Cheguei na escola e vi os meninos todos sentados, conversando, nos bancos que estavam na frente da fonte da escola.
— Eai, Ji! Como vai a vida?
— Ce está muito animado numa hora dessas — Falei me chegando mais perto dos garotos, apertando as alças da minha mochila com força, e encarando Hyunjin, que me tinha feito a pergunta.
Posso ter feito amigos novos, - se ainda não é muito cedo para lhes chamar de isso - mas continuo nervoso com a ideia de socializar com pessoas que não estejam dentro do meu círculo familiar.
— Aconteceu nada. Uma pessoa já não pode acordar contente, aish — O maior se afastou do grupo xingando e Felix saiu correndo atrás do namorado.
Nós nos rimos do drama do Hwang e todo o mundo voltou a conversar como estavam antes.
Eu estava só ouvindo as conversas, já que não sou bom em puxar assunto/conversar com alguém que não eu mesmo, - Sim, falo sozinho. Mais uma vez, não me julga - quando me senti como se alguém me estivesse olhando.
Comecei procurando pelo olhar do tal alguém e vi o Lee mais velho me encarando. Encarei ele de volta esperando que ele se sentisse desconfortável e desviasse o olhar - como normalmente faço no mercado - mas não resultou. Ele só me encarou com mais voracidade.
Acabei por quebrar o contacto visual e senti meu orgulho doer por isso.
Aquele moço é estranho. Primeiro manda me raptar. Depois me pede desculpas por quase me ter morto. Agora parece que me quer comer vivo. O que esse garoto tem dentro da cabeça?
— Ji? — Acordei do meu mini transe com o Chan me chamando — Todo mundo está indo pras aulas, você não vai?
— Ah, vou sim. Tchau Bang — Falei depois de virar as costas e começar a fazer o caminho rumo à minha sala de Biologia.
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Quando cheguei na sala, o resto da turma já havia escolhido os bons lugares, o que me fez pensar o porquê de eu não ter chegado 20 minutos mais cedo como sempre fazia na outra escola.
Aí me lembrei que agora tinha aquelas criaturas como amigos e que minha vida não era mais a mesma.
A professora estava de costas quando eu entrei e me sentei em uma das cadeiras disponíveis, que foi, de preferência minha, uma com menos pessoas à volta.
— Menino Han, para a próxima chegue a horas. — A mulher fez uma pausa dramática — E se não chegar, pelo menos, não faça barulho.
Assenti, a vi se virar novamente para o quadro e continuar a escrever o que íamos aprender esse ano com ela.
Uma hora de aulas se passou, e tu acredita que aquela mulher não me deixou ir no intervalo?
Ela falou que o tempo do intervalo era o tempo que eu havia chegado atrasado, então que ficava na sala terminando os exercícios que ela tinha passado.
— Oi. O que você está fazendo?
Olhei para cima e me assustei com um par de olhos castanhos cor de chocolate me encarando.
— Oi, Minho. O que você está fazendo aqui?
Ele riu e puxou a cadeira ao meu lado, se sentando na mesma.
— Eu tenho aula aqui. Não sei se você percebeu mas estou tirando as mesmas aulas que você, só que em tempos diferentes.
— Hm, faz sentido.
— Você não respondeu minha pergunta.
Olhei para o livro e meu caderno abertos e voltei a olhar para o Lee.
— Estou tentando fazer uns exercícios que a professora me passou. Não sei como vou fazer isto se ela ainda nem deu a matéria.
Ele baixou a cabeça e voltou a rir.
— Tá rindo de quê? — Minha voz soou fria e frustrada, o que eu só me apercebi depois de ter soltado a frase.
— De nada, não. Quer ajuda?
— Não, eu estou bem. Consigo fazer isso sozinho.
— Então tá bom, senhor Han.
Ele se levantou e voltou para o lugar dele, na outra ponta da sala. Fiquei outra vez sozinho. Só eu e meus pensamentos. Mas não por muito tempo, pois os alunos entraram seguidos pela professora, que logo me veio perguntar se eu já havia feito os exercícios.
Óbvio que eu não fiz os exercícios. Aquele serzinho irritante esteve ao pé de mim me desconcentrando.
— Como essa é a vossa primeira aula de biologia desse semestre, eu vou vos dar a oportunidade de fazerem um trabalho que mostre as vossas capacidades — Começou por dizer a professora — Os trabalhos serão realizados em duplas e têm que mostrar um pedaço da personalidade dos dois e o vosso conhecimento sobre a disciplina. A dupla que tirar a nota mais alta, não precisará de fazer a primeira prova.
Burburinhos se fizeram presentes na sala. Alguns falavam sobre como iam elaborar o trabalho e outros já estavam planejando com quem ficar.
— Mas há um pormenor, eu que faço as duplas.
O barulho dos sussurros animados que os alunos trocavam esmoreceu perante a fala da mulher.
— Não esqueçam que muitos de vocês são novos nessa escola e fazer amigos é uma tarefa difícil. Se vocês escolherem seus amigos, não vai ser justo pros outros colegas que chegaram faz pouco tempo.
Todo a gente encarava a mulher. Uns com uma cara de "desprezo", outros com compreensão.
A professora pegou num papel que estava dentro da sua agenda e começou dizendo os nomes dos alunos, que iam formar duplas, bem alto.
— Sunho e Min, Niki e Jackson, e por último, mas não menos importante, Minho e Jisung.
O choque e o desgosto me invadiram por um instante. Por quê justo ele?
— Professora? — Ela olhou para mim — Não dá para trocar de par com alguém? Eu não queria ficar com o-
— Não. As regras são essas. Você não pode trocar, assim vai conhecer pessoas novas. E vai te fazer bem.
Ficamos nos encarando por longos segundos, até que eu desisti de a convencer e saí batendo o pé de volta para o meu lugar.
Quando a aula acabou e eu estava arrumando minhas coisas para ir almoçar com os meninos, senti alguém colocando a mão no meu ombro.
Me virei para encarar quem fosse e vi aquele sorriso que eu tinha começado a não gostar de ver.
Era Minho.
Vocês não estão entendendo. O cara está sempre olhando para mim e nem disfarça. E depois vem com esse sorriso e aqueles olhares psicopatas a olhar para mim como se fosse meu amigo. Nem parece que me tentou matar nem nada.
— Então.. Fazemos o trabalho na casa de quem?
Suspirei e acabei de arrumar minhas coisas antes de lhe responder.
— Podemos fazer na sua?
— Não acho uma boa ideia te levar na minha casa. Estaria te revelando informações a mais sobre mim.
— Então porque perguntou?
— Para ter certeza que podia ser na sua casa.
— E se eu dissesse que não?
— Era na sua na mesma — Ele olhou para mim e riu da minha cara — Não me olha assim, até parece que quer me matar.
— Olha quem fala, né.
Coloquei a mochila nas costas e agarrei no meu celular. Mandei uma mensagem pra minha irmã a perguntar como tinha ido o encontro.
De repente, senti alguém pegar acima de minha mão e começar me puxando.
— Anda, vamo almoçar — Falou Minho me levando para fora da sala.
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Possessive || Minsung
FanfictionHan Jisung um rapaz normal e gentil, está andando sozinho para pensar e espairecer um pouco, e é sequestrado, sem motivo aparente, por Lee Know, o chefe da máfia mais temido da Coreia do Sul.