Capítulo 32

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Pov. Ruby

O jantar com Faruk não podia ter sido mais perfeito, ele me apresentou vários pratos deliciosos e me ensinou várias coisas da sua cultura, por mais difícil que fosse me concentrar já que ele estava mais lindo do que nunca todo arrumado e com uma pequena marca do meu batom em seu rosto, o que me lembrava a todo instante a forma como ele me beijou quando cheguei.

Agora estávamos em seu carro, um bem diferente das enormes suv's pretas com que ele e os armários desfilavam para cima e para baixo, uma mercedes vermelha, o seu interior é bem aconchegante e me permito relaxar um pouco enquanto ele dirige, o vento bate em meu rosto e com certeza bagunça meu cabelo, mas traz uma brisa gelada tão gostosa que não faço questão nenhuma de fechar a janela.

 - Para onde estamos indo? - já estávamos há mais de quinze minutos dentro do carro e ele mal havia falado alguma coisa desde que entramos.

- Nem um lugar em específico, apenas apreciando a viagem. - ele me olha por alguns segundos e um sorriso tímido toma o seu rosto, é uma cena tão perfeita que tenho vontade de registrá-la para sempre, mas não dura muito logo sua atenção está na rua novamente, solta uma mão do volante e a coloca sobre minha coxa.

Juntos assim nada parecia nos afetar e o sentimento com o qual tenho lutado durante toda a minha vida fica ainda mais forte e o medo de deixá-lo transparecer parece sumir.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Mesmo eu falando que não, sei que irá fazer de qualquer jeito... Pergunte de uma vez.

- Como a gente vai ficar? - ele me olha sem entender assim que para o carro no semáforo e penso numa forma de reformular a pergunta. - Digo, minha viagem já está acabando, será que nós dois...

Não consigo terminar meu pensamento, uma luz muito forte entra pela janela de Faruk e me deixa cega por alguns segundos, o Sheik vira o rosto e não tem tempo de reagir quando uma mão o acerta em cheio no rosto, tudo acontece muito rápido, as nossas portas são abertas ao mesmo tempo e sinto alguém me puxar pelo braço e cabelo, o desespero me toma por completo, me esperneio para que o idiota que me segura me solte, o que só o faz apertar seus punhos em volta do meu braço e me arrastar ainda mais forte, que nem um saco de lixo.

Procuro Faruk no meio da rua mal iluminada e o vejo brigando com dois homens vestidos de preto e igualmente mascarados, seu físico estava lhe dando vantagem, mas ainda assim não parecia uma luta justa.

- Me solta seu imbecil! - grito pro idiota que me segura, mas ele parece não entender. - Acho que isso você vai entender.

Como estou de costas para ele, piso com toda minha força no seu pé esquerdo, o que o faz se curvar para frente com dor, aproveito esse momento para dar uma cotovelada no seu nariz e assim ele me solta segurando o nariz que começa a sangrar que nem um chafariz, não me dando por satisfeita levanto meu vestido e lhe dou um chute nas bolas que o faz cair e rolar no chão com dor.

Já estava me preparando para correr em direção ao carro quando um barulho de tiro muito alto me paralisa completamente, aperto os olhos com força já me preparando para sentir a dor e o cheiro de sangue, que não vem, abro os olhos devagar e tateio todo o meu corpo respirando aliviada ao sentir que não falta nenhum pedacinho meu.

Olho em volta tentando achar a pessoa que atirou e é ai que todo o meu mundo desaba, a alguns metros, não muito longe de onde estou, Faruk está caído no chão imóvel, uma poça vermelha se forma ao redor do seu corpo, sinto todo o meu sangue esfriar na hora, minhas pernas cedem e caio de joelhos no asfalto frio.

Tento correr até ele, mas sou impedida por dois brutamontes que seguram meus braços e me arrastam para longe dele, grito a plenos por ajuda o que é inútil já que a rua está completamente deserta e os homens parecem não se importar em serem vistos sequestrando uma mulher.

O homem que eu havia acertado se levanta do chão quando passamos por ele e me olha com o mais puro ódio antes de me dar um soco perto do olho direito, sinto meu rosto todo latejar e minha visão ficar turva por alguns segundos, tento me proteger com os braços dos seus golpes, o que é impossível graças aos homens que me seguram, ele me dá outro soco no rosto e tudo se torna um verdadeiro breu.

[...]

Acordo sentindo o cheiro forte de mofo e demoro a me acostumar com a claridade precária do quarto em que estou, me sento assustada quando tudo o que aconteceu volta a minha mente como um raio, uma tontura momentânea me faz fechar os olhos e respirar devagar até me sentir melhor, o que não ajuda já que não faço ideia de onde estou, de quem eram aqueles homens ou de como está Faruk, sua imagem toda cheia de sangue parece estar gravada nos meus olhos, e agora sem toda a adrenalina correndo em meu corpo sinto meus olhos inundarem e derramar as lágrimas que estava segurando.

Choro por não saber o estado do Sheik, choro pelo meu corpo machucado que reclama a cada movimento que faço, choro por não saber o que vai acontecer comigo, choro por estar sozinha num lugar remoto do mundo e por saber que se sumisse amanhã poucas pessoas sentiriam verdadeiramente a minha falta, nunca quis tanto estar nos braços do homem que amo, a mínima possibilidade de que ele não esteja mais vivo faz o meu coração doer como se milhões de agulhas o perfurassem ao meu tempo.

Viro o meu corpo no colchão duro que fui colocada e permito que minhas lágrimas desçam sem controle, sempre tive as emoções muito afloradas e não estava afim de me controlar agora, os babacas que deviam estar atrás da porta podiam pensar o que quisessem, mas ainda não era o momento de lutar pela minha vida. Choraria pelo Sheik e por mim e só depois faria os brutamontes se arrependerem de terem me sequestrado,.

Posso até morrer, mas faço um ou dois deles passarem pelo inferno na terra também.



Oie pessoinhas

Um cap um pouco mais curto só pra vocês ficarem com vontade de me matar mesmo, não quero nem ver os comentários...

Nas Amarras Do SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora