No final do ensaio, - que serviu mais para a gente se divertir do que trabalhar - o Bin ficou de me levar a casa, pois o Bang ainda tinha que dar uns pormenores finais na música.
— Então, Han, você nunca teve um professor de música? — Perguntou o garoto enquanto nós caminhávamos em direção ao carro preto.
— Eu tive um quando tinha 6 anos. Ele tentou me ensinar a tocar piano, mas eu me mudei de cidade e tive que desistir das aulas.
— Eu nunca aprendi a tocar nenhum instrumento — Nós entramos no carro e o Bin começou conduzindo — Minha mãe nunca me apoiou na carreira da música, mesmo sabendo que era o que eu mais amava. Minha relação com ela era complicada. Daí eu encontrei o Chris e nós começamos a nos juntar para produzir música.
— Eia, cara. Sinto muito pela sua mãe.
— Não faz mal, ela já nem- — Ele foi interrompido pelo seu celular vibrando — Você pode atender pra mim e colocar em alta voz?
— Ah, sim.
Peguei o celular do Bin e vi "Chefe" escrito no cimo da tela. Atendi e me manti calado durante toda a conversa.
—Bin, aconteceu uma coisa. Você precisa vir o mais rápido possível.
— Eu tenho só que-
— Os franceses fizeram um desvio das embalagens e estão lucrando com isso. Eles nos roubaram! — Um murro dado na mesa foi ouvido do outro lado da linha — Preciso de você aqui, agora. O Hyun e o Seung já tão chegando.
Minho terminou a chamada e silêncio se intalou no carro. Changbin virou o carro, rapidamente, em uma volta de 180 graus.
Tudo passava na minha mente depois daquela conversa. Minho e o "Chefe" pareciam pessoas completamente diferentes apesar de serem a mesma.
Minho era legal e descontraído. Mas o chefe da máfia mais perigosa da Coreia do Sul - segundo ele - era frio e calculista.
Aí está a vida dupla que o Lee me falou que tinha que ter. E não parece ser nada fácil.
Quando saí do meu pequeno transe, percebi que o Bin estava voltando para trás.
— Tu não tá pensando me levar com você para aquele sítio, pois não?
— Eu não tô pensando, eu tô te levando mesmo.
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— Onde tá aquele desgraçado? Ele já devia tar aqui.
Um Lee furioso gritando foi possível ouvir do outro lado da porta.
— Cheguei — Proferiu o menor entrando correndo pra dentro da sala onde os outros três garotos, e mais alguns homens que trabalhavam para Minho, se encontravam.
— Finalmente — O Lee desviou a atenção para a pessoa atrás do Changbin, eu, e fulminou o mesmo com um olhar — Porque raios você o trouxe para aqui?!
Nesse momento, toda a gente que se encontrava naquela sala se calou. Todos os burburinhos e sussurros pararam.
— Eu tentei te falar que tinha que o deixar em casa mas tu preferiu não me ouvir — Respondeu Bin calmo.
Minho inspirou fundo, como tentativa de se acalmar também e veio até mim.
— Esse garoto vai connosco — Gritou conseguindo apanhar a atenção de todos — A vossa missão principal é apanhar, de preferência vivos, o maior número possível de traidores. Mas se esse garoto chegar com um único arranhão que seja, vou castigar todos vocês.
Os burburinhos voltaram, parecia que todo o mundo estava confuso. Confesso que, eu no lugar deles também ficava. Minho voltou a tomar a palavra.
— Eles vão estar fazendo as entregas dos nossos produtos no supermercado abandonado de Seoul, aquele ao pé da estação do metrô. Eles estão lá daqui a 40 minutos. Do que estão à espera?! Vão se daqui!
Toda a gente abandonou a grande sala às pressas e só fiquei eu e Minho.
— Você vem comigo — Ele agarrou no meu pulso e me levou entre os corredores daquela.. coisa.
Eu não sei o que chamar aquilo. Casa? Organização? Num sei.
— Você não devia de estar aqui — Ele continuava repetindo aquela frase enquanto me arrastava e me metia dentro de uma van preta, no assento ao lado do condutor.
Ele fechou a porta e deu a volta ao automóvel, entrando e colocando o cinto.
O Lee me olhou e se aproximou devagar. Eu me encolhi e o olhei nos olhos, o que foi retribuído. Nesse momento, nós estavamos frente a frente, eu sentia a respiração dele bater no meu nariz.
— Você não colocou o cinto — Ele sorriu, puxou o cinto e o prendeu por mim.
— Ah, obrigado.
Ele arrancou atrás das outras vans, que já haviam partido fazia algum tempo. No total eram 6 vans - sem contar com a nossa - cada uma com uma média de 10 homens dentro.
Demoramos exatos 35 minutos até ao lugar "combinado". Vi vários homens, carregando armas pequenas, saindo das suas vans.
Uns levavam armas enormes e se escondiam para poder ver mas não serem vistos.
Eu observei meus três amigos, Hyunjin, Seungmin e Changbin saírem do automóvel, também armados. O Seung seguiu com os outros homens e se escondeu, enquanto os outros dois esperam calados com o resto.
— Aconteça o que acontecer, não sai do carro — Minho me encarou com uma expressão séria e me estendeu uma arma — Toma isso, utiliza só pra se defender. Você tem uma faca dentro do porta luvas, utiliza só se precisar também.
Minho estava pronto para sair da van quando eu cai na realidade que ele ia lutar com pessoas perigosas e que eu não sabia ao certo quantos eles eram.
— Min — Ele se virou para trás — Volta inteiro.
Ele sorriu e fez um carinho nos meus cabelos, o que me derreteu meu coração e me fez sorrir.
— Pode deixar.
Dito isto, o Lee saiu do carro e se dirigiu para junto dos seus homens que o aguardavam impacientemente.
Eu o vi falar alguma coisa para seus homens e eles começaram a se aproximar dos portões meio abertos e a entrar.
Minho se virou para trás, olhou para mim uma última vez e me acenou, me fazendo sorrir.
Espero não ter de usar essas armas com que ele me deixou. Acho que não o conseguiria fazer.
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Possessive || Minsung
Fiksi PenggemarHan Jisung um rapaz normal e gentil, está andando sozinho para pensar e espairecer um pouco, e é sequestrado, sem motivo aparente, por Lee Know, o chefe da máfia mais temido da Coreia do Sul.