20.

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Acordei na cama de Minho.

Ele me abraçava como se eu fosse o seu urso de peluche e estava me fazendo cafuné faz um bom tempo. Sentia o seu cheiro impregnado em todo meu corpo.

— Sei que você tá acordado — Eu sorri bobo — Vieram trazer o café da manhã pra mim e eu pedi pra você também.

Só nesse momento é que eu percebi que estava esfomeado. Olhei para o criado mudo do lado da cama e vi um tabuleiro com várias variedades de frutas e duas torradas, barradas com manteiga, em cada prato. Trazia ainda dois copos com sumo de laranja.

— Uau — Minha boca estava aberta em um O — Você come isso todas as manhãs?

— Sim. Um bom líder precisa se manter forte. Se o líder estiver forte, seus homens também estarão. Meu pai sempre me falava isso.

Minho se levantou e pegou o tabuleiro. Ele o levou para uma mesa, com uma jarra pequena e flores, onde o pousou.

— Eu só como cereais de manhã — Falei, fazendo o outro rir, e me levantei indo me sentar do lado oposto da mesa.

Nós durante o cafe da manhã conversamos sobre o que tinha acontecido no dia anterior. Sobre o que tinha acontecido a Dongsu, - mas sem os pormenores, porque Minho não queria que eu soubesse o que aconteceu ao certo - sobre o meu ensaio com meu novo grupo. Enfim, sobre várias coisas.

— Ah, me lembrei. Sua mãe é muito simpática — Disse Minho enquanto vestia a t-shirt — Amei a forma como ela me acolheu lá na sua casa.

— MEU DEUS! Esqueci minha mãe!

Corri para pegar meu celular e vi que tinha onze chamadas perdidas da minha mãe.

Lhe liguei e ela atendeu na segunda tentativa.

— Omma! Me desculpa, eu tive ensaio de música com os garotos, como eu te falei, e depois o Bin ia me levar a casa mas-

A mulher do outro lado da linha riu.

Não precisa se preocupar. Aquele garotinho que você trouxe a casa no outro dia mandou uma mensagem à tua irmã falando que você ia ficar numa festa de pijama com eles.

Olhei para Minho que sorriu para mim e zoou com minha cara de eu estar tão preocupado.

— Me desculpa, não ter te falado sobre isso. Eu me esqueci completamente.

Não faz mal. Minho também perguntou se você podia passar o sábado e eu falei que desde que você quisesse tudo bem.

Ela pausou para ver se eu falava alguma coisa, mas só houve silêncio.

— Gosto tanto de saber que você está se divertindo com seus novos amigos — Ela parecia que ia chorar.

— Obrigado, omma. Te amo

Também te amo, nenem.

Encerrei a ligação e fulminei o Lee com meu olhar.

— Que foi? Queria ver se arranjava desculpa melhor que a minha.

— Convencido — Ri soprado e ele riu também — Eu sinto pena dela porque estou mentindo pra ela. Mas sei que não posso contar a verdade.

— Você não pode falar para ela que veio na minha casa pra eu te comer o cu.

Minha cara esquentou e ficou toda vermelha. Peguei numa almofada que estava na cama e atingi o Lee com ela.

— Não essa verdade — Ele gargalhava enquanto se desviava dos meus ataques.

— Ahh, já sei. Tu queria falar para ela que eu sou o chefe da máfia mais perigosa da Coreia do Sul, que ontem levei você para uma luta feia com pessoas que me traíram e um louco psicopata te apontou uma arma à cabeça e te ameaçou de morte?

— Dito assim parece mau demais.

— É a verdade completa. Sem mentiras.

Nos vestimos - eu tive que vestir uma roupa de Minho, que por sinal, me ficava super larga mas ele insistiu que ficava perfeito - e saímos do quarto.

Fomos andando até chegarmos no jardim. Havia um lago com três peixinhos dourados sendo alimentados por uma mulher baixinha. Havia também várias árvores podadas fazendo elas ficarem ainda mais bonitas.

Continuei seguindo Minho - mesmo não sabendo para onde ele ia.

Passamos por vários corredores, portas e salas amplas até chegarmos em um sítio, que parecia uma recepção, e o Lee parar para falar com uma mulher.

— Oi, Shia. Eu vou precisar de minha moto. A preta.

Ela se virou para trás e abriu as portas de um armário que, dentro, estava repleto de chaves de diferentes tamanhos.

Shia pegou uma e a entregou na mão de Minho. Ele soltou um "obrigado" e saiu andando.

Mais uma vez, eu o segui calado. Nem sei se ele lembra que eu tô com ele.

No final do corredor havia um elevador de portas cinzentas. Nós entramos nele e o Lee carregou no botão que dizia "-1".

O silêncio foi absorvido pela música de fundo do elevador, a que o garoto ao meu lado começou a cantar discretamente.

Nunca pensei que Minho cantasse. Pelo menos não assim tão bem.

Aproximadamente cinco minutos depois, as portas do elevador voltaram a abrir e mostraram uma grande garagem cheia de carros, vans, motos, até ônibus aquele homem tinha.

Ele saiu do elevador, sempre cantarolando a canção que a gente tinha ouvido lá dentro, e se aproximou de uma moto de onde tirou um capacete.

— Chega aqui.

Afinal ele não esqueceu de mim.

Me cheguei mais perto dele, Minho me colocou o capacete e o apertou ma medida de minha cabeça. De seguida, ele foi buscar um para ele e fez o mesmo.

O Lee subiu na moto e me ajudou a subir para trás dele.

— Aperta com força pra não cair — Ele falou enquanto puxava minhas mãos, as fazendo rodear sua cintura.

A moto começou a fazer barulho, porque Minho tinha ligado o motor né, e logo nós arrancamos, o que me fez apertar mais ainda meus braços contra a barriga do Lee.

— Onde a gente tá indo? — Disse assim que saímos da garagem e eu pude sentir a brisa matinal a me bater na cara.

— Vamo num encontro.






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