10

4.4K 462 827
                                    

No final das aulas nos encontramos todos na casa do Hwang. Todos mesmo.

Estava lá "meu grupo" de amigos e o grupo de amigos do Minho. Os meninos estavam se dando super bem uns com os outros e eu estava me dando melhor agora do que antes, acho que era porque agora já não sentia aquela desconfiança ao pé do Seung.

Eu me sinto priveligiado. Fui o último a chegar a esta roda de amizades e sou o primeiro a saber que o Hyun está dentro da máfia. É bom saber que ele confia em mim o suficiente pra me contar isso (nem me contou porque me sequestrou por engano nem nada *cof cof*).

Mas agora falando sério, quando eu lhe perguntei se ele tinha participado no plano de me sequestrar, ele podia ter falado que não. Porque ne gente, ele expôs o gangue - não sei o que lhe chamar ksksk - dele e me falou quem tinha participado no plano do sequestro e quem mandava naquilo tudo. Precisa confiar pra isso. Ou então é burrice pura mesmo.

Sai dos meus pensamentos quando ouvi uma voz grossa me dirigindo uma pergunta.

— Ji, você não nos chegou a contar pormenores do seu sequestro.

Minho, que estava sentado do meu lado, se engasgou com as batatas fritas que tinha acabado de colocar na boca. Eu lhe dei uns tapas nas costas até ele se recompor. Não sei como ele é chefe de uma das máfias >>> mais perigosas <<< da Coreia do Sul se não sabe representar.

— Hyunjin-ah! Seu amigo foi sequestrado e você não contou nada pros seus amigos? — Minho se virou bruscamente para o lado, para poder encarar o Hwang, e atirou o pacote de batatas no chão para criar mais drama.

Retiro o que disse à cerca da representação dele.

— Ahm.. me desculpa. Pensei que vocês não ligassem, dado que só viram ele uma vez. E ele pediu para eu não contar pra ninguém.

— Pediu? — Os dois Lee perguntaram ao mesmo tempo.

— Pedi. Aqui as notícias correm rápido e se a minha irmã descobrisse ia contar pra minha mãe e a minha mãe nunca mais me deixava andar sozinho à noite ou ir na casa do Hyun.

Improvisei essa fala. Os dois soltaram um "ah faz sentido" e o Lee mais velho voltou a comer.

— Mas agora que eles já sabem, e não vão falar pra ninguém tu pode nos contar.

— Aish, tá bom — Tirei uma batata do pacote que Minho voltara a segura e bebi o resto da minha cola — Ih gente, isso é muita pressão, estão todos me encarando com expressões sérias, pelo amor.

Eles riram e a pressão aliviou um pouco então comecei a falar.

— Eu estava vindo da casa do Hyunjin pelo mesmo caminho que a gente foi ne, só que em vez de ir na direção da escola eu virei na direita para ir pra minha casa. Eu estava andando nessa rua, de boa na lagoa, dançando blackpink quando, do nada, vêm dois marmanjos e um deles me bate na cabeça. E como não chegou uma vez, me bateu uma segunda vez.

Enquanto todo mundo ria pela forma de como eu contava a história, eu desviei meu olhar para Changbin, que estava sentado no sofá, e ele moveu os lábios formando a palavra "desculpa". Prossegui com a minha história.

— Daí eu acordei dentro de algo em movimento, que mais tarde eu percebi que era uma van, e ouvi os tais dois a falar no celular com alguém.

Minho me interrompeu.

— Aposto que ele estava falando com o chefe.

— Era com o chefe mesmo — Os outros riram mais uma vez — Ele estava falando que já não conseguia esperar mais, que precisava da vítima agora e pipipi popopo. Quando eu cheguei lá, eles me prendaram numa cadeira e me deixaram com aquele chefe louco do mal que começou falando de vingança. Eu fiquei tipo, perai amigo, qual vingança? Nunca vi você na vida. Daí ele percebeu que eu não era a verdadeira vítima e saiu correndo. Depois mandou os dois marmanjos me levarem para a rua que eu tinha sido raptado. Acho que é isso, fim da história.

— Gente, isso dava um filme e tanto — Felix disse no meio das suas risadas, fazendo os outros rir ainda mais.

— Nossa geração é tão bosta que estamos zoando o nosso amigo ter sido sequestrado — Jeongin falou.

Quando todo o mundo se acalmou, não houve tempo de conversa e um silêncio constrangedor se instalou na sala.

— E que tal nós jogarmos um jogo? — Sugeriu o Hwang levando todos os olhares até ele — Verdade ou desafio?

— Por mim pode ser — Falou Minho olhando pro Bang e depois desviando o olhar — Você não se importa de jogar, pois não?

— Não, eu só nunca joguei.

— Meus Deus, o Jijico nunca jogou esse jogo antes? -—Felix perguntou e eu acenei negativamente com a cabeça.

— Então nós vamos pegar leve. Também é a primeira vez que estamos jogando como um grupo.

— Okok, eu começo — Falou Felix — Changbin, verdade ou desafio?

— Verdade.

— Você malha? É que seu corpo quase que parece um presente vindo dos deuses-

— Lee Yongbok! Tu não esquece que tem namorado e que ele está mesmo aqui.

O Lee se aconchegou no Hwang e sussurrou um "ninguém pode substituir você" e eles começaram dando selinhos. Que casal carente, vish.

Bin, e todos os outros, - incluindo eu - estavam olhando para eles dois.

— Sim, eu malho, obrigada por notar. Minha vez então. Bangchan, verdade ou desafio.

— Ahm.. verdade.

— Você namora?

— Não, não tenho tempo para essas coisas. Amor só me vai distrair.

— Desculpem, as atitudes do Chan. Ele não transa com ninguém faz muito tempo e-

— Não namorar não significa não transar, Jeongin.

A cara do Yang paralisou de choque.

— Hyung não fala isso pra ele! Ele é só uma criança — Hyunjin se chegou perto do garoto e cobriu as orelhas dele com as mãos. I.N. deu tapas nas mãos do Hwang, que as tirou do menor.

— Sou eu agora. Minho, verdade ou desafio?

— Verdade.

— Aish, gente assim não tem piada. A partir de agora o jogo se chama só "Desafio" — Falou Jeongin.

— Tá, então desafio — Falou o Lee rindo.

— Beija o Jisung — Olhei incrédulo para o mais velho dali que me olhava com uma cara de quem tava planeando algo.

Aquele Bang está com fogo no cu, ou quê? Eu no almoço lhe contei que era hetero e no exato segundo a seguir ele me faz beijar um homem?

Quando saí dos meus pensamentos tinha um Minho, sorrindo de lado, a dois centímetros da minha cara, alternando o seu olhar entre meus olhos e a minha boca.

Meu coração começou batendo mais rápido quando ele se aproximou ainda mais fazendo nossos narizes se tocarem.

Ele olhou uma última vez nos meus olhos e senti os lábios dele contra os meus. A língua de Minho começou explorando os cantos da minha boca e eu devolvi o beijo na mesma intensidade.

Senti a mão dele agarrar os meus cabelos e me puxar para mais perto com o fim de aprofundar mais o beijo.

Fui lembrado da existência do público quando comecei ouvindo os seus gritinhos animados. Bangchan limpou a garganta o que nos fez parar o beijo.

— Eu falei para você o beijar, não para o comer na nossa frente — Os outros se riram e meus olhos encontraram os de Minho, ele sorriu e eu baixei a cara envergonhado.

O que eu acabei de fazer?

Possessive || MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora