16. instincts

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Mentir é um processo psicológico pelo qual um indivíduo deliberadamente tenta convencer outra pessoa a aceitar aquilo que o próprio indivíduo sabe que é falso, em benefício próprio ou de outros, para maximizar um ganho ou evitar uma perda.

Darwin dizia que mentir era o ato mais vital para se viver em sociedade.

Mas precisa de prática.

A habilidade de se escorar frente um espelho e fazer seus olhos acreditarem na sua própria mentira, é extasiante.

Fui forçado a aprender sobre a mentira para agradar um homem que me denominava como sua posse.

De certa forma, isso me ajudou a sobreviver depois que fugi dele, já que ele não é o único homem no mundo que necessita de mentiras para manter sua testosterona em alta.

Contudo, penso que a mentira tem limites, já que é uma arma de grande calibre.

Deve ser usada em momentos certos. Intuitos fortificados.

Os meus intuitos, ainda sim, são divergentes quando se trata do meu amor.

Mas por quê estou sorrindo agora?

Por que me sinto... tão feliz?

— J-jungkook... — Ele ainda chama, porque meu nome é a linha de clareza e insanidade entre nós.

Minha cabeça se joga para trás em uma gargalhada que não permite meu ar voltar.

O choro é induzido ao meus olhos.

A felicidade genuína parece estar beirando a esquina.

O inferno nos olhos de Namjoon, parece sob seus pés.

Me sento de novo, respirando profundamente quando as lágrimas caem.

Seu olhar em mim é tão apavorado que dá dó.

Mas seus instintos estão aguçados, talvez em reação ao medo, mas prefiro que seja o efeito do espanto.

Da descoberta!

Meus instintos são mais aprimorados, no entanto, como um caçador vendo sua lebre escorregar de seus dedos.

Ele é rápido ao tentar alcançar a porta, mas meu pulo da cama, ainda que faça meu braço bater duramente na fechadura, impede qualquer coisa.

Seu olhar de assombro é horripilante em mim, como se eu fosse o fantasma de sua trama de terror.

Por um segundo me sinto ofendido, e toda avareza cai por terra.

— Hyung, a gente ainda não terminou. Eu quero tanto...

O tapa, que provavelmente provinha de um murro mal dado, já que suas mãos tremem, conseguem me aquecer para a realidade frente a mim.

Sinto cada terminação nervosa abalar todo o meu sistema, deixando meu coração bombear para que a adrenalina seja sentida nas pontas dos meus dedos.

Meu sorriso cresce com aquilo, se mantendo firme quando a dopamina trabalha por si só.

E é bom pra caralho.

— F-fique longe! Fique LONGE! — Ele grita, tão bravo quanto suas lágrimas derramadas em abundância. — V-você... é você...

Nos encaramos em uma infinita batalha de emoções contradizentes. A cada piscada que ele dá, um novo sentimento renasce.

— Meu amor, não precisa gritar desse jeito. Você tem que saber que eu nunca te faria mal. Eu te amo tanto.

Seus olhos endurecem, paralisados.

Minhas mãos querem tocar todo o seu corpo que repudia o meu.

— Vamos voltar para a cama. — Tento alcançá-lo, mas ele dá outro passo para trás. Seu corpo treme como um lençol contra uma tempestade. — Olha como eu estou duro por você. Se você pudesse ver como está bonito agora...

Paranoid | namkookOnde histórias criam vida. Descubra agora