Capítulo 15

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POV SHEILLA CASTRO

Precisei de uma boa noite de sono para me recuperar de um dia extremamente exaustivo, tudo que eu queria era ter acordado ao lado de Gabriela, como eu havia feito nas últimas semanas, já que ultimamente ela sempre se demorava e acabava dormindo em meu apartamento.

Depois que nós conversamos no sítio de Carol as coisas começaram a fluir ainda mais harmônicas, se é que isso era possível! Estávamos construindo juntas uma rotina repleta de cuidado, amor,
companheirismo e muito sexo!

Não me arrependendo de nada, exceto de não ter deixado Gabriela entrar na minha vida antes... ah, se eu soubesse! Mas estamos trabalhando muito bem para recuperar todo o tempo perdido, demorei demais para encontrá-la e tudo com ela ainda é tão pouco perto de tudo que sinto que seremos.

Me levantei e sai para correr, tentando espantar a preguiça que insistia em me acompanhar, como um pressentimento ruim que me sugava. Quando voltei, fiquei entretida com alguns detalhes da reunião de ontem que precisavam ser revistos e quando me dei conta o tempo já tinha passado! Peguei meu celular para ligar para Gabriela e propor um almoço, mas me deparei com uma notificação sua na tela e sorri ao ler a mensagem.

[Gabriela Guimarães 11h00]: Bom dia, meu bem! Como você está? Como foi a reunião ontem?

[Sheilla Castro 🖤 11h50]: Bom dia, amor! Estou bem e você? A reunião foi extremamente cansativa, mas sobrevivi!
[Sheilla Castro 🖤 11h52]: Saudades, Gabriela.

[Gabriela Guimarães 11h54]: Muitas saudades, Sheilla Castro.
[Gabriela Guimarães 11h55]: Vamos mata-la hoje à noite?

[Sheilla Castro 🖤 11h57]: Estava esperando por isso! O que você sugere?

[Gabriela Guimarães 11h58]: Surpresa! Te busco às 20h.

Por mim, eu iria até ela agora mesmo, mas acho que consigo esperar até as 20h para não estragar a tal da supresa. Antes que eu pudesse bloquear o celular, um número desconhecido apareceu na tela e eu atendi, imaginando ser algum cliente em apuros.

- Dra. Sheilla Castro? - Uma voz dizia do outro lado da linha.

- Pois não?! Com quem eu falo?

- Bom dia, eu falo em nome do Hospital Mater Dei... - A voz continuava dizendo algo, mas eu não conseguia pensar em mais nada depois de ouvir o nome do hospital. Esse era o hospital para onde me levaram após o meu acidente, era o hospital onde Marianne estava internada, em coma. O hospital o qual eu fingia não existir, porque não fazia mais parte do meu recomeço, o hospital que agora me assombrava.

- Dra. Sheilla? - A voz insistia do outro lado da linha.

- Sim? - Disse sem ter prestado atenção em uma palavra sequer.

- Podemos esperar por você? É urgente... - Eu não conseguia definir o tom em que essa frase era dita, então apenas desliguei o telefone e desci completamente abalada pelo condomínio, sem sequer trocar de roupa ou pegar a chave do carro, o que eu percebi apenas no térreo, quando Afonso se ofereceu para me chamar um táxi.

Durante um percurso de aproximadamente 40 minutos até o hospital eu fui capaz de criar mais de dez teorias sobre o porque eu estava sendo chamada lá. Não conseguia imaginar receber a notícia de que Marianne havia partido, só de pensar nisso meu coração apertava e meus olhos enchiam de água.

Chegando ao hospital eu fui recebida pela mesma médica que cuidou de mim durante minha recuperação do acidente.

- Oi, Dra., prazer em revê-la tão bem! - Ela dizia com um sorriso acolhedor.

Come Bother Me - Sheibi Onde histórias criam vida. Descubra agora