Capítulo 16

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POV SHEILLA CASTRO

Acordei disposta a encontrar Gabriela e esclarecer toda a situação, a noite quase que em claro serviu para me fazer pensar e concluir que qualquer conversa séria menos dolorosa do que deixá-la sem saber o que estava acontecendo.

Cedi o meu quarto para que Marianne pudesse dormir e me acomodei na sala, o que me fez acordar ainda mais cedo do que de costume. Tomei um bom banho e estava no meio de um café da manhã que eu tomava enquanto ensaiava minhas falas, quando fui surpreendida. Eu havia desacostumado com a presença de mais alguém na casa, posto que Gabriela era incrivelmente barulhenta.

- Desculpa, não quis te assustar. - Marianne dizia enquanto caminhava em minha direção.

- Ah, tudo bem! - Ofereci um sorriso e me levantei para colocar mais uma xícara na mesa. - Dormiu bem? 

- Dormi sim, obrigada. Mas você não precisava ter dormido aqui, somos praticamente casadas! - Ela riu e sua frase me acertou em cheio. "Praticamente casadas."

Fingi não ouvir o que ela disse e ela parecia inabalável, pronta para desbravar um novo mundo. Minha cabeça rodava e chegava a doer com toda essa informação. Dois anos depois e eu estava tomando café com Marianne na cozinha da minha casa, que antes também era dela...

Ela falava completamente empolgada e eu estava alheia, até que ela chamou minha atenção. - Ei, Sheilla?

Voltei meus olhos para ela e sinalizei que estava a escutando. - Você pode me levar ao hospital? - Ela pedia como uma criança dependente de uma mãe e meu coração se encolheu ao ouvi-la assim.

- Claro, Mari! - Ofereci o sorriso mais acolhedor possível.

A deixei no hospital, me certifiquei de que os pais dela voltariam para buscá-la mais tarde e dirigi até em casa novamente, parando no apartamento de Thaísa.

- Mas que porra é essa?? - Thaisa praticamente gritava, incrédula, depois que eu contei resumidamente como provavelmente perdi uma mulher incrível e ganhei minha ex em uma única noite.

- A Daroit conhece uma benzedeira muito boa aqui em BH, vamos ligar pra ela! - Ela andava de um lado para o outro em minha frente e eu tentava assimilar tudo, assim como ela.

- Estou falando sério, Thaisa! - Protestei.

- Eu também! Isso só pode ser carma! Bem que dizem que vaso ruim não quebra.

- Thaisa! - A interrompi.

- Desculpa, Sheillinha, não que eu tenha ficado feliz com a morte dela... Ou pseudo morte, sei lá! Longe disso... Mas é que eu nunca fui fã da Marianne, né?! E foi difícil você se livrar, agora que se livrou ela volta e ainda achando que vocês são noivas??? Gabriela, corre aqui minha filha!

Meu coração apertou ao ouvir o nome da Gabriela e eu deixei transparecer em meu rosto, já que Thaisa se acalmou e caminhou em minha direção.

- Ô Sheillinha... - Ela se sentou ao meu lado e passou o braço ao meu redor. - Só seja sincera, ela merece isso.

- Eu sei que sim, mas não sei nem por onde começar! - Falei sentindo meus olhos marejarem.

- Começa ligando pra ela, pergunta se você pode ir até lá. Melhor do que chegar sem avisar. - Thaisa mantinha os braços ao meu redor.

Pensei por alguns minutos e tive medo de não conseguir falar ao telefone, então mandei uma mensagem.

[Sheilla Castro]: Oi, bom dia. Posso ir até aí para conversamos?

Surpreendentemente a resposta não demorou a vir.

[Gabriela 🖤]: Pode.

Permaneci alguns minutos  abraçada com Thaisa e me restabeleci, me sentindo pronta para, pelo menos, dirigir até a casa de Gabriela.

Come Bother Me - Sheibi Onde histórias criam vida. Descubra agora