Capítulo 38

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Pov. Faruk

Sinto o movimento na cama e abro os olhos o suficiente para ver Ruby levantando da cama, a puxo de volta e ela solta um gritinho assustado quando cai de volta na cama, o meu ombro baleado arde com o contato brusco, mas o ignoro e a prendo entre meus braços. 

- Você está bem? - mesmo tentando disfarçar, acho que ela percebe minha esquiva.

- Aonde você pensa que vai? - mudo de assunto. - O médico me disse que você deveria descansar.

- E ele disse que eu devia fazer xixi na sua cama também? Eu preciso ir no banheiro Faruk. - apesar de adorar e me divertir com os apelidos que ela me dá, nada se compara a quando ela diz o meu nome.

- Posso arranjar um penico para você. - sua cara de descrença me diverte.

- Eca! Que nojo, me larga seu doido, eu posso muito bem ir no banheiro.

Sua fala me faz rir e ela me acompanha, tento me distrair dos pensamentos errados e a aperto entre meus braços, ela resmunga e começo a fazer cócegas nela que se contorce toda e tenta fugir do meu aperto de todas as formas enquanto ri escandalosamente, sem dúvidas uma cena que guardarei na minha cabeça para reviver várias e várias vezes até que tudo se ajeite.

- Eu... vou m..mesmo fazer xi..xi, para...a homem. - sua voz meio sem fôlego é alta o suficiente para que consiga ouvi-la e vou parando aos poucos até que ela consiga respirar normalmente. - O que deu em você hoje em?

Ela levanta novamente da cama e a observo até que ela entre no banheiro e feche a porta, me jogo frustrado na cama e por alguns segundos penso em desistir do que irei fazer, a aliança ainda no bolso da minha calça me faz pensar que estou sendo frouxo, mas a dor no meu ombro é uma lembrança constante de que ela não estará segura aqui enquanto Hakim estiver respirando.

Mesmo sem muita vontade me levanto e uso o quarto de hóspedes para tomar um banho rápido e me trocar, no corredor passo por sua amiga enxerida que parece ter se mudado para meu apartamento também, ela até tenta conversar comigo, mas a ignoro e vou em direção a saída encontrando Chris já a minha espera.

- Tem certeza que quer fazer isso? Podemos pensar em outras maneiras de agir. - Chris é o primeiro a quebrar o silêncio assim que entramos no elevador.

- Você viu o que aconteceu nos últimos dias, ele não vai desistir agora que descobriu o meu ponto fraco, ela ficará mais segura nos Estados Unidos. Já providenciou a passagem de Arat?

- Sim, eles vão estar no mesmo voo, mas não tem chances de se esbarrarem, aluguei um apartamento para ele em frente ao que ela mora e ele ficara de olho em qualquer movimento suspeito e fará relatórios diários sobre tudo o que vir.

- Ótimo, fique de olho em todos os próximos voos e não deixe ninguém suspeito ou minimamente ligado a Hakim embarcar. - ele concorda e vamos em direção aos carros que já estão na entrada nos esperando.

Passo o dia inteiro em um escritório que mantenho perto do hotel para adiar ao máximo a conversa que terei com Ruby, as montanhas de papéis, os ataques isolados na fronteira e questões políticas nunca pareceram tão interessantes.

Já perto do final do dia recebo uma mensagem que primeiro me gela dos pés a cabeça e logo depois sinto meu sangue ferver que nem lava quente, uma foto de Ruby encolhida e dormindo em uma cama minúscula em um quarto completamente destruído, com vários focos de mofo por todos os lados e na legenda apenas um "Saudades".

Tento me controlar de todas as formas possíveis, mas ver o quanto ficou vulnerável na mão de Hakim só me deixa ainda mais possesso de raiva, grito por Chris e menos de um segundo depois ele entra em minha sala já com uma arma em punho, ao me ver sozinho ele relaxa um pouco e guarda a arma.

Nas Amarras Do SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora