e acolhedora tenha se aproximado daquele garotinho desanimado, para salvá-lo da friagem e de suas angústias...
Uma fada para resgatá-lo de suas dores.
O menininho sorriu para a pequena criatura, que lhe sussurrava palavras doces de conforto: ela tinha pouco mais que 12 cm, pele clara, um vestido curto feito de folhas, sapatinhos verdes, cabelos castanhos e olhos verdes, como esmeraldas.
A fadinha se aproximou de seu rosto um pouquinho e pousou no joelho dobrado do garoto, fitando-o um pouco; ficaram em silêncio, o que é algo importante no processo de construção da confiança, especialmente quando se está falando de fadas (que tendem a ser bastante tímidas).
Ela disse "sou Luna", ele respondeu "sou Aethel"; nada mais precisava ser dito, ele confiou e ela lhe guiou até uma rústica, porém simpática, choupana na floresta, rodeada de árvores antigas, uma clareia limpa e um poço de água que parecia ser muito bem cuidado.
Na árvore ao seu lado, Aethel viu uma coruja com olhares de dúvida para ele, como se não soubesse o que esperar de sua visita (ou invasão) aquele lugar, mas logo o semblante da ave se tornou gentil, talvez por pena do garoto, que ainda apresentava vestígios de suas lágrimas.
O garoto jamais poderia imaginar o que lhe aguardava no interior daquela residência, mas, a partir daquele momento, seu destino foi traçado.
"Seja bem-vindo meu jovem, seja muito bem-vindo", disse um senhor de barba branca, óculos redondos, vestes azuis e chapéu pontudo e azul, que se apresentou como sendo Merlin, o grande mago das lendas...
Após todas estas lindas recordações, Aethel levantou de sua cama.
Mabel e Dipper ainda dormiam, assim como o restante da Cabana do Mistério, mas não importava; seria melhor fazer a higiene matinal e tomar algum ar fresco antes de qualquer outra coisa, especialmente contato social, além disso, eram 4:00h da manhã!
Em cima de sua cama encontrou uma caixa de presentes azul, com laço azul e uma mensagem de Merlin, que dizia:
"Espero que vocês dois se divirtam no passeio de hoje. Luna escolheu este conjunto para você, então considere usá-lo ou ela ficará desapontada (sei que não está muito acostumado, mas chamará menos a atenção da cidade). - Merlin."
Lendo o recado, abriu a caixa e seguiu para o banheiro, escovou os dentes, banhou-se e vestiu aquelas roupas tão diferentes de seus trajes tradicionais, como suas amadas botas de couro sintético ou seu gibão verde: os trajes escolhidos por Luna eram um jeans preto, tênis brancos com detalhes em preto, camiseta branca de mangas curtas e uma camisa social preta que, a bem verdade, lhe fazia sentir muito mal trajado.
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As Crônicas de Aethel: O Livro dos Magos
FanficEm uma noite escura de novembro, o jovem Aethel chega em Gravity Falls, junto com sua coruja falante, Arquimedes, para uma missão desconhecida. Em dezembro, os "gêmeos do mistério", Dipper e Mabel Pines, voltam a essa cidadezinha do Oregon para reve...