17. ninth circle of hell

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Quando aconteceu?

Quando se chega ao topo, alguém te avisa que não dá mais para ir pra cima, ou você só entende quando alcança o céu?

Não sei a resposta. O céu tem gosto azedo e fede a sangue fresco?

Jimin sempre foi a razão de me manter no pedestal por tempo o suficiente para achar que Deus me queria lá.

Ele foi um adorador fiel.

No chão, seus olhos somem dentro de sua cabeça, quando o sangue se acumula em sua boca como espuma. Seus dedos ainda tentam me alcançar, assim como desde a primeira vez que me viu.

Amor à primeira vista?

Que piada. A não ser que você seja estúpido o bastante para amar qualquer coisa que sorria e demore os olhos nos seus por mais de um minuto.

Qual era o nome do que nós tínhamos?

— Jimin-ah, eu não consigo entender o que você está querendo dizer.

Porque eu machuquei ele.

Não seria a primeira vez.

Não é certo que Deus puna os insubordinados quando traído?

Não é certo levantar a mão e só parar quando ver sangue?

— Por que você sempre faz eu chegar ao meu limite? — Ergo sua cabeça, abrindo sua pálpebra com os dedos para ver as veias se formando ao redor, azul como a cor de seu rosto. — Você lembra quando eu disse que segurei a cabeça do meu irmão debaixo daquela piscina quando éramos pequenos? Os olhos dele ficaram assim, mas você parece mais bonito. Então... ahhh, Jimin!

Seu corpo solavanca, ou tenta fazer algo de útil, não sei dizer. É como... sabe quando os médicos dão choques no coração da pessoa e ela ergue para cima? Ah, alguma merda assim.

Ele cospe o sangue engasgado da boca diretamente no meu rosto.

Fecho os olhos e limpo a baba, fazendo careta.

Bem, ele não está tão bonito assim.

— Você quer fazer uma cena pra eu fingir que está com remorso? Por deus, nem a minha filha é tão mimada.

Não se preocupem, ele não vai morrer.

Eu nunca mataria o Jimin.

Eu não sou um monstro! Nem nas minhas piores fantasias eu já pensei nisso.

Talvez uma vez...

— Para de tremer, eu vou pegar um pano.

Levanto e piso na poça crescente ao lado, se alastrando como uma pia entupida.

Isso... isso não vai matar ele. Já vi Jimin passar por coisa pior. Como aquela overdose de ecstasy na minha despedida de solteiro.

Foi uma noite engraçada. Eu não sabia que ele iria tão fundo ao tomar tantas pílulas só porque eu disse que ele ficava sexy chapado.

Também foi a primeira vez que nós transamos.

Por que estou pensando nisso?

No armário do banheiro, só toalhas brancas com cheiro de flores. Tudo nessa casa cheira a flores, como um maldito cemitério dentro de um prédio.

Meu rosto no espelho, parece a versão mais anêmica de mim, pálido e doente. Faço outra careta.

— Você me sequestra e nem me deixa pegar sol na varanda, Jimin-ah! Poderia ter me colocado em uma cadeira de rodas e me levado para lá. Sabe como eu odeio parecer doente.

Paranoid | namkookOnde histórias criam vida. Descubra agora