Capítulo 5

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Pov. Ruby

Estava cansada e irritada, depois de uma despedida regada de lágrimas com Gisele no aeroporto, encarei um voo de dezoito horas sem escalas dos Estados Unidos até a Arábia Saudita, nem o remédio que tomei me livrou do enjoo e do mal estar que senti durante quase todo o voo. E como se não bastasse agora encarava uma fila para outro voo de uma hora e meia que me levaria até Riade a capital da Arábia. Nota mental: nunca mais concordar com nada que Gisele fale, não importa a chantagem emocional que ela faça.

Olho ao redor e a única coisa que vejo são homens de vestidos e mulheres com roupas que cobrem todo o corpo, com certeza não estava na minha zona de conforto, as únicas pessoas com roupas mais "normais" eram os que estavam na minha fila ou em outras filas de embarque e desembarque.

A maioria falava em inglês, mas os barbudos de vestidos falavam rápido e embolado não entendia nem uma palavra do que conversavam. 

Já sentia que não ia me dar bem nesse país, as conversas eram esquisitas, as palavras pareciam rabiscos feitos por crianças e até agora não tinha visto nada que chegasse perto de me inspirar a escrever.

A fila finalmente começa a andar e acompanho seu ritmo lento e cansativo, estou tão irritada  que já estava quase entrando na fila contrária e voltando para meu tão amado país.

Assim que minha vez chega entrego meus documentos para o homem com turbante à minha frente, ele me dá um sorriso sincero e uma saudação de boas-vindas ao seu país, apenas aceno com a cabeça sem muita empolgação.

Depois do que mais pareceu uma vida finalmente estou em Riade mais precisamente na frente do hotel que minha amiga havia reservado e meu Deus, tive que me afastar alguns passos para apreciar melhor a grandeza dele.

Mal pude acreditar quando o táxi passou por uma construção com arcos e pilares idênticos aos castelos da Disney e parou na entrada luxuosa do hotel, era como se tivessem colocado todo um hotel enorme dentro de um castelo. Nem quero imaginar quanto tudo isso custou para Gisele.

Dois homens de uniforme saem do hotel um deles pega minhas malas enquanto o outro me conduz até a recepção, ele começa a falar todo embolado, mas para quando vê a minha cara de burra.

- Bem-vinda ao Grand Hassan Hotel! Espero que aprecie sua estadia. - ele fala agora em inglês, seu sotaque é bem forte.

- Muito obrigada.

Ele abre as portas duplas para que eu passe e quase caio para trás quando vejo todo o luxo que é o hotel, minha amiga teria muitas explicações para me dar.

Ando devagar tentando absorver todos os detalhes e com medo de quebrar alguma coisa, sinto que se eu ao menos arranhasse o chão, teria que dar pelo menos um rim para pagar. 

Na recepção uma mulher atrás de um computador me olha, mas diferente do rapaz seu olhar não é nada simpático, muito séria e com cara de tédio não combinava em nada com o ambiente do hotel.

Também não faço muita questão de ser simpática com ela, entrego meus documentos para ela enquanto ainda encaro toda a grandeza que existe nesse hotel, olho para cima e uma enorme luminária dourada pende do teto, parece que tudo aqui foi pensado nos mínimos detalhes para ser perfeito.

A recepcionista com a cara azeda força a garganta para chamar minha atenção e coloca dois papéis à minha frente, graças a Deus estavam em duas línguas, o que eu menos queria agora era pedir para que ela traduzisse alguma coisa para mim, a primeira folha eu deveria assinar para registrar o check-in e na outra estava todas as comodidades que o hotel oferecia, desde spa até passeios de camelo pelo deserto, e é claro que minha digníssima amiga se inscreveu em metade das atividades oferecidas, coisas que eu agora teria que fazer.

Assino o check-in e entrego para ela, pego o outro papel do balcão, junto com meus documentos e o cartão magnético que ela me entrega. Ela me aponta o elevador e caminho até lá tentando não tropeçar nem cair de cara no chão.

- Quadragésimo oitavo andar, por favor. - falo ao ascensorista assim que as portas se fecham.

Há apenas duas mulheres dentro do elevador que olham para o meu cabelo com curiosidade, mas não falam nada a única coisa que se escuta é uma música clássica que sai pelos autos falantes das paredes do elevador.

Ainda bem que o elevador é bem rápido e não sou obrigada a interagir com essas pessoas estranhas, logo para no meu andar, agradeço o senhor bonzinho com o trabalho mais inútil que eu já vi e entro no extenso corredor com várias portas douradas, me guio pelos números em cada uma e já estava achando que estava no corredor errado quando vejo a última porta do corredor com o mesmo número que estava marcando no meu cartão, é o único quarto que fica de frente para todo o corredor.

Passo a chave pela entrada magnética e logo escuto um barulinho indicando que está destrancada, giro a maçaneta e olho em volta, apesar de parecer um quarto mais simples acho que facilmente caberia meu apartamento dentro dele. Fecho a porta e começo a explorar tudo que tem ali, minhas malas estão do lado da porta, não sei como pois nem lembro de ouvir a recepcionista falar para o carregador em que quarto era.

Na parede encontro uma televisão com sofás e puffs na sua frente, e num canto oposto ficava a cama que era enorme e com certeza devia ser muito macia, até uma mini-cozinha havia no quarto separada da sala por uma ilha. Tudo pensado com perfeição em cores neutras e de muito bom gosto, havia também uma escrivaninha bem abaixo da televisão e duas portas, caminho até elas e abro a primeira encontrando um closet com prateleiras e cabides, um roupão com o nome do hotel estava pendurado ali junto com uma meia dúzia de toalhas, na segunda porta ficava o banheiro, tão lindo e grande que eu poderia morar nele tranquilamente, não entendo como tudo aqui parecia exalar poder e dinheiro, os detalhes em dourado de todas as coisas lembravam ouro e denunciavam como o dono de tudo isso gostava de se exibir, talvez estivesse tentando compensar alguma coisa.

Volto para o quarto e abro as cortinas, a luz forte do sol me deixam cega por alguns segundos e preciso fechar os olhos e abrir devagar até me acostumar com a claridade e quando consigo ver tudo minha boca quase vai ao chão, as janelas vão do chão ao teto me dando uma visão perfeita de tudo, consigo ver os prédios mais ao longe, os carros que passam lá embaixo sem parar, mas principalmente vejo o deserto, as dunas que se formam, as cores da areia, o contraste dela com o céu, nunca achei que esse lugar pudesse ser tão bonito, já estava começando a achar que minha vinda até aqui não seria tão ruim assim.





Oie pessoinhas

Ruby finalmente chegou ao deserto e já tá até gostando rs
Oq será que ela vai pensar quando vir o nosso sheik em, o próximo cap é dela de novo 😏

Ahh sobre a maratona de Uma nova vida, já estou escrevendo e essa semana mesmo começo a postar, então fiquem de olho rs

Nas Amarras Do SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora