POV GABRIELA GUIMARÃES
Sai da casa de Sheilla e rodei de carro pela cidade observando o movimento pacato de um final de domingo chuvoso, pensando em como o meu dia havia sido incrível, mas confesso que eu esperava mais que um "estou bagunçada agora"! Não que ela me devesse algum tipo de explicação, de forma alguma, mas seria bom...
Pela primeira vez eu senti que ela estava sendo ela mesma comigo, sem amarras ou excesso de álcool para justificar as atitudes. E eu gostei... gostei da forma com que ela cozinhou para mim e se lembrou de comprar uma cerveja, mesmo só tomando vinho, de certo porque só me viu tomando cerveja em todas as ocasiões em que nos encontramos. Talvez ela tenha reparado em mim tanto quanto eu reparei nela... Talvez não, mas eu queria pensar que sim.
Reparei na forma com que sua mão - sem querer - encontrava meu braço suavemente sempre que eu a fazia rir incontrolavelmente. Na forma com que ela colocava o cabelo atrás da orelha quando estava sem graça e o modo com que seus olhos quase fechavam quando ela sorria. E que sorriso!
Talvez seja minha síndrome de super-homem falando agora, mas eu estava disposta a ajudar a organizar a bagunça que ela diz estar, independente de qual seja. Mas eu sei que não posso, sequer sei se ela quer minha ajuda... Na verdade, aparentemente eu não posso nem saber qual é, de fato, a bagunça, quiçá ajudá-la.
Ok, Gabriela, foi uma ótima aventura, mas ela continua sendo apenas sua chefe e é bom que você seja tão forte quanto foi hoje e se mantenha longe, mesmo com todo o seu corpo insistindo para que você faça exatamente o contrário...
A semana passou rapidamente e logou chegou o dia de Nat ir embora, como sempre nós amanhecemos melancólicas e decidimos passar o sábado reprisando nossos jogos de vôlei favoritos e comendo inúmeras besteiras, até que Rosa chegou.
- Onde vamos comemorar? - Ela provoca e Nat rapidamente rebate.
- Onde vocês vão afogar as mágoas, isso sim! Você vai sentir minha falta, viu, Rosa?!
- Eu voto no Dduck! - Falei empolgada e rapidamente ganhei olhares de aprovação.
- Nada melhor que uma balada LGBTQIA+ para nos despedirmos da maior sapatão de todas! - Rosa concluiu rindo e Nat cutucou. - Não sabia que íamos nos despedir da sua paquera.
- Que paquera? - Perguntei realmente curiosa.
- Não é só você que tem uma queda por mulheres idosas que ocupam cargos de chefia não, Gabi. - Nat riu do meu espanto e eu continuei sem entender, esperando ansiosamente para que alguém me explicasse.
- Eu não tenho uma queda pela Caroline, nós apenas flertamos na brincadeira! - Na medida em que Rosa se justificava os meus olhos se arregalavam ainda mais.
- Você está flertando com a nossa chefe?? - Perguntei incrédula e Rosa me devolveu o olhar de espanto. - Não é como se você também não estivesse.
- Não estou. Não mais! - Falei passando por elas. - Mas eu preciso ver isso com os meus próprios olhos, vou mandar uma mensagem para Carol nos encontrar mais tarde.
[Gabriela Guimarães 20h17]: Dducks hoje? Despedida da Nat!
[Caroline Gattaz 20h40]: O quarteto fantástico está confirmado! Nos vemos às 23h.
Ignorei o fato dela ter confirmado todo o quarteto e apenas fui me arrumar com Nat e Rosa enquanto bebíamos uma caipirinha que Nat preparou.
Nos encontramos um pouco depois do horário combinado na porta do local que já estava com com um movimento enorme.
- Odeio filas! - Rosa murmurou e Carol prontamente a respondeu, passando por todos na fila em direção a porta de entrada. - Não seja por isso!
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Come Bother Me - Sheibi
Fanfiction"Mas quando eu penso em você, eu quero arriscar. Eu quero abrir mão do que eu acho que sei e me redescobrir ao seu lado. Eu quero sentir por você e sentir com você. Quero criar um contexto para nós onde só caiba felicidade. Venha me incomodar, amor...