Capítulo 39

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Pov. Ruby

O sinal sonoro de que já podemos soltar os cintos e sair do avião é o que me desperta dos meus pensamentos, infelizmente não consegui dormir nem por um minuto sequer durantes os dois voos, parecia que minha cabeça se negava a me dar um descanso sequer, invejo Gisele que ainda dormia feito uma pedra do meu lado, a cutuco com o cotovelo e ela acorda assustada já limpando os resquícios de baba pela bochecha.

Esperamos até que o avião esteja mais vazio para levantar e pegar nossas malas, havia trocado poucas palavras com Gisele desde que saímos daquele hotel, sentia o nó na minha garganta ainda me apertando e era difícil acreditar que ele iria embora tão cedo, por mais que eu me esforçasse.

Assim que saímos do aeroporto entramos no primeiro táxi que aparece e trinta minutos de viagem depois paramos diante do meu velho e querido apartamento, ajudo Gisele a carregar o mundo de malas que ela levou e as arrumo do melhor jeito que consigo dentro do elevador, por se tratar de um prédio mais antigo, o elevador não era muito grande, por isso nos esprememos para subir junto das malas.

- Por que você levou tudo isso? 

- Sou uma mulher prevenida, ao contrário de você amiga, se eu não tivesse feito sua mala tenho certeza que você levaria apenas uma bolsa com duas calcinhas furadas, algumas camisas de time e aquela calça moletom horrenda que eu já devia ter jogado fora a tempos. - ela se esforça para falar já que segura uma bolsa enorme que esconde metade do seu rosto.

- Nem pense em mexer no meu guarda roupas de novo, deixe minhas roupas de conforto life style quietinhas. - ela apenas ri enquanto nega com a cabeça, o elevador para e a porta se abre. - Chegamos ao seu andar.

- Finalmente em casa. - ela começa a tirar suas malas e as organiza perto da porta. - Tem certeza que não vai precisar de mim?

Ela volta ao assunto que havíamos discutidos no táxi, e mesmo com o coração em pedaços, não podia deixar que minha amiga parasse sua vida por minha causa de novo.

- Eu estou bem, não se preocupe. - uma baita mentira. - Só preciso dormir um pouco. - com a ajuda de alguns remédios, quem sabe daria certo.

- Espero mesmo que seja verdade, vou desfazer as malas, tomar um banho e buscar o Toby na veterinária, se não ficar muito tarde dou uma passada na sua casa mais tarde. - mesmo a contragosto concordo, pois sei que contestá-la só irá deixa-la mais desconfiada e chata.

- Ei, essa mala aqui não é minha não. - a porta do elevador já estava fechando quando noto uma mala grande demais entre as minhas.

- É sua sim! Encare ela como um bônus, uma recompensa pelas dores de cabeça. - o que? Não tenho tempo de tirar minhas dúvidas já que a porta se fecha e o elevador começa a subir novamente.

Encaro a mala encostada na parede oposta como se a qualquer momento alguma coisa fosse pular dali e me assustar, não lembro de comprar nada parecido, o meu andar chega e com certa dificuldade consigo arrastar minhas malas até o meu apartamento no final do corredor, reviro minha bolsa e puxo o chaveiro com as minhas inicias e destranco a porta. 

Apesar do calor que faz do lado de fora, meu apartamento está frio e escuro, jogo as malas de qualquer jeito no chão da sala e acendo as luzes, a bagunça a qual eu sempre estive familiarizada já não existe mais, com certeza Gisele andou limpando e organizando aqui antes de viajar.

Me jogo no sofá completamente exausta, o peso das últimas vinte e quatro horas finalmente pesando sobre os meus ombros, todas as cenas rodando na minha cabeça como um disco arranhado e voltar para um apartamento vazio não melhora em nada a sensação de vazio que se instaurou em mim desde que sai daquele quarto de hotel.

Nas Amarras Do SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora