Capítulo 47

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Pov. Ruby

A fala de Faruk me desperta para o mundo fora da nossa bolha, mal havia notado que o carro já estava estacionado, fiquei tão perdida em minha mente que nem notei os carros enfileirados no estacionamento coberto da clínica. 

Minha amiga fofoqueira havia passado as informações certas mesmo, reconhecia esse lugar sem precisar fazer muito esforço, a clínica particular em que me consulto, ela era toda dedicada a saúde da mulher, cada andar possuía os mais diversos tratamentos e médicos especializados, contando até mesmo com uma maternidade nos últimos andares, confesso que já cheguei até a visitar o berçário no passado quando achava que meu antigo namorado e eu poderíamos chegar a formar uma família.

- Vamos? - ele agora aperta a minha mão em um gesto reconfortante, apenas confirmo com a cabeça me sentindo nervosa de repente.

Ele sai do carro e não espero que dê a volta para abrir a porta para mim, saio e assim que meus pés tocam o piso sinto uma leve ansiedade me dominar, fazer mais exames, fazer ultrassonografia tornaria tudo real e não sei se estava preparada para isso, para ser mãe.

- Você está bem?  - ou esse homem enorme tem a passada leve de um gato ou minha cabeça não está mesmo processando as informações de forma rápida como sempre faz, apostaria todo meu dinheiro na segunda opção.

- Acho que sim.

- Não precisa se preocupar, vou estar ao seu lado durante todo o tempo, vamos ver como está nosso bebê, a médica deve pedir alguns exames e passar algumas vitaminas e recomendações e depois iremos para nossa casa. - o seu tom é calmo e reconfortante, e mesmo estando uma pilha de nervos suas palavras me deixam mais relaxada.

- Nossa casa? - ele me lança um sorrisinho sacana e mostro a língua em resposta.

- Estamos prontos para conhecer o meu neto? - Deus do céu, é costume dessa família surgir do nada e assustar as pessoas? 

Aceno com um sorriso em resposta, para disfarçar o coração acelerado do recente susto, e a mãe de Faruk segue na frente com o seu armário particular, antes que eu a siga sinto a mão do Sheik se entrelaçar a minha, uma corrente elétrica segue por todo o meu braço e desce pela minha espinha, esse homem provoca reações em mim que não consigo controlar, fico sem forças para me separar dele e deixo que ele me guie pelo caminho até a recepção.

A funcionária em um primeiro momento se assusta ao ver tantas pessoas surgirem de uma vez, mas assim que me reconhece ela relaxa um pouco, metade dos seguranças de Faruk esperam do lado de fora da clínica e os que nos seguiram se dispersam e ficam em locais estratégicos da grande recepção, os únicos que continuam ao nosso lado é Chris, que parece mais interessado em Gisele do que qualquer outra coisa e o armário particular da minha sogra, digo, de Aisha a mãe de Faruk. De onde surgiu essa loucura de considerá-la minha sogra?

- Bom dia Mia. - saúdo a recepcionista trazendo sua atenção de volta para mim, já que ela parecia interessada demais no Sheik grudado em meu braço.

- Bom dia senhorita González, é um prazer revê-la.

- O prazer é todo meu, acho que tenho uma consulta com a doutora Taylor. - minha fala não é muito firme já que não tenho certeza se o MilkSheik havia marcado a consulta com minha médica de praxe.

Abro a minha bolsa e puxo meus documentos os entregando para a recepcionista que começa a digitar no pequeno notebook a sua frente procurando pela marcação da minha consulta. O Sheik ao meu lado parece muito alheio a tudo ao redor, sua atenção toda focada em mim por algum motivo, Gisele com sua paciência de segundos já se sentou em uma das poltronas da recepção com o babão do Chris ao seu lado, Aisha permanece ao nosso lado super elegante vestida com um vestido de mangas que cobre todo seu corpo e um hijab na cabeça cobrindo seus cabelos, a única parte visível de seu corpo são as mãos e o rosto e mesmo assim era fácil ver como ela era uma senhora refinada e muito bonita, em nada entregava a idade que tinha.

Nas Amarras Do SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora