22.

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Passamos mais um tempinho assistindo as ondas rebentarem até que começou esfriando.

Minho tinha me falado que havia tido uma ideia e me levou de volta para aquele restaurante de mais cedo. Mas dessa vez eu não entrei nele.

Eu estava cá fora observando as formas das, quase inexistentes, nuvens no céu - outro de meus muitos passatempos esquisitos - enquanto o Lee falava com a mulher que nos tinha "atendido".

Vi ele voltando cá fora com um sorriso percorrendo seus lábios. Ele chegou em mim e me tentou tranquilizou soltando um " Está tudo bem".

Passado uns quinze minutos de conversa a senhora fez um sinal ao Lee de dentro da sala.

A mão dele pegou na minha e Minho me conduziu por dentro do restaurante a fora.

Entramos numa sala reservada a funcionários e subimos umas escadas de cimento que nos levaram até ao grande terraço do edifício.

O espaço estava enfeitado com uma pequena mesa com velas em cima da mesma. No chão havia uma coberta às riscas com várias almofadas a enfeitando.

Tudo parecia tão perfeito e havia sido feito em tão pouco tempo que, na minha cabeça, só conseguia agradecer à mulher que havia feito aquilo tudo.

- Eu nem sei o que dizer.. .

- Então não diga nada — Ele riu — Anda, vem sentar pra comer.

O jantar - digo jantar porque não almoçamos e já eram quase sete da noite - foi bem legal. A senhora Cho nos trouxe a comida, que por sinal estava bem gostosa, e nos deixou ficar lá o tempo que a gente quisesse.

Nós estávamos deitados, um do lado do outro, assistindo ao que restava do pôr do sol, ou seja, quase nada porque já passavam das 21h.

— Eu tenho ataques de ansiedade. Foi isso que aconteceu hoje mais cedo — Falei, quando senti que devia, encarando as poucas nuvens que estavam visíveis aos meus olhos — Lugares com muitas pessoas mexem comigo. Se estiver alguém falando comigo ou me tocando, eu consigo me focar ou no toque ou voz da pessoa e esqueço do redor. Mas você soltou minha mão.

Falei a última parte quase em um suspiro.

- Sinto muito, Ji. Eu não fazia a menor ideia — Ele fez uma pequena pausa enquanto colocava sua mão sobre a minha — Você toma algo pra controlar esses ataques?

— Sim, mas estava na sua casa e esqueci de levar comigo.

Aqui o Lee começou um sermão, de como eu não podia esquecer de coisas tão importantes que me ajudavam a não ficar mal, que durou cerca de cinco minutos.

Novamente uma pausa de poucos segundos, tipo filme sabe?

— Porque você me contou aquilo sobre seu irmão? — Perguntei olhando para Minho.

— Sei lá. Senti que devia falar isso pra você. Pensei que se eu te contasse sobre ele você se sentisse mais à vontade pra falar sobre seus problemas quando precisasse de desabafar.

— Hum, faz sentido. Melhor irmos andando — Ele assentiu com a cabeça — Não temos de ajudar ela a arrumar isso?

— Acho que ela não gostaria de te dar trabalho — Minho riu animado.

Nos levantamos e abandonamos o terraço. A mulher que preparou aquilo - que eu descobri ser a dona do restaurante - sorriu alegremente, mais uma vez, e falou pra nós voltarmos lá um dia desses, quando a gente se despediu dela.

Minho foi acelerando na viagem toda, apesar de eu estar sempre lhe batendo no braço pra ele parar. Acho que ele levou isso como se fosse uma brincadeira porque eu tava pedindo pra ele parar mas tava rindo no mesmo tempo. Aí fica confuso, né.

Possessive || MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora