Pov. Faruk
Maldita. Seja lá quem for, terei sua cabeça em minha mesa até o final do dia. Tentava me concentrar em outra coisa, mas era impossível, sentia uma dor desgraçada vindo do estômago até as minhas bolas, além disso meus olhos queimavam como o inferno.
Maldita. Mil vezes maldita.
Não sei quanto tempo levo até me recuperar, mas escuto a voz de Ruby e a da maldita falando em algum outro idioma, suas falas são apressadas e não consigo me concentrar por mais do que um segundo.
- Sayidi? - a voz de Chris se sobrepõe à delas e sinto um pano molhado tocar a mão que uso para cobrir os olhos.
Respiro devagar tentando fazer funcionar algum dos malditos mantras da minha mãe para que consiga me acalmar enquanto passo a toalha nos meus olhos.
- Me traga um saco de gelo, Chris. - ordeno com os dentes cerrados, sem saber direito onde ele está, o som de passos se afastando indica que ele me ouviu e foi buscar.
Consigo abrir os olhos o suficiente para caminhar meio cambaleante até o sofá e me jogar nele.
- Faruk? - a voz cautelosa da mulher chega até os meus ouvidos, mas estou tão fodido de raiva que posso acabar descontando tudo nela.
- Quieta! Ninguém fale nada nessa porra dessa sala, ou eu juro que não respondo por mim.
Coloco o pano sobre meus olhos e Chris me entrega o saco de gelo, que coloco sobre minha intimidade, o alívio é pequeno, mas já me ajuda a respirar melhor.
Não sei quanto tempo fico dessa forma, mas nenhuma outra palavra é dita na sala, até pensaria estar sozinho se não fosse pelo som das respirações se misturando.
Levanto a cabeça devagar deixando que o pano escorregue do meu rosto até cair sobre o meu colo, aperto os olhos umas duas vezes e os abro devagar, a primeira pessoa que consigo enxergar é Chris, seu rosto não demonstra muitas emoções, mas consigo notar pelo seu olhar que está nervoso e preocupado, não tão longe dele vejo a latina me olhando com uma cara assustada e atrás dela, quase que escondida, está a mulher perturbada que tentou me cegar e aleijar.
- De qual forma você prefere morrer? - o pequeno sorriso que havia em seu rosto vai morrendo aos poucos ao ver que eu não estava brincando.
- Relaxa Gi, ele não vai fazer nada, corto suas bolas antes que consiga chegar perto dela.
Pisco os olhos algumas vezes e assim consigo enxergar melhor a mulher atrás de Ruby e seu rosto não me é estranho, é a mesma mulher que está no arquivo de Sayd, sua assessora ou algo do tipo.
- Quer morrer no lugar dela mulher?
- Olha, eu não tenho mesmo culpa de nada, viu? A culpa é toda da Ruby, se ela não tivesse me pedido socorro eu não teria vindo pra cá tão desesperada, não teria ameaçado a recepcionista com cara de urubu lá embaixo, não teria dado um tapa na cara do gostosão ali e não teria agido dessa forma com você também.
Mal posso conter a surpresa em meu rosto, é tanta informação para se processar que paro alguns segundos encarando o seu rosto que não podia estar mais impassível, o mesmo eu poderia dizer de Ruby, as duas não parecem se abater nenhum pouco com a fala descabida de Gi... sei lá o que.
Mas assim que foco minha atenção em Chris, vejo que seu rosto provavelmente espelha o meu, tirando pelo fato de que uma vermelhidão em torno dos meus olhos com certeza se fazia presente e no dele há uma marca vermelha em sua bochecha. De onde elas saíram?
- Como assim pedido de socorro? - minha fala não tem um alvo específico, mas vejo o rosto de Ruby ficar mais vermelho que pimenta, o que já me diz que não é mentira.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nas Amarras Do Sheik
RomanceO que uma escritora e um Sheik árabe têm em comum? Aparentemente nada, certo? Errado! Ruby González é uma escritora de romances, de vinte e sete anos que anda tendo problemas para escrever depois de ser traída por seu primeiro e único namorado. Uma...