Capítulo 44

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Pov. Ruby

Sento num banquinho alto enquanto Faruk organiza nosso café da manhã na ilha da cozinha, depois de concordar em me contar o que está acontecendo, ele decidiu que seria bom conversarmos enquanto tomávamos o nosso desjejum, não reclamei, pois estava mesmo com fome, mas ainda levei um sermão por não ter nada que ele considere saudável dentro de casa para um bom café da manhã, o que resultou em um dos seus soldadinhos de chumbo indo a padaria no final da rua e comprando metade de todo o estoque, não sei para quê tanto exagero, assim que sai do banheiro depois de fazer minha higiene matinal e colocar um roupão vi a infinidade de sacolas que ele havia deixado, dava pra alimentar todos os meus vizinhos.

- Terá que se alimentar melhor à partir de agora.

- Não sabia não que voltei a morar com meu pai. - depois de não ter mais espaço na bancada ele guarda o resto das coisas na geladeira e armário.

- Engraçadinha, não se esqueça de que agora não é só você, o bebê precisa de muitos nutrientes para crescer bem e uma alimentação controlada e saudável é importante.

- Como sabe disso? Engravidou mais alguma pobre coitada por aí?

- Já. - oi? Acabo cuspindo todo o café que estava bebendo e olho para ele como se tivesse nascido um chifre de unicórnio na sua testa.

- É O QUE? - ele que me olhava sério começa a rir como uma hiena desgarrada. - Seu idiota!

Jogo o pano de prato que estava em meu colo na sua cara e nem isso cessa sua risada, não vou negar que nos meses em que ficamos separados pensei por diversas vezes que ele estivesse com outra mulher por aí com vários bebezinhos carrancudos, solto a respiração aliviada.

- Não tenho filhos espalhados por aí Ruby, nunca tive relações sexuais sem usar camisinha, você foi a única exceção, mas sempre tive uma relação muito próxima com a minha mãe e depois que meu pai morreu tudo que ela mais desejou foi um neto e me fez aprender tudo o que eu precisava saber para quando encontrasse a pessoa certa.

- Ela sabe que eu estou... grávida? - a palavra ainda soa estranha na minha boca, mesmo com o estado avançado da gravidez.

- Sim.

- E como você sabia disso?

- Eu te levei para o hospital ontem a noite, lembra?! - ele se senta ao meu lado e se serve de café e pedaços de bolo.

- Achei que tínhamos concordado em acabar com as mentiras, né?! Eu sei que quando chegamos ao hospital você já sabia que eu estava grávida antes mesmo do médico me examinar.

- Sua amiga é uma mulher bem fofoqueira. - apenas dou de ombros já que não é uma mentira e espero que ele continue enquanto como meu pão doce. - Quando resgatei você meses atrás chamei meu médico para examiná-la e mesmo não detectando nenhum problema mais grave ele pediu alguns exames de sangue.

- Você sabia disso há meses e não me disse?! - me engasgo com um pedaço de pão e ele dá algumas batidinhas nas minhas costas para me ajudar.

- Não, não pira mulher, estive com tantos problemas nos últimos meses que me esqueci do exame, somente na semana passada que o vi em cima da minha mesa no escritório e depois de resolver alguns detalhes é que embarquei no jatinho para cá. - dou uma cotovelada no meio das suas costelas e ele geme de dor e se encolhe massageando o local. - AI MULHER. Por que que eu apanhei agora?

- Você sabia disso há uma semana e não me disse?!

- Eu pensei em contar, mas não queria que você surtasse sozinha aqui, por isso estava sempre de olho e vim o mais rápido que pude para acompanhá-la de perto.

Nas Amarras Do SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora